No último domingo, num jogo válido pela 14ª do Apertura do Campeonato Argentino, Vélez e Boca fizeram um jogo muito movimentado, e interessante, no estádio José Amalfitani, porém pecaram nas finalizações, talvez até pela solidez defensiva de ambos, mas ficou aquele gostinho de faltou algo a mais dos times, logicamente, o(s) gol(s).
Os times fizeram valer a expectativa para o jogo, mas em cada tempo, uma equipe em especial “dominou” em 45 minutos. O primeiro tempo foi do time visitante, o Boca Juniors, atual líder do Apertura com oito pontos de vantagem para o segundo colocado (Racing), aliás, será que o grande Boca Juniors, conquistador da América, está voltando? É bom os times ligarem o sinal de alerta, pois se nos cinco jogos que faltam o time manter a liderança, voltará a disputar a Libertadores.
Taticamente, a equipe muito bem armada pelo DT, Falcioni, um 4-3-1-2 com um trio de volantes muito seguro, que protege a defesa com autoridade. Sem Riquelme, lesionado, o jovem Chávez jogou em seu lugar, talvez tenha o camisa 21 sentido a pressão, e não fez uma das melhores apresentações. No entanto, a dupla de atacantes (Mouche e Araújo) foi bem, muita movimentação, confundindo o sistema defensivo do Vélez em vários lances, que ainda contavam com o constante apoio de Clemente Rodríguez pelo lado esquerdo. Mas como é normal, um lateral busca ir a linha de fundo levantar a bola na área, e o recém-convocado para a seleção fazia isso, porém levantava a bola para ninguém, pois Mouche e Araújo não são atacantes de área, e sempre estavam mal posicionados para tentar o cabeceio, os atacantes que desempenham esse papel estão lesionados: Viatri, Blandi e Cvitanich. Talvez tenha esse sido o principal problema do Boca. Rodríguez até percebeu isso, e já não passou a apoiar como antes, e não chegava mais a linha de fundo, ou tentava passes para os atacantes, ou ia em diagonal fazer tabelas.
Já o Vélez de Ricardo Gareca, que não é o mesmo desde a saídas de jogadores como: Morález, Álvarez, Silva, também veio no 4-3-1-2. Tinha mais a posse de bola, porém chutava muito pouco ao gol, já que David Ramírez e Juan Manuel Martínez tinha certa dificuldade em furar o forte bloqueio xeneize e fazer a bola chegar em Rescaldani, que era sem dificuldades marcado por Insaurralde.
Na volta do intervalo, certamente depois de uns ajustes de Ricardo Gareca, o time voltou mais ativo, procurando realmente levar perigo ao gol de Orión. Conseguiram, porém sem eficiência, o mesmo problema do Boca no primeiro tempo. Porém o time ficou mais perigoso apenas quando Gareca promoveu a entrada de Augusto Fernández no lugar de David Ramírez, passando a jogar no 4-4-2 e investir nas jogadas laterais. Mas com a saída do cansado J. M. Martínez e a entrada do veterano Guille Franco, El Fortín perdeu em velocidade e criatividade, e os cruzamentos de Fernández (direita) e Papa (esquerda) não conseguiam levar tanto perigo.
Sem a necessidade de atuar com três volantes, Falcioni também mexeu na equipe e passou para o 4-4-2. Com a entrada de Colazo no lugar de Erbes, e na base de contra-ataques, pouco chegou a área do Vélez em boas condições.
Um 0×0 “injusto”, se levado em conta a qualidade que foi o jogo, porém faltou “o matador” em ambos os times. Definitivamente o Boca sentiu a falta de Viatri, Blandi e Cvitanich. Enquanto o Vélez sente a falta de Santiago ‘El Tanque’ Silva, que se transferiu para a Fiorentina, e o experiente atacante mexicano, Guille Franco, não lembra nem um pouco aquele matador dos tempos de Monterrey.