Em mais uma amostra do futebol de resultado imperando nos times brasileiros, o time de Joel entrou em campo claramente para conseguir, no máximo, um empate – e não a vitória – enquanto o Lanús sofreu pelo desfalques de peças importantes, além da má participação de outras duas. Ruim para o futebol, ruim para o Lanús e bom para o Flamengo – quanto ao resultado conquistado.
Disposto taticamente no 4-2-3-1, o time treinado por Gabriel Schürrer dominou grande parte das ações ofensivas. Entretanto, ao contrário do que havia sido apresentado anteriormente, osGranates pecaram em vários pontos, principalmente na jogada visando Pavone, onde a arma foi se tornando previsível e aos poucos sendo anulada pela defesa rubro-negra. Muito por conta do “sumiço” de Valeri, que por incrível que pareça fora anulado na maior parte por Aírton, deixando Neira sozinho com a tarefa de organizar as jogadas ofensivas, outro erro – tendo em vista que, nem Pereyra, muito menos Neira, são articuladores.
A estratégia de Joel era simples: se defender como puder, e sair em contra-ataques com os laterais. Previsível – como tem sido nos jogos sob o comando de Joel Santana, assim como na época de Vanderlei Luxemburgo. O “Papai” armou o time no 4-4-2, com quatro volantes, escalados com o único propósito de bloquear os avanços dos laterais e dificultar a criação das jogadas, especialmente na marcação à Valeri. O que de fato conseguiu, entretanto jogou como clube pequenino, sendo covarde.
Mas futebol é futebol. Apesar dos times terem sido previsíveis com a bola rolando, o futebol é imprevisível. No último lance da etapa inicial, aos 45′, Júnior César avançou pela esquerda, colocou a bola na área, passou por Ronaldinho e Deivid, passou também por Goltz, Braghieri e Balbi, sobrando para Leonardo Moura abrir o placar. Gol que premiou o futebol de resultado.
Na volta do intervalo, obviamente que o Flamengo do “Papai” se acovardou ainda mais. E mesmo com a entrada de Romero no lugar de Neira, o Lanús continuou com o domínio, entretanto, ameaçando pouquíssimas vezes. Joel então sacou Aírton para a entrada de Bottinelli, reposicionando o time no 4-3-1-2. O mesmo fez Schürrer, colocando Carranza no lugar de Pereyra. A mudança Granate surtiu efeito instantes depois.
Braghieri ganhou de Júnior César, a bola sobrou para Romero que cruzou, e após confusão na área rubro-negra, Carranza mostrou estrela e completou, com um chute a queima roupa, empatando o jogo. O gol do Lanús saiu aos trancos e barrancos, expondo a falta que fez Valeri, Regueiro, Camoranesi e Pizarro.
Com Luiz Antonio, e a manutenção do 4-3-1-2, o Flamengo até avançou um pouco, trocou alguns passes, deu dois sustos à Marchesín, mas nada de gols. E assim foi o jogo no Ciudad de Lanús, apelidado de “La Fortaleza”. A declaração pós-jogo de Joel resume bem o seu time: “independentemente de estar melhor ou não, estávamos ganhando o jogo. No futebol, vale o resultado. Fomos dominados? Fomos dominados. Mas nossa estratégia era para não deixar eles levarem a gente para dentro da área“. O resultado em si, é bom. Porém, pela apresentação, o jogo não pode ser valorizado para a sequência, tamanha covardia do time rubro-negro.
Assim, Lanús e Flamengo ficam empatados na segunda colocação, em primeiro vem o Emelec-EQU que bateu o Olimpia-PAR por 1-0, na semana passada. A disputa no grupo deverá ser assim mesmo, bem parelha.
Por Arthur Barcelos (http://twitter.com/ArthurBarcelos_). Postado originalmente no A Prancheta (http://a-prancheta.com/ )
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