quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Argentina convocada para o Sul-Americano Sub-20 2013

Lisandro Magallán

Logo após o término do Torneio Inicial, Marcelo Trobbiani convocou a Seleção Argentina Sub-20 para o Sul-Americano da categoria ao qual a Argentina sediará nas cidades de San Juan e Mendoza. Os quatros primeiros colocados se classificarão para o Mundial Sub-20 da Turquia. A Argentina tem, em seu grupo, Paraguai, Bolívia, Chile e Colômbia. Cada equipe joga quatro partidas na primeira fase. Após, as três melhores equipes de cada grupo (A e B) formam um grupo com 6 seleções onde cada equipe joga 5 partidas.

Lucas Romero


O selecionado argentino realizou pré-temporada em dezembro para atrapalhar o menos possível os clubes argentinos. Lucas Ocampos, meia-atacante do Monaco, e Paulo Dybala, atacante do Palermo, não foram liberados por seus clubes. O destaque foi a não convocação de Leandro Paredes, enganche do Boca. Trobbiani justificou dizendo que Lanzini, Alan Ruiz e Federico Cartabia, convocados, já fazem essa função. Cartabia joga no Valência B e foi liberado, assim como Iturbe, do Porto. Os últimos dois se juntaram aos treinos somente no 26/12.
Manuel Lanzini

Goleiros: Walter Benítez (Quilmes) e Andrés Mehring (Colón)

Laterais direito: Eros Meraglia (Vélez) e Alan Aguirre (Boca Juniors).

Laterais esquerdo: Lucas Rodríguez (Argentinos Juniors) e Carlos Ruiz (River Plate)

Zagueiros: Lisandro Magallán (Boca Juniors), Jonathan Valle (Newell`s Old Boys) e Lautaro Gianetti (Vélez).

Volantes: Marcos Fernández (Colón), Matías Kranevitter (River Plate) e Lucas Romero (Vélez).


Meias: Carlos Luque (Colón), Ricardo Centurión (Racing), Juan Ignacio Cavallaro (Unión), Alan Ruiz (San Lorenzo), Manuel Lanzini (River Plate), Federico Cartabia (Valência-ESP) e Agustín Allione (Vélez).

Luciano Vietto
Atacantes: Lucas Melano (Belgrano), Luciano Vietto (Racing) e Juan Manuel Iturbe (Porto).

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Grupos da Libertadores 2013: Boca, Vélez e Arsenal com vida difícil, já Newell`s e Tigre comemoram timidamente


O sorteio começou com a bolinha do Tigre primeiramente sendo tirada. Enfrentará o Deportivo Anzoátegui, vencedor da Copa da Venezuela 2012, em um confronto muito parecido com o Arsenal X Sport Huancayo da Pré-Libertadores do ano passado. A sorte, ao que tudo parecia indicar, estava ao lado dos argentinos. O que parecia se confirmar quando o fraco The Strongest caiu no grupo 3 do Arsenal, cabeça de chave. Porém não. Não estava.

Salvo os torcedores do Newell`s, vários hinchas ficaram com os cabelos em pé na Argentina. Até mesmo os pelados. O Vélez, cabeça de chave do Grupo 4, já recebeu, logo de cara, o Peñarol. Clube que o eliminou nas semifinais da Libertadores 2011 com direito a pênalti perdido por Santiago Silva e tudo. Depois disso, chegou a 3ª rodada do sorteio. Boca no Grupo 1. Já estavam lá Barcelona-EQU e Nacional-URU. Atlético Mineiro no Grupo 3, aquele que era "facinho facinho" para o Arsenal. Emelec no Grupo 4 para tentar tirar o favoritismo de Vélez e Peñarol. E parte de Rosário comemorou. Newell`s no Grupo 7 com Deportivo Lara, a Universidad de Chile enfraquecida após a saída de Sampaoli e, posteriormente, Olimpia ou Defensor, confronto da Pré-Libertadores. A última rodada mostrou que o Arsenal terá que fazer uma ótima pré-temporada para passar de fase.Quem passar de São Paulo e Bolívar entrará no seu grupo, se tornando uma 3ª força. O Toluca entrou no Grupo 1 com o Boca para dar aquela compensada e o Vélez soube que enfrentará o vencedor de Deportes Iquique e León, aquele adversário que define quem passa, tirando pontos dos favoritos. O Tigre, após ser confirmado na Libertadores 2013 e enfrentar um fraco time na Pré, descobriu seu grupo caso confirme o favoritismo e vença o time venezuelano. É o 2 juntamente com Sporting Cristal, Libertad e Palmeiras.

