quarta-feira, 30 de maio de 2012

No duelo de líderes, Boca ganha nos pênaltis e avança à semifinal da Copa Argentina



San Juan recebeu uma grande partida entre Rosario Central e Boca Juniors. A partida envolveu nada menos que o líder do Clausura e o líder da B Nacional.

O Boca veio a campo com apenas dois titulares: Insaurralde e Roncaglia. Já o Central escalou apenas três jogadores que não jogaram a partida contra o River pela B Nacional. Mesmo com equipes mistas, a partida não perdeu seu brilho.

O time de Buenos Aires começou a partida postado em 4-3-3 com variação para o tradicional 4-3-1-2. O responsável pela transição de esquemas era Pablo Mouche. Sem a bola, Pablito recuava para fazer preencher o espaço normalmente ocupado por Riquelme; com a bola em posse da equipe, o camisa 7 abria pelo setor esquerdo, procurando fazer passe e cruzamentos pelo setor. A equipe de Pizzi veio armada em seu tradicional 4-4-2, especulado contra-ataques em velocidade e tirando os espaços do adversário.

A partida começou com bastante disputada, sem que os times se expusessem muito. Com o passar do tempo, o Boca cresceu e passou a dominar as ações ofensivas. A equipe Xeneize não permitia que os Canallas chegassem ao campo defensivo, mas tinha dificuldades de criar. Burocrático, o time de Buenos Aires tocava a bola na intermediária sem conseguir passar pelas duas linhas de quatro do adversário, tendo como único recurso os cruzamentos da intermediária. O Central propôs-se a especular em contra-ataques e tirar os espaços do adversário. Sem muito sucesso nos contra-ataques, a equipe de Rosário limitava-se a conter o ataque adversário. O tempo foi passando e a partida parecia estar encaminhada para um primeiro tempo sem gols. Quando, aos 40 minutos, Méndez cruza da direita e Toledo se antecipa à defesa adversária, cabeceando com força no canto direito de Sosa. Era o 1 a 0 da equipe Canalla. O restante do primeiro tempo teve a mesma tônica de todo da partida até então: Boca dominando sem produtividade.

O segundo tempo começou mais movimentado e, desta vez, quem tomou conta das ações ofensivas foi o Central. Defendendo com eficiência e encaixando os contra-ataques, os Canallas dominaram a partida e criaram boas chances desperdiçadas pelas finalizações pífias de Toledo. A pressão era tamanha que a equipe teve um pênalti aos 55 minutos – Toledo entrava livre e Insaurralde deu uma rasteira no camisa 9; pênalti claro. O próprio Toledo bateu o pênalti, mas parou nas mãos do goleiro Sosa. A partir do gol a equipe Xeneize cresceu e passou a chegar ao ataque com perigo.  Mesmo pressionando, o Boca não conseguia penetrar na defesa adversária e voltou a abusar das jogadas laterais e dos cruzamentos da intermediária. E foi justamente em uma jogada assim que saiu o gol, cruzamento da esquerda de Pablo Mouche e finalização de Blandi. O gol abriu as duas equipes, que passaram a ter boas chances de marcar. A melhor oportunidade de desempatar o placar aconteceu com um chute de primeira de Mouche, aos 90 minutos de partida, que acertou a trave. Com as duas equipes desperdiçando finalizações, a partida terminou em 1 a 1, placar que levou a disputa aos pênaltis.

Abriram as cobranças os atacantes Mouche e Castillejos, ambos bateram mal e erraram. Na sequência Blandi, Ferrari, Caruzzo e Medina converteram. Chegou a vez de Paredes, jogador de 17 anos, que recém havia entrado na partida. A falta de experiência não foi problema para o garoto que não quis arriscar e chutou no meio do gol, marcando para o Boca. A responsabilidade de empatar a disputa ficou a cargo de Zarif, lateral experiente de 33 anos. A calma que sobrou a Paredes faltou ao camisa três do Central, que isolou a bola. Insaurralde veio para a bola que seria decisiva e não sentiu a responsabilidade, marcou para o Boca e levou a equipe às semifinais da Copa Argentina.

Com a vitória o Boca volta a campo domingo às 16h30min para enfrentar o Deportivo Merlo em Catamarca pela semifinal da competição. Na outra chave, enfrentam-se River e Racing. As duas partidas terão jogo único e os vencedores irão decidir o título da competição.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

El Cuervo de Hollywood


No domingo, Viggo Mortensen quase foi preso em um aeroporto por comemorar o gol da a virada heroica do San Lorenzo diante do Newell’s, por 3 a 2. Abaixo temos o relato dele sobre a situação, publicado no site do San Lorenzo, do qual é COLUNISTA. Aos que não sabem, o ASTRO norte-americano é torcedor declarado dos cuervos, paixão alimentada nos oito anos que viveu na Argentina durante a infância.
Mortensen sempre dá um jeito de enfiar uma bandeira do SANTO em qualquer evento glamouroso do qual participe, vai a Buenos Aires para assistir partidas e inclusive já doou dinheiro para o time de Boedo. Abaixo, o discurso dele no centenário azulgrana, em 2008 – em ESPANHOL:
"A media hora de nuestra salida del aeropuerto Dulles en Washington, D.C. estoy viendo el partido contra Newell's en la compu, cerca de la puerta de embarque para nuestro avión. Y de repente Romagnoli hace magia corriendo por la banda izquierda, y le da una última oportunidad a Gigliotti, que ya había fallado en dos oportunidades clarísimas para ganar este partido increíble. Yo grito 
GOOOOOOOOOOOLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
ZOOOOOOOOOOOOOO!!!! con toda mi alma y empiezo a pegar saltos por todos lados como un ciervo espantado entre los pasajeros y sus valijas ¡¡¡¡¡¡PIPI!!!!!! !!!!!!!!!!!PIPI!!!! ¡¡¡¡PIPIIII!!!!

La gente no entiende lo que está pasando, no entiende porque estoy gritando y saltando, no saben si lo de gritar ¡PIPI! una y otra vez significa que me he meado encima, o si me he hecho daño de alguna manera. Un señor con uniforme militar del U.S. Army, probablemente recién vuelto de Irak o Afganistán se levanta y se me acerca rápidamente diciendo "Cool it, man!! Easy now…what's wrong, what happened???…"  Ni caso -- digo gritando el gol. "CALM DOWN SIR!" Vuelvo corriendo a la pantalla de mi compu repitiendo "¡GOL, GOL, GOL…!" para asegurarme que es verdad, para ver si aguantamos el 3-2 unos minutos más. Como ya paré de gritar y solamente miro la compu, creo que el militar se aleja y se sienta. Los otros pasajeros también se van calmando, y algunos se ríen un poco. 