Chega de conversa e vamos aos grupos (argentinos em destaque):

Grupo 1: Barcelona-EQU, Nacional-URU, Boca Juniors e Toluca-MEX
Grupo 2: Sporting Cristal-PER, Libertad-PAR, Palmeiras-BRA e G1 (Tigre ou Anzoátegui)
Grupo 3: Arsenal, The Strongest-BOL, Atlético Mineiro-BRA e G5 (São Paulo-BRA ou Bolívar-BOL)
Grupo 4: Vélez, Peñarol-URU, Emelec-EQU e G6 (Deportes Iquique-CHI ou León-MEX)
Grupo 5: Corinthians-BRA, San Jose Oruro-BOL, Millonarios-COL e Tijuana-MEX
Grupo 6: Independiente Santa Fé-COL, Cerro Porteño-PAR, Real Garcilaso-PER e G3 (Tolima-COL ou Cesar Vallejo-PER)
Grupo 7: Deportivo Lara-VEN, Universidad de Chile-URU, Newell`s Old Boys e G4 (Olimpia-PAR ou Defensor-URU)
Grupo 8: Fluminense-BRA, Huachipato-CHI, Caracas-VEN e G2 (Grêmio X LDU)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A MARATONA DE IGGY POP E OUTROS CAUSOS DO ARGENTINÃO


O título argentino conquistado neste final de semana coroou aquele que talvez seja hoje o melhor maratonista do futebol sul-americano (disputando o posto com o Corinthians). O Vélez Sarsfield aposta na continuidade como um fundista. Nem sempre está na frente, mas lá no final passa todo mundo e consegue atingir o objetivo proposto. Perdendo e ganhando torneios, o Fortín se firma como o clube mais consistente da Argentina nos últimos anos.
trabalho começou quando o ex-ídolo do grande Vélez dos anos 1990 Christian Bassedas – também ele fruto da continuidade, tendo jogado por quase uma década no clube – assumiu como “manager”, no final de 2008. Foi ele quem tirou Iggy Pop do rock n’ roll contratando-o como técnico. Também conhecido como Ricardo Gareca, outro que foi ex-jogador, ele assumiu tão logo Bassedas entrou.
Já no Clausura 2009, a dupla ganhou seu primeiro título. Ali já estavam jogadores que fizeram a volta olímpica neste domingo, como o zagueiro Sebá Dominguez, o lateral-esquerdo Papa, o arqueiro Montoya e o volante (agora capitão) Cubero.
Também é verdade que o Vélez soube ir se oxigenando, trazendo novos jogadores e perdendo outros. Passaram neste período e se foram, por exemplo, o petiço Maxi Moralez, o zagueiro de seleção Otamendi, o liso Martinez ou o insano Santiago Silva. Mas o clube trouxe o ótimo Federico Insúa para a meia-cancha, o também excelente Lucas Pratto no comando do ataque. Outra boa contratação, Jonathan Copete, atacante colombiano que se destacou no título do Independiente Santa Fé no primeiro semestre, mal jogou. O clube de Liniers soube também encontrar revelações como o meio-campista Cerro, que veio do Quilmes, e especialmente Facundo Ferreyra.
Rebaixado com o Banfield no meio deste ano, o moleque de 21 anos foi do inferno à redenção em um semestre. É um dos artilheiros do CLARINZÃO com 11 gols, empatado com Ignacio Scocco, do Newell’s. No jogo do título fez os dois gols da vitória sobre o Unión de Santa Fé, um resultado que parecia óbvio, uma vez que o Unión simplesmente não ganhou nenhum jogo em dezoito disputados no Apertura (agora chamado do Torneo Inicial) e teve DOZE derrotas.
Entretanto, o nervosismo normal das decisões prevaleceu no primeiro tempo. O primeiro gol de CHUKY Ferreyra saiu aos 3 do segundo tempo, de cabeça, e o segundo próximo ao fim da partida, também de puro oportunismo. Enquanto isto, o Lanús não conseguia a vitória contra o River no Monumental, que lhe daria sobrevida, e ainda levou um gol de Rodrigo Mora aos 30 do segundo tempo.
A festa era linda no Amalfitani abarrotado. Impressionante como a quantidade de torcedores do Vélez no estádio é sempre proporcional à relevância do jogo. Numa partida corriqueira, sempre há poucos torcedores. Quando há relativa importância, enchem dois ou três lados do retângulo que é o estádio. Num jogo como o de domingo, lota o estádio como se brotassem torcedores do Vélez e aparecem com maior intensidade os balões, as barras, e todo tipo adereço típico do futebol argentino. A tradicional comemoração na Avenida 9 de Julio, porém, foi alvo de flauta das torcidas rivais, porque ali, naquela via imensa, com umas cinco mil pistas, e PRAÇAS no lugar dos canteiros, fica evidente que é pequena a torcida do Vélez.
Na maratona do Fortín com Gareca, o clube já conquistou três campeonatos nacionais (em 2009, 2011 e 2012). Também fez campanhas boas ou razoáveis em três Libertadores. Em 2010, liderou seu grupo, mas parou nas oitavas ante um surpreendente Chivas, que esmagava a tudo e a todos jogando em casa. Em 2011, parou na semifinal, num jogo épico contra o Peñarol, que inclui muita demência, heroísmo e pênalti desperdiçado por Santiago Silva. Em 2012, mostrou-se um time muito sólido taticamente, parando no Santos de Neymar nas quartas, que precisou parir uma bigorna para marcar um gol na equipe de Gareca e vencer nos penais.
É claro que o Vélez se regozija com o domínio recente, mas também é evidente que quer repetir o feito de 1994, quando assou o São Paulo de Telê e o Milan de Baresi em uma PARRILLA. Talvez o Fortín precise de alguns jogadores de um nível maior para almejar a Copa. Mas a simples continuidade de um trabalho fortíssimo também pode premiar o clube. Gareca faz um certo mistério sobre sua permanêcia, enquanto o presidente do clube o compara a Alex Ferguson. O certo é que é bom para o futebol sul-americano um técnico obter sucesso num longo trabalho.
***
Além de Gareca, outro treinador argentino que deverá ser alvo de nossa respeitosa atenção na Libertadores do ano que vem é Gerardo “Tata” Martino. Adotando uma ideia tática semelhante ao que fazia no Paraguai, eliminado pela Espanha nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul, o treinador colocou o Newell’s Old Boys em sua sexta Libertadores, dessa vez na fase de grupos, ao contrário de 2010.
A tarefa, que parecia impensável no começo do ano, ganha um contorno meio cinematográfico se considerarmos a relação entre Tata Martino, ex-jogador formado pelo Newell’s, com longa trajetória no clube e leproso declarado. Dono de um dos trabalhos mais consistentes entre os treinadores sul-americanos nos últimos anos, Tata Martino recusou empregos melhores para tentar reerguer seu time do coração. E foi com ele que o Newell’s se afastou da zona do descenso e agora retorna à Libertadores, por ter a melhor campanha do ano ao lado do Boca Juniors, em uma condição superior à de mero coadjuvante.
Com Martino, o Newell’s chegou a liderar o Torneio Inicial por várias rodadas, mas foi superado pela maior consistência do Vélez. Mesmo assim, os leprosos despontam como uma das boas equipes da competição, justamente pelo trabalho sólido do treinador. Em campo, o destaque fica para Ignacio Scocco, co-artilheiro da competição com 11 gols. O atacante de 27 anos, revelado pelo clube rosarino e com passagens pelo México, Grécia e Emirados Árabes, é apontado como um dos craques do campeonato.
Curiosidades curtas
- Rolando Schiavi aproveita sua última semana como jogador de futebol participando de ações sociais e tirando fotos com misses. A partida de despedida será com o Godoy Cruz do técnico Martin Palermo, que estreou no fim de semana com empate sem gols contra o Quilmes.
- O Tigre, finalista da Copa Sul-Americana, tem solamente uma vitória no Torneo Inicial, e figura na penúltima posição.
- Depois de voltar à primeira divisão no ano passado, no jogo que decretou a queda do River Plate, o Belgrano fez a melhor campanha de sua história – é o terceiro na tabela, com 33 pontos.
- Espécie de Celso Roth do Monumental de Núñez, Ramón Diaz chega para seu terceiro ciclo como treinador do River Plate. Ele já dirige a equipe millonaria na última rodada do campeonato.
- Completo protagonista na competição, o River acabou influenciando na decisão do campeonato. Ao vencer o Lanús, segundo colocado, garantiu o título do Vélez Sarsfield e a presença do rival Boca Juniors na próxima Libertadores.
- O jogo mais dramático da penúltima rodada aconteceu no Nuevo Gasómetro. Bem perto da zona do descenso, o San Lorenzo recebeu o Independiente e saiu perdendo, mas virou a partida no segundo tempo, com um golaço de Alan Ruiz de fora da área. O San Lorenzo termina o ano um pouco mais afastado da região da degola, mas o Independiente segue vivendo seu drama. Após a partida, torcedores insultaram jogadores e o meia Fredes reagiu: “Vení a jugar vos, papi”.
Post originalmente postado no Impedimento (http://impedimento.org/) por Felipe Prestes e Daniel Cassol.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

BOGOTAZO

El Flaco Echeverría em uma das principais armas do Tigre: a bola parada
(Foto: Sitio Oficial Club Atlético Tigre)
Nas três classificações - para as oitavas, quartas e semifinais - o Tigre se classificou em casa, marcando 4 gols. 4 a 1 sobre o Argentinos Juniors na fase nacional, 4 a 0 no Deportivo Quito nas oitavas e 4 a 2 sobre o Cerro Porteño nas quartas. Porém o fator casa não poderia decidir mais esse confronto. O Millonarios foi, sem medo algum, à Argentina e saiu com um 0 a 0 de lá. O Tigre teria que marcar e se impor fora de casa. Dessa vez, a temida Bogotá com altitude e tudo. Cidade que eliminou Palmeiras e Grêmio.

Gorósito surpreendeu. Nos primeiros minutos, adiantou suas linhas e pressionou a saída do Millonarios. Depois, começou a alternar momentos de pressão e de marcação atrás do meio campo. Não foi somente uma vez que os 11 jogadores do Tigre estavam atrás da linha da bola. Gorósito acertou em cheio em outra questão: sacou Matías Pérez García, enganche de mais cadência, para colocar o jovem Botta que poderia se aproximar mais de Maggiolo, formando assim um 4-4-1-1 com duas linhas muito bem compactadas. Ligações diretas para Maggiolo também eram uma opção. Em uma dessas, Botta quase marcou gol antológico. Em outra jogada, falta cobrada por Botta