Todos menos uno que es alemán -- o austríaco o suizo -- que me pregunta si yo soy Victor Mortensen. Le digo que sí. "Fussbal!", me dice con una sonrisa, acercándose a la compu para ver qué partido es. "Ja, fussbal", le contesto. "San Lorenzo de Almagro fussbal." le digo. Este me entiende, al menos."Argentinien, ja?" "Si, señor. Argentina, First División. Buenos Aires. The game is almost finished." ("…casi terminó el partido", le digo) Le dejo un hueco para que vea conmigo los últimos minutos. Cuando han pasado 30 segundos de los 4 minutos agregados por el árbitro dos policías tipo seguridad de aeropuerto me agarran y me alejan de la compu, diciendo. "Sir, what is WRONG with you???"  Lo miran al amigo germánico pero lo dejan libre. A mí me apartan de la compu y de la gente. Sigo oyendo los comentarios de los del canal 7 en la página de Rojadirecta: "…remontada histórica…gran victoria..."    Los policías me piden el pasaporte, la tarjeta de embarque, me preguntan un montón de cosas. Yo les digo que no pasa nada, que perdón pero estoy viendo un partido de fútbol y mi equipo acaba de meter un gol muy importante, que casi se acabó el partido. Mientras me hacen preguntas y miran mis documentos trato de ver por encima de sus hombros lo que pasa en la compu, a ver si el partido queda 3 a 2.  Termina y quiero gritar la victoria, pero sé que no me conviene justo ahora con estos tipos revisándome. Finalmente me dejan libre después de avisarme que si empiezo a gritar otra vez no me van a permitir volar y me van a echar del aeropuerto. El amigo del "fussbal" se les acerca tímidamente hacía el final de las advertencias y les dice, señalándome: "Das ist Victor Mortensen. Victor Mortensen der schauspieler. He is the actor… he is Victor Mortensen. King Aragorn."   Los policías no le dan bola. Me miran un momento más y entonces el que parece ser el jefe me dice "Keep the noise down, sir." ("No haga más ruido, señor")  Caminan unos 20 metros y se quedan vigilando por si pasa algo más conmigo. Cuando ven que todo esta bien y que me siento tranquilamente, se van. Resulta que el amigo es suizo. Me habla un poco de la gran victoria de ayer de Suiza 5 a 3 contra Alemania en un amistoso que se jugó en Basilea. Otra victoria histórica. Podrían haberles goleado aún más, me cuenta el amigo.

(Özil neutralizado)

Ahora estoy volando, física- y mentalmente en las nubes como todos los cuervos. ¡Qué alivio! Partido clave, hazaña total. Nuestra cancha llena, la hinchada apoyando con todo, creyendo en el milagro. Y así fue. Un milagro de los más lindos. Después de la terrible derrota contra Unión no teníamos margen. Grande Buffarini, grandes todos. Enormes. Quedan 3 partidos más, 3 finales. Sí, se puede. Se puede."
No domingo o San Lorenzo virou um jogo perdido que deixava as chances de rebaixamento enormes. Em 10 minutos do segundo tempo, o clube conseguiu marcar dois gols e empatou o jogo. Aos 42, após jogada magnífica do Pipo Romagnoli, gol de Gigliotti, vilão em lance 10 minutos antes o qual perdeu que merece a nota 7 na escala Deivid. Com o garoto Buffarini jogando demais e o vovô Romagnoli entrando no Intervalo e mudando a cara do jogo, o San Lorenzo segue sonhando. A vitória tirou o time da zona de descenso direto. Após o jogo, os jogadores, dentro de campo, cantaram com a torcida. Entre as músicas, a letra que se destacou: "Jugadores jugadores, los venimos a alentar! San Lorenzo es deprimera, de primera no se va!" também cantada na concentração pré-jogo dos jogadores no hotel como mostra o vídeo abaixo: 
O espírito tomou os jogadores. Peço que vocês tirem 15 minutos das suas vidas para verem isso. Como disse o narrador: "VIVA EL FÚTBOL!"

Convocação de Sabella para enfrentar Equador e Brasil

Matías Rodríguez foi bem lembrado por Sabella. Um novo lateral direito regular?
Assim, Zabaleta iria para a esquerda. (Foto: Fox Sports)

Na sexta-feira passada (18), Alejandro Sabella anunciou a convocação "internacional", digamos assim, da Seleção Argentina. No dia 24, quinta-feira, Sabella anunciou os jogadores do futebol local que somente integrarão o time no jogo diante o Equador pelas Eliminatórias. No amistoso diante o Brasil, eles voltam aos seus clubes para disputar o Campeonato Nacional.

Convocação para um jogo das Eliminatórias (Equador) e amistoso com o Brasil:


Goleiros: Sergio Romero (Sampdoria-ITA), Mariano Andújar (Estudiantes), Agustín Orión (Boca Juniors).


Laterais: Matías Rodríguez (Universidad de Chile), Marcos Rojo (Spartak Moscow-RUS), Pablo Zabaleta (Manchester City-ING) e Clemente Rodríguez (Boca Juniors).

Zagueiros: Leandro Desábato (Estudiantes) Federico Fernández (Napoli-ITA), Ezequiel Garay (Benfica-POR) e Hugo Campagnaro (Napoli-ITA).

Volantes: Pablo Guiñazú (Internacional), Fernando Gago (Real Madrid-ESP), Javier Mascherano (Barcelona-ESP), Rodrigo Braña (Estudiantes).

Meias: José Sosa (Metalist-UCR), Angel Di María (Real Madrid-ESP), Maxi Rodríguez (Liverpool-ING) e Eduardo Salvio (Atlético de Madrid).
 
Delanteros: Lionel Messi (Barcelona-ESP), Gonzalo Higuaín (Real Madrid-ESP), Sergio Agüero (Manchester City-ING) e Ezequiel Lavezzi (Napoli-ITA).

Opinião:

Prós: Gostei muito da convocação do Matías Rodríguez, lateral que faz sua segunda grande temporada consecutiva pela Universidad de Chile, e já garantindo uma Copa Sul-Americana e uma vaga nas semifinais da Libertadores.

Contras: A novela da falta de laterais segue na Seleção Argentina. Ao meu ver, Pablo Zabaleta, lateral campeão da Premier League com o Manchester City, é o titular definitivo na direita. Na esquerda, Sabella já testou Marcos Rojo, Ansaldi, Monzón e até mesmo Angeleri. Nenhum deles foi bem. Continua insistindo no primeiro já que tem a confiança do treinador na época de Estudiantes. E está aí o principal erro de Sabella. Ele deve esquecer o Estudiantes. Nessa convocação foram lembrados, além de Rojo: Andújar, Orión, Clemente Rodríguez, Braña e José Sosa. Todos ex-comandados de Pachorra

Olho neles: Não como projeto para 2014, mas Sabella poderia ter convocado Riquelme, já que Román vive grande fase. Além do seu papel dentro de campo, poderia tirar um pouco a pressão e, por quê não, a marcação dos adversários. Outra ausência significativa foi a de Javier Pastore, jogador muito versátil (pode ser meia/enganche/atacante) que fez boa temporada no PSG. Depois desses dois, jogadores que poderia ser mais observado o Coloccini, eleito por especialistas, o segundo melhor zagueiro da Premier League. No Newcastle, capitão e ídolo dos torcedores. Cresceu tecnicamente e não é só vontade, como antigamente. A imprensa argentina chegou a lembrar de Augusto Fernández, mas, na minha opinião, há jogadores um degrau acima dele. Entre eles, Ricky Álvarez e Maxi Morález, grandes amigos de Fernández no Vélez. 


sábado, 26 de maio de 2012

Empate entre River Plate e Rosario Central embola ainda mais a Nacional B



Pela 35ª rodada da Nacional B, entraram em campo duas tradicionais equipe do futebol argentino: Rosario Central e River Plate. Já sabendo do empate do Instituto, as duas equipes entraram com chances de abrir vantagem para o terceiro colocado.

O Rosario Central veio sem surpresas no 4-4-2 com uma proposta de marcação forte e chegada nos contra-ataques. O River Plate, por sua vez, ousou com um 3-4-3 com proposta bastante ofensiva. O Gigante de Arroyito estava lotado, com a torcida Canalla fazendo uma linda festa a fim de empurrar seu time para cima do adversário.

A partida começou muito disputada, truncada e com lances ríspidos. Pouco objetivo, o River tocava a bola entre seus defensores e meias, sem conseguir fazer a ligação com seu ataque. A equipe Canalla começou marcando eficientemente, mas sem chegada ao ataque. As principais ações do Rosario deram-se através de bola paradas. Aos 26 minutos, na melhor chance da equipe no primeiro tempo, Ricky Gomez cabeceou a bola para fora, levando perigo ao gol de Vega. O River Plate demorou a encaixar seu jogo, passando a chegar com perigo apenas após os 40 minutos de partida. As melhores chegadas da equipe visitante aconteceram pela direita, em jogadas de Chorí Domínguez.

O segundo tempo seguiu com a o mesmo tipo de jogo. Muita marcação, troca de passes pouco objetivas e dificuldades na criação de jogadas. As duas equipes chegavam pouco ao campo de ataque, tendo na bola parada a única opção para finalizar. Medina e Cavenaghi pouco apareceram e deixaram o campo para as entradas de Monje e Rogelio Funes Mori. Mesmo com as mudanças, a partida continuou com poucas chegadas ao ataque. Insatisfeito com o resultado, Pizzi promoveu outras duas mudanças: Biglieri e Zarif entraram nas vagas de Pérez e Gómez. A partir das mudanças, a partida ficou mais aberta e mais violenta. As equipes começaram a sair em contra-ataques velozes, enquanto as defesas chegavam forte para deter os avanços adversários. Apesar do final de partida mais movimentado, a partida terminou sem gols.

Com os empates dos quatros primeiros colocados, a classificação continua embolada. O Rosario Central lidera com 69, o River é o segundo, ao lado do Instituto, com 67 e o Quilmes é o quarto com 63. Na próxima rodada, Instituto e Quilmes se enfrentam em Córdoba, o River recebe o Boca Unidos e o Central enfrenta o Patronato.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Vélez Sarsfield segura Neymar, mas Santos vence nos pênaltis




Com a vantagem obtida no  primeiro confronto, o Vélez Sarsfield entrou dependendo apenas de um empate para passar às semifinais da Libertadores. Desfalcado de Tobio, Cerro, Lucas Pratto e Insua, El Fortín foi a campo com o já tradicional 4-4-2. Já o Santos teve apenas dois jogadores fora da partida: Fucile e Borges.

O jogo começou bastante truncado. El Fortín, com uma proposta claramente defensiva, fechou-se em duas linhas de quatro. O Santos, pouco criativo, apostava em jogadas individuais de Neymar, que sofria com a marcação por setor de Cubero, Fernádez, Peruzzi e Ortiz. O time brasileiro sentiu falta de Paulo Henrique Ganso, que pouco apareceu na partida. Com o posicionamento exemplar do Vélez, o time da casa finalizava apenas em chutes de média distância de Elano.

Aos 40 minutos, Barovero fez falta fora da área em Neymar, que puxava ótimo contra-ataque para o Santos, e acabou sendo expulso. Com um jogador a menos, Gareca tirou Obolo para a entrada do goleiro reserva Montoya.

Surpreendendo quem pensava que a tônica do jogo seria um Vélez todo recuado a partir da expulsão, o time visitante não se intimidou e começou a segunda etapa pressionando o Santos com jogadas lideradas por El Burrito Martínez. Mas aos poucos os brasileiros retomaram o controle das ações ofensivas e chegavam com perigo. O Peixe criou mais chances e já somava oito finalizações aos 30 minutos do segundo tempo. Aos 32, após grande coletiva da equipe santista, Alan Kardec abriu o placar e empatou o confronto, fazendo o gol que levaria a partida para os pênaltis. Mesmo com a pressão do Santos no final de partida, a partida acabou em 1 a 0 e a vaga foi decidida nos pênaltis.

Com dois pênaltis desperdiçados  por Canteros e Emiliano Papa e boas cobranças da equipe brasileira, o Vélez foi eliminado da Copa Libertadores.

Eliminado da Libertadores e da Copa Argentina, El Fortín foca agora no Clausura. Mesmo assim, título é muito difícil. Vélez está cinco pontos atrás do líder Boca Juniors, faltando apenas quatro partidas para o final do campeonato.

Mais sabe o Boca por ser velho




“O Boca Juniors não treinou pênaltis, essa ”. Não lembro quem foi o autor da frase, mas estava na transmissão da Fox Sports e foi no momento exato em que Juan Román Riquelme pegou a bola, com o relógio anotando 43 minutos do segundo tempo, três jogadores xeneizes correndo na direção de quatro jogadores do Fluminense em uma defesa absolutamente adiantada. O Engenhão gelou naquele preciso momento, mas o narrador continuou falando. O Engenhão gelou, o espectador prestou atenção, quem jantava largou o garfo, quem bebia largou o caneco, quem escrevia parou os dedos, e a defesa do Fluminense, de certa forma, previu o pior.
Previu o pior de tal forma que o chute desferido por Rivero não era exatamente difícil, mas uma batida bizarra no zagueiro tornou-se uma defesa ainda mais bizarra do goleiro e a bola ficou lá, pipocando defronte a área, enquanto um jogador do Flu, estranhamente, observava a rede e não olhava para trás. Se olhasse para trás, veria Santiago Silva, que chegou como o Tanque que é, atropelando o ar para chutar em direção ao gol. Santiago Silva não estava na área reclamando, esperando a bola certa chegar, se jogando, chorando, ganindo ou pedindo para mais incentivo da torcida para dar aquele chute na bola; ele simplesmente estava lá, e deu aquele chute.
Como Clint Eastwood, que disse recentemente que todos viramos mariquinhas porque pensamos “como lidar psicologicamente com isso”. Santiago Silva não precisou lidar psicologicamente com o fato de que o seu time foi dominado pelo Fluminense e não jogou absolutamente nada nos 87 minutos anteriores à bola de Juan Román Riquelme. Santiago Silva, de alguma forma, leu os hieroglifos indecifráveis que estavam escritos no ar do Engenhão, e que confundiram o lateral que não o viu chegar. Santiago Silva, enfim, estava lá, e não perdeu tempo pensando. Estava lá e marcou o gol de empate, o gol da classificação.
Muito provavelmente o filme que teve como protagonista o Olímpia e Ever Hugo Almeida, em 1989, passou diante dos olhos de Abel Braga. Aquele jogo aconteceu em um dia 17 de maio, hoje é 23, mas o primeiro gol saiu de um Dacroce tão improvável quanto foi Carleto, e foi igualmente um belo gol. O Deus Xiri-Pah parecia estar presente e ao lado do tricolor, mas havia algo em Thiago Neves. Não sei explicar: jogou bem, adonou-se do meio-campo, mas parecia faltar o horror, a sombra, a bruxaria decisiva de alguém decisivo. Bruxaria que ele teve no Maracanã, quando confinou Cevallos ao purgatório do seu canto esquerdo e decretou o placar necessário para levar aos penais – fatalmente, perdeu. Faltava sangue em Thiago Neves, apesar do seu bom jogo.
Não faltou sangue em Juan Román Riquelme.
É curioso observar, difícil explicar, necessário crer, que Riquelme seja capaz de tamanha bruxaria. Um passe seu, aparentemente não muito complicado, foi parar nos pés de Rivero. O passe parecia carregado pelos búzios de Exu, mas como os orixás foram carregados junto com os negros argentinos na gripe de 1918, ficamos com algum santo católico por aí. Riquelme foi o melhor do mundo em 2001, quando era promessa; foi símbolo da derrocada pós-Bianchi, ao sair; foi melhor da América em 2007, já sacerdote; foi artífice da nova derrocada, ao brigar com Palermo e lotear o time para si. Palermo aposentou-se, mais da metade do time foi embora, e o sacerdote estava lá, pregando, carregando a cruz azul e ouro em direção ao enorme povo boquense. Foi campeão, no ano passado. Foi símbolo, contra o Unión Española. Nesta noite, só deu um passe.
E que passe.
Falei, eu, da morte do grande Boca em 2009, e esse grande Boca revive como uma fênix, com Riquelme e o quarentão Schiavi, que já era ex-jogador há cinco anos. É difícil explicar, mas tentemos: sangue não é água, vencedores seguem sendo vencedores, e ainda que a fila ande, o tempo passe, o físico acabe, a mente perturbe, quem sabe o caminho de vencer sempre vai conseguir ler o que está escrito no ar e desenhar uma façanha como essa, como se fosse simples, fácil, evidente.
O torcedor do Fluminense, por favor, não se espante: seu time voltará, talvez menos talentoso, mas certamente mais cascudo, e a cada Libertadores traça de uma forma diferente o que um dia poderá ser uma vitória. Abel soube traçar esse caminho. Sigam andando.
O Boca, esse preto velho da Libertadores, que sorri mascando um palheiro e dando as verdades no campo enquanto todos duvidamos, segue copando.
Postado originalmente no Impedimento (http://impedimento.org/2012/05/24/mais-sabe-o-boca-por-ser-velho/) pelo Luís Felipe dos Santos.

Fluminense 1 x 1 Boca Juniors: O oportunismo de El Tanque volta a fazer diferença


Partida de ida das 8ªs de final da Libertadores. La Bombonera lotada e o placar marcava: Boca Juniors 1 x 1 Unión Española, resultado mais do que perigoso para os xeneizes. Eis que, no último minuto, Santiago “El Tanque” Silva apareceu para cabecear e recolocar o tão tradicional clube em vantagem, sacramentando o placar de 2 a 1, fundamental para o time fazer o resultado no Chile, garantindo a vaga nas semifinais.
Partida de volta das 4s de final da Libertadores. Engenhão semi-lotado e o placar assinalava: Fluminense 1 x 0 Boca Juniors, resultado que levava o jogo para os pênaltis. El Tanque voltou a aparecer, novamente no último minuto, mas dessa vez o gol foi vital e o Boca está nas semifinais. Mais um exemplo da atuação de um time copeiro e de um atacante mais do que oportunista. Épico. Mas bem, vamos ao que importa, os pontos importantes do jogo.
El Tanque oportunista: Assim como praticamente todos seus companheiros, Santiago Silva fez uma partida muito fraca, tanto que este humilde blogueiro pediu sua saída durante a partida, porém, eis que uma tona de que atacantes de área sempre são muito importantes em decisões surtiu efeito. No último minuto, El Tanque estava no lugar certo, na hora certa e marcou para colocar o Boca nas semifinais. Hei de se ressaltar que o gol foi bem menos mítico de que a passada de mão na cabeça de Thiago Neves em meio a comemoração (risos).
Copeiro: Que o Boca é um time copeiro isso todos os aficionados por futebol sabem, todavia, é sempre bom salientar quando temos prova disso. Hoje, os comandados de Falcioni jogaram mal, tanto que não a toa foram dominados pelo Fluminense. Jogando em um ritmo lento, os xeneizes pouco ameaçavam nos contra-ataques, que era a grande aposta do time para decidir. Riquelme sumido, não dava liga a linha de frente, ou seja, as coisas estavam complicadas. Até que no último minuto, o time acerta uma jogada, o camisa 10 argentino dá um passe sensacional, Silva aparece pra decidir e o desfecho final sacramentado. De fato, não é todo dia que um time vem a ser tão copeiro e com um gene tão competitivo como foi o Boca hoje.
A falta de Deco: O Fluminense inventou de supervalorizar o tão emocionante Cariocão apostando em dar o mesmo peso da competição a um grande torneio como a Libertadores. Deco não é nenhum menino, sentiu a intensa sequências e não pôde jogar hoje. Fez falta. Muita falta. Sem o luso-brasileiro, o meio-campo do Flu não teve a capacidade de trabalharbem a bola, dependeu muito do avanço dos laterais e é bastante complicado jogar desta maneiro sabendo que uma hora ou outra será necessário cadenciar mais o jogo. Ninguém no time sabia desempenhar tal função. Azedou.
Muita ousadia: Antes de tudo, vou deixar bem claro, não sou contra ao fato do Fluminense ter partido pra cima, até elogio tal postura, desempenhada com muita eficiência nos primeiros minutos, contudo, Abel Braga quis arriscar, colocou o time pra cima em hora que era mais importante segurar o resultado e levar o jogo para os pênaltis do que colocar em xeque a chance de classificação.  Foi muita ousadia ainda mais que os jogadores já estavam cansados e não conseguiam manter a correria com a mesma intensidade. Tricolor pagou o pato.

Postado originalmente pelo nosso redator Felipe Ferreira no seu Blog pessoal (http://futebolplanet.wordpress.com/2012/05/24/fluminense-1-x-1-boca-juniors-o-oportunismo-de-el-tanque-volta-a-fazer-diferenca/)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Festa da torcida do Boca no Engenhão pela 1ª fase

Como sabemos o Boca massacrou e saiu com um pequeno (pelas circunstâncias do jogo) 1 a 0 no primeiro jogo das quartas-de-final na Bombonera. Para o jogo da volta, a torcida do Fluminense se mobilizou e criou a campanha #BemVindosaoInferno, tentando transformar o Engenhão em um caldeirão.

Quem comemorará no final do jogo hoje eu não sei. Somente sei que na primeira fase dessa mesma Libertadores 2012 e no mesmo Engenhão, a torcida do Boca comemorou o 2 a 0 assim...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

River sofre gol nos acréscimos e apenas empata com o Guillermo Brown, causando clima pesado com a torcida

O River entra em campo. Minutos antes, o Rosário Central confirmava sua vitória sobre o Atlético Tucumán por 2 a 0 com gols do artilheiro Castillejos e Biglieri, colocando a pressão no Millo. Semana que vem, em Rosário, teremos Central X River. Já o Guillermo Brown não tinha nada a perder. Lutando contra o rebaixamento para a 3ª divisão argentina, o time da Patagônia entrou com uma proposta defensiva. Um empate seria ótimo.

Com fama de robin-hood (tira pontos dos ricos e dá para os pobres), o Brown alimentou a mesma nessa temporada da Nacional B. Empatou com Instituto em Córdoba e com o Central em Rosário. O River parecia não saber disso. Com Ocampos no lugar de Maestrico González, lesão muscular na última semana, o River não rendeu. Chorí permaneceu no banco.

Cavenaghi, de falta, após 9 anos.
(Foto: Olé)
Com a postura à la Chelsea versus Barcelona pela Champions League desse ano, o Brown se defendia com duas linhas de 4 na frente da zaga. Isolava Giménez na frente e Klusener para puxar contra-ataques. Em um deles, Bottino, elemento surpresa como Ramires (comparação tática), saiu na cara de Vega. Bateu, de bico, no ângulo. Com o gol, o time de Puerto Madryn abdicou dos contra-ataques. Decisão péssima e fatal. O jogo de tornou um ataque versus defesa até que, aos 33 minutos, Cavenaghi pediu a bola para bater a falta já que Chorí estava no banco. Bola colocada e forte no ângulo de Pereyra. Depois de 9 anos, Cavegol voltou a marcar de falta (via Leonardo Ferro). Brincando de perder gols, Alejandro Castro decidiu finalizar o primeiro tempo para alegria da La Banda Capo del Sur, barra do Brown.

O segundo tempo continuou o mesmo. Ataque versus defesa. Almeyda colocou Chorí no lugar do péssimo Vella, baixando Carlos Sánchez para a lateral. Depois foi a vez de Funes Mori e Villalva, autores dos gols que levaram o River as semis da Copa Argentina, entraram no lugar de Cirigliano e Ocampos. Dois minutos depois, Villava mostrou que é estrela. Carlos Sánchez cruzou, a bola passou por Trezeguet e Keko Villalba, de peixinho, testou para o gol. Um alívio para o cover do Valderrama (veja o vídeo abaixo). O River, vendo que seu adversário estava cansado em campo, tentou o 3º. Vendo que não iria sair, começou a trocar passes e gastar o tempo. A maioria dos torcedores não gostou. Aos 46, Chorí Domínguez, curiosamente muito bem no jogo, errou um passe e perdeu uma bola boba no meio-campo. Contra-ataque armado. 4 contra 4. Zanni recebeu em diagonal e bateu cruzado, sem chances para Vega.

Ainda emocionado, Hernán Zanni disse que marcou o gol de sua vida. A decepção tomou conta do Monumental, justamente o extremo da felicidade de Zanni. O empate significava a vitória a qualquer custo contra o Central, líder, em Rosário. Entre protestos e apoios e o que mais se ouvia era: "ganar o ganar em Rosário". Jogadores foram protegidos com escudos na saída. Um torcedor jogou algo que passou perto de Cavenaghi. Sem gostar da atitude, Cavegol identificou o mesmo e foi tirar satifações, parado somente pelos policiais. Clima volta a ser pesado no River. No Domingo, o Instituto venceu por 3 a 1 o Almirante Brown e colocou mais fogo na disputa pelas vagas diretas. Agora, Rosário Central (69), River Plate (66) e Instituto (66) e Quilmes (62).

sábado, 19 de maio de 2012

LUNAtico

El Chino Luna, o gordinho matador do El Matador
(Foto: Olé)

Noite de Sexta-feira. Momentos, para muitos, de diversão. Quem deixou de ir em festas para ficar em casa vendo o Campeonato Argentino fez uma boa escolha.  O jogo prometia. As duas principais equipes que surpreendem nesse Clausura 2012 digladiaram em Victoria. O líder Newell`s e o 3º colocado Tigre que luta contra o rebaixamento graças a uma pífia campanha na temporada 09/10.

Com as duas equipes buscando a vitória, o jogo começou muito aberto e com chances claras dos dois lados. Aos 15 minutos, o goleador do Clausura 2012 já apresentou as suas armas. Depois de Maggiolo puxar um contra-ataque, Luna recebeu e virou o jogo para Diego Morales. Depois de fracassar na primeira tentativa, Morales tocou de cabeça para Luna completar para as redes. 3 minutos depois, em uma ligação direta mal afastada pelo Echeverría, Figueroa matou de peito e, em um voleio ou algo do gênero, bateu forte no canto, sem chances para Javier García. Aos 30 minutos, a polêmica que deixou Gerardo Martino fora de si. Já com um cartão amarelo, o volante Castaño chegou de carrinho em um uma jogada do meio campo. Mauro Vigliano marcou a falta e fingiu que não viu nada. Já aos 39 foi a vez do Matador de Víctoria marcar em uma jogada saindo de um balão. Após chutão do goleiro, Maggiolo fez o pivô e, de virada e de primeira, El Chino Luna bateu cruzado com a canhota marcando um golaço.

O segundo tempo foi controlado pelo Newell`s que sofreu duas baixas importantes. Sperdutti havia sido substituído no final do primeiro tempo e, aos 28 minutos, Urruti, jogador que estava muito bem na partida, deu lugar para o Aquino que não teve o mesmo rendimento. Nos 36 minutos do segundo tempo, um lance incrível. Leone bateu escanteio, Paparatto dividiu com a defesa do Newell`s e a bola subiu. Luna, de costas para o gol, emendou uma bicicleta memorável. A bola subiu e caiu perto do ângulo de Peratta. Jogo histórico para Luna. Hat-trick com Tigre assumindo a liderança e saindo da tabela do descenso direto, podendo até sair da zona de Promoción com possíveis derrotas de San Lorenzo e Atlético Rafaela.

O Tigre segue, com sua campanha histórica, lutando com o rebaixamento. O título é uma consequência. E esta ideologia está presente no pensamento do grupo do Tigre. De ponto em ponto, El Matador chegou a liderança do torneio e torce para uma não vitória do Boca sobre o Racing. Seria 2012 o ano do primeiro título de primeira divisão do Tigre? Não sendo rebaixado o time já entra na história, pois nesta temporada já tirou uma diferença de 17 pontos ao primeiro fora da zona de descenso direto. Já o Newell`s permanece com os 28 pontos do Tigre e também seca o Boca.

Veja os gols de Tigre 3 X 1 Newell`s:



Compare a bicicleta de Luna com a de Blandi, empatando para o Boca aos 51 minutos contra o Rafaela há duas rodadas atrás. Qual foi a mais bonita?



sexta-feira, 18 de maio de 2012

Óbolo voltou... na hora certa!


Se passaram 16 partidos. Óbolo não marcava um gol. A torcida já começava a pegar no pé e exigia bem mais do atacante que chegou ao Vélez cercado de expectativas após ter ido muito bem no Arsenal. Ontem, o jogador, que pagou todos os seus pecados, acabou com seu jejum, marcando o solitário gol do Fortín na vitória por 1 a 0 sobre o Santos.

A atuação do Vélez foi simplesmente sensacional. Neymar e Ganso sequer apareceram para o jogo, o que acarretou com que os argentinos jogassem para cima, conseguindo anular o Santos sem maiores problemas. No final, a justiça foi feita e os comandados de Gareca venceram muito bem o jogo.

Cerro comandou o meio-campo e foi o melhor jogador em campo. Anulou bem as jogadas ofensivas do Santos e de fato foi o principal responsável por encaminhar bem a vitória. Mais a frente, Óbolo fez o gol e só, no resto apenas mostrou o tão grosso é, em compensação, Martínez se movimentou bem e mostrou que, de fato, é extremamente importante. Na esquerda, Papa voou e comandou excelentes investidas ofensivas.

Atuação fantástica do Vélez. Agora, fica a expectativa para ver o comportamento no jogo da Vila Belmiro. Caso repita a marcação adiantada e a pressão, o sonho do Fortín pode se manter intacto.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Boca domina, conquista a vitória e depende de um empate no Rio de Janeiro para seguir na Copa Libertadores



Sem Somoza, Ledesma e Silva e com a volta de Erviti, o Boca Juniors apresentou-se com a mesma equipe que enfrentou o Vélez pelo Clausura à exceção de Sanchez Miño, que deu lugar a Erviti, recuperado de lesão. O Fluminense, por sua vez, veio a campo desfalcado de Wellington Nem, Deco e Fred, seus principais jogadores, e apostou na força do grupo para segurar o adversário.

Com La Bombonera incendiada pela torcida xeneize, o Boca Juniors foi a campo no seu esquema tradicional. O Fluminense veio no tradicional 4-3-3, mas com uma postura defensiva.

O primeiro tempo começou truncado. O Boca dominava a posse de bola com passes pouco objetivos. Embora jogando recuado, o Fluminense criava as chances mais perigosas em contra-ataques em velocidade com Thiago Neves pela direita e Rafael Sóbis pela esquerda. Aos poucos a equipe xeneize foi crescendo e contendo o ímpeto ofensivo da equipe brasileira, dominando a partida. Com o Boca pressionando, o treinador Abel Braga recuou suas linhas e passou a defender-se com 9 jogadores, deixando apenas Rafael Moura no campo de ataque. Mesmo pressionando bastante, a equipe da casa não conseguia achar espaços no ferrolho defensivo tricolor e chegava apenas com bolas aéreas, apostando nas falhas defensivas do adversário.  A situação do Fluminense ficou ainda mais delicada após a expulsão de Carlinhos, ainda no primeiro tempo.

No começo da segunda etapa, os dois treinadores mudaram suas equipes. Abel Braga sacou Sóbis e mandou a campo Carleto. A alteração mudou o esquema da equipe para um 4-4-1 com duas linhas bem recuadas. Falcioni, por sua vez, tirou Érbes e mandou a campo o centroavante Blandi, mudando o esquema para um 4-3-3.

A segunda etapa foi um jogo de ataque contra defesa. Mesmo após o gol de Mouche, em bela jogada de Cvitanith, o Fluminense limitava-se a defender-se e assistir o Boca Juniors jogar em seu campo ofensivo. Parecendo estar satisfeito com a derrota por 1 a 0, o Fluminense finalizou apenas uma vez na segunda etapa, enquanto os argentinos atacavam com intensidade, tendo 11 finalizações na partida e obrigando Diego Cavalieri a operar milagres.

A vitória deixa o Boca em vantagem para a segunda partida, que será disputada na próxima quarta-feira às 19h30min no campo do Engenhão.

Em partida de reservas, River vence San Lorenzo e se classifica para as semifinais da Copa Argentina

Rogelio Funes Mori marcou. Na Nacional B, não vem pegando nem o banco.
(Foto: Site oficial da Copa Argentina)

Os dois times com focos diferentes. A Copa Argentina leva uma equipe a Sul-Americana. "Do que adianta uma competição internacional se posso estar na segunda divisão?" essa pergunta deve ter passa pela cabeça de Caruso Lombardi e Almeyda. Logo, pouparam seus times. Lombardi, até o momento, faz boa campanha, porém não salva o San Lorenzo da Promoción. Já o River, na última rodada, assumiu a liderança, porém está a somente um ponto da zona de Promoción. Um vacilo pode ser fatal.

O primeiro tempo foi todo controlado pelo River que não deixava o San Lorenzo. Telllechea e Gabriel Mendéz mostraram o motivo de terem amargado o banco desde a chegada de Caruso. Já Chorí Domínguez mostrou o porquê de ser o 12º jogador do River. Toda jogada de ataque, a bola passava no pé dele. Quando teve espaço, alguns dos jogadores do Ciclón sentiram a camisa, outros mostraram falta de qualidade técnica. A defesa do San Lorenzo, por exemplo, era repleta de garotos. Damián Martínez (22), Matías Catalán (19), Brian Luciatti (19) e Palomino (22).

O segundo tempo mudou de perspectiva logo aos 3 minutos. Villalva abriu o placar em um chute cruzado após boa jogada iniciada pela esquerda pelo Diego Martínez. O San Lorenzo teve que adiantar a sua linha de meio e abriu espaços na sua entrada da área. Mais espaço para Chorí Domínguez que, logo após, foi poupado para a entrada de Cazares. O garoto da base deitou e rolou por ali. Aos 33 minutos, após um chutão, Luis Vila (entrou no lugar do Keko Villalva) desviou de cabeça e Rogelio Funes Mori bateu na saída varzeana de Nereo Champagne e fechou a conta como contra o Sporting Belgrano nas 16avos de final.

Agora, o San Lorenzo foca somente na suga do descenso. Veremos se Almeyda escalará os titulares contra o Racing, agora nas semifinais da Copa Argentina. A garotada mostrou que está ligada e tem futuro. Parece ter mais jogadores de qualidade da sagra Lamela/Lanzini que só consagrou o primeiro até o momento.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Análise tática do Vélez Sarsfield na Libertadores


O treinador Ricardo Gareca tem feito diversas experiências ao longo do ano. Sofrendo com lesões e suspensões, o ex-atacante lançou de diversos esquemas táticos, começando com 4-3-1-2,  passando pelo  4-4-1-1 e finalmente chegando ao 4-4-2 que vem sendo utilizado nas últimas partidas.

Vélez no 4-4-2. Fernández, lesionado, deu lugar a Bella.
A fase defensiva deste 4-4-2 apresenta duas linhas de quatro jogadores. A primeira linha normalmente tem Cubero, Sebá Domínguez, Ortiz e Papa em sua formação inicial, embora o zagueiro Tobio tenha iniciado algumas partidas na vaga de Ortiz. A segunda linha conta com Fernández, Cerro, Zapata e Cabral. Duas alterações são possíveis: Canteros na vaga de Zapata e Insúa na vaga de Cabral, o que alteraria o esquema para um 4-3-1-2 com Insúa de enganche. Martínez e Pratto marcam a saída de bola do adversário; A marcação é feita por zona e com pressão do jogador responsável pelo setor.
Nos lances ofensivos, um dos laterais sobe para o apoio enquanto o outro se mantém preso à base. Cerro normalmente guarda posição e permanece a frente da linha defensiva. Cabral e Fernández jogam como dois meias-extremos típicos: ora infiltram na área para finalizar, ora fazem jogadas de linhas de fundo sempre trabalhando com o lateral apoiador. O atacante Martínez joga movimentando-se pelos flancos, principalmente o esquerdo, explorando jogadas em velocidade às costas dos laterais. O centroavante Pratto é a referência de ataque da equipe do Vélez com suas jogadas de pivô, recuando para receber a bola, fazer a proteção e tocar para um companheiro melhor posicionado.
As transições da equipe são rápidas. A recomposição defensiva da equipe é eficiente, ocupando rapidamente os espaços. A transição ofensiva acontece através de três jogadas: tabelas entre lateral, volante e meia-extremo, lançamentos para Martínez e o pivô de Lucas Prato, que, embora seja importante na criação de jogadas,  não tem marcado muitos gols.
Os principais pontos fracos do Vélez são a cobertura dos laterais, o espaço deixado entre lateral e zagueiro e o bote alto dos jogadores da linha defensiva, o que acaba deixando espaços que podem ser aproveitados pelo adversários.
Postado originalmente no Blog Futebol na Prancheta (http://wp.me/p1PsNK-2D) pelo Felipe Milanezi.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Em partida truncada, Boca e Vélez ficam no 0 a 0


Boca Juniors e Veléz Sarsfield entraram em campo para fechar a 14° rodada do Clausura. O Boca precisava de uma vitória para retomar a liderança do Clausura. Já o Vélez entrava em campo precisando de uma vitória para alcançar a pontuação de Boca, Tigre e Arsenal. Tendo jogos de Libertadores na quarta, a equipe Xeneize não poupou Roncaglia e Clemente Rodríguez, que voltavam de lesão.  El Fortín preservou apenas o atacante Martínez.

Escalando seu time no já tradicional 4-3-1-2, Falcioni manteve a dupla de ataque com Cvitanith e Mouche e a presença de Sánchez Miño na linha de volantes. O Veléz mudou o esquema para um 4-2-3-1 com Insúa na esquerda da linha de três meias e Ramírez centralizado e Fernández na direita. Outra novidade foi a entrada de Canteros na equipe principal.

O jogo começou truncado com poucos ataques de ambas as equipes marcando muito forte, sem deixar espaços para o adversário. O Vélez atacava com jogadas pelos lados do campo, enquanto o Boca procurava fazer as suas jogadas com o enganche Riquelme.

O time de Liniers tomava conta das ações ofensivas, mas não conseguia ser efetivo, finalizando apenas uma vez em todo o primeiro tempo. O Boca tinha como principal recurso os contra-ataques em velocidade com Pablo Mouche, mas não finalizou a gol durante a primeira etapa.

Aos 41 minutos de partida, Roncaglia, voltando de lesão, foi expulso após uma entrada muito violenta. A partir desse momento, Clemente Rodríguez virou lateral direito, com Sánchez Miño ocupando a lateral esquerda e Mouche recuando para recompor o espaço deixado por Miño na linha de três volantes.

Na segunda etapa, o Boca surpreendeu e, mesmo com um jogador a menos, começou atacando a equipe do Vélez, pressionando ainda no campo de ataque e não deixando a equipe de Gareca atacar. Mas o Vélez foi crescendo aos poucos e voltou a comandar as ações ofensivas, fazendo com que o time da casa voltasse a especular nos contra-ataques.

Vendo o adversário crescer na partida, Julio César Falcioni sacou Cvitanith, que fez uma partida apagada, para colocar em campo Sosa e recompor do sistema defensivo. Com a alteração, o Boca voltou à formação original com Sosa na direita, Rodríguez na esquerda, Miño na linha de volantes e Mouche puxando contra-ataques em velocidade. Gareca também tentou mudar a partida com as entradas de Martínez e Bella, mas pouco atacou pela boa postura defensiva da equipe Xeneize.

O placar de 0 a 0 tirou a liderança do Boca e a aumentou a distância do Vélez para o, agora líder isolado, Newell’s Old Boys. As duas equipes voltam a campo quinta-feira, quando recebem em seus respectivos domínios Fluminense e Santos.

domingo, 13 de maio de 2012

Com dublete de Trezeguet, River vence Atlético Tucumán

Trezeguet, de cavadinha. Golaço.
(Foto: Olé)
Depois de uma lista de 700 torcedores do River chegarem a polícia local para serem "barrados", tivemos uma grande partida. Trezeguet, novamente, foi essencial e agora registra  12 gols em 16. O que significa um gol a cada 84 minutos (12 gols em 16 jogos). Maestrico González, jogando com a 10, foi muito bem até se lesionar (previsão de, no mínimo, 10 dias fora). Chorí Domínguez entrou da mesma forma, se não melhor, e fez uma jogada espetacular para o 3º gol do Millo.

Os Millonarios entraram sonolentos na partida. Acordaram quando tomaram o primeiro golpe. Logo aos 7 minutos do primeiro-tempo, Fondacaro, lateral-direito ex-Boca, começou a jogada pelo flanco direito e correu para a área. O cruzamento, no primeiro pau, encontrou a cabeça no baixinho que desviou no canto de Vega. Nas cordas, o River sentiu o golpe e tentava, a qualquer custo o gol de empate, dando espaços para o contra-ataque. Na única jogada mais trabalhada, o empate. Depois de 11 toques seguidos, Maestrico González tabelou bonito com Cavenaghi e tocou na saída do Dei Rossi. Dessa vez, foi o Atlético Tucumán que sentiu o gol. Dois minutos depois, Barone cometeu pênalti em Carlos Sánchez. Trezeguet, agora cobrador oficial do clube, bateu rasteiro no meio para virar o jogo.

O jogo esfriou um pouco no segundo tempo. O Decano chegou a marcar, mas o gol foi bem anulado pela arbitragem. Até que, após sucessivos chuveirinhos do time de Tucumán, Chorí Domínguez recebeu a bola. Com toda a energia possível, já que no lance anterior havia entrado. Colocou no chão, passou por dois deixou Trezegol cara a cara com o goleiro. Dei Rossi saiu nos pés do atacante que teve calma e deu uma cavadinha. Golaço. O River passou a administrar a luta, digo, confronto. Quando tudo parecia estar liquidado, Barone, o zagueiro capitão o qual no meio da semana havia feito um gol contra e eliminado o clube da Copa Argentina aos 45 minutos do 2º tempo diante o Racing, descontou de cabeça dando vida ao Decano. O time se lançou ao ataque e, após um rebote, Carlos Sánchez emendou um chute de fora da área, acabando com o jogo. Um golaço e o desabafo abraçando Almeyda.

Com a vitória, o River assumiu a liderança provisória. Porém, no Domingo, foi ultrapassado pelo Rosário Central que teve seu gol da vitória nos pés de Castillejos aos 42 minutos do segundo tempo. Na segunda, o Instituto pega o Boca Unidos em Corrientes. Jogo marcado na agenda dos secadores. Uma vitória do Instituto faz permanecer a tabela antes da rodada. River em 3º, disputando a Promoción e não subindo direto.


sábado, 12 de maio de 2012

ROMÁN!


Um intenso debate preocupou os observadores da Libertadores da América durante a primeira fase do certame: seria este Boca Juniors um novo Boca? Ou estamos diante da continuação do VIEJO BOCA, o multicampeão que apavorou a América nos anos 2000 com altas doses de paciência e pragmatismo? Ninguém sabe, é claro. Mas, na noite de ontem em Santiago, ficou claro que Juan Román Riquelme está fazendo a sua parte para reeditar o futebol vencedor das eras de Bianchi e Basile, aquele Boca que acumulou quatro canecos continentais a partir de 2000. Em três lances, Riquelme desmontou a defesa do Unión Española e classificou os xeneizes para as quartas-de-final da Copa. Flu e Inter se matam na noite dessa quinta para ver quem terá a missão de encarar a esquadra azul y oro na próxima fase. 
Tanto na Bombonera quanto no Santa Laura, os hispanos não se encolheram e foram atrás do resultado. Nos primeiros movimentos, Jaime chutou cruzado e perdeu uma boa chance. Mas a classificação boquense começou a se tornar irreversível logo aos 25 do primeiro tempo. O camisa 10 tinha uma falta para bater no lado direito da intermediária de ataque. Podia jogar pelo alto, sem qualquer imaginação, como faria um jogador comum pagador de impostos. Mas parece que o Boca tinha ensaiado uma jogada. Em vez de usar o jogo aéreo, Riquelme bateu rasteiro, solicitando à bola uma curva procurante que encontrou Insaurralde dando um carrinho no segundo poste. Os jogadores comemoraram com a cumplicidade de quem sabe que o gol não tinha saído por acaso.
A partir daí, os chilenos tinham que fazer dois para levar a contenda aos pênaltis. E não foi por falta de iniciativa. Vecchio chutou uma pilha de bolas em gol, levando perigo a Órion pelo alto, de longe, pelo lado. Aos 43 do segundo tempo, um hispânico qualquer cabeceou forte para defesa do arqueiro xeneize e, no rebote, Herrera chutou na FORQUILHA de Órion. Dois minutos depois, Jaime girou dentro da área e concluiu em cima do goleiro do Boca. Não era jogo fácil para a equipe de Falcioni. Mas assim é a VIDA do Boca: o adversário cresce, ocupa espaços, Schiavi sente o ciático, Órion espalma para todos os lados. Nos intervalos, o Boca segura a bola, gasta o couro, mas parece que nada – JAMAIS – vai acontecer.
Pouco mudou na volta do intervalo. Até que, aos 15 minutos, um zagueiro hispânico teve um TRECO e, em vez de chutar para o, sei lá, PACÍFICO, o rapaz se desmanchou diante de Román. Sozinho diante do goleiro Lobos, o craque segurou a bola, tirou o relógio do bolso e aguardou p-a-c-i-e-n-t-e-m-e-n-t-e a passagem de Mouche. Riquelme deu o tapa pro lado no instante ideal, momento de perfeição físico-cinética, e o camisa 7 só teve o trabalho de empurrar para dentro sem derramar suor. Muito jogador teria dado um bico doido ao roubar a bola do pobre zagueiro. Riquelme aguarda. Aguarda até que os movimentos dos ASTROS determine que chegou a hora de passar a bola para o único destino possível – o gol.
Dois minutos depois, Vecchio encontrou Pineda na área, que colocou fora do alcance de Órion. O gol hispânico significava pouca coisa aos 18 minutos do segundo tempo, apenas o suficiente para deixar a partida minimamente interessante ainda (os chilenos precisavam de mais TRÊS gols para reescrever esse roteiro). Mas, aos 23, Mouche puxou o contra-ataque e lançou Riquelme pelo lado direito. O pibe se fez de VELHO e ingressou devagar na área como um popular que entra na loja de roupas elegantes e diz ESTOU APENAS OLHANDO ao vendedor. Quando a zaga se movimentou para lhe tirar a bola, Román passou pelos dois sem esforço. Um terceiro ainda parecia interessado em lhe roubar, mas Riquelme o superou e tocou na saída de Lobo.
Um golaço. É tudo tão fácil que me surpreendo ao ver o vídeo e perceber que Riquelme está suando. Não parece fazer qualquer esforço.
Logo depois, o Unión Española ainda teria um pênalti. Herrera bateu, Órion defendeu, mas Jaime balançou o barbante no rebote e decretou os 2×3 finais. Os hispânicos continuaram, com HOMBRIDADE, a erguer bolas na área em busca de um milagre furtivo. No entanto, arrisco dizer que os próprios chinelos só pensavam numa coisa: COMO JOGA ESSE RIQUELME!
Nesta quinta, às 22h, Fluminense e Inter se encontram no Engenhão. Quem se classificar, terá o Boca pela frente. Seja como for, será um grande embate. Inter e Flu eliminaram os argentinos recentemente de competições sul-americanas (os vermelhos em 2008 pela Sulamiranda e os tricolores pela Libertadores do mesmo ano). Foram os dois clubes responsáveis por encerrar aquele ciclo vencedor do Boca. Pelo menos era o que se suponha até agora. Riquelme, depois de uma apresentação de VELUDO, CETIM E CONFIT DE PATO, parece animado para ressuscitar EL VIEJO.
Postado originalmente no Impedimento (http://impedimento.org/2012/05/09/roman/) pelo Alexandre de Santi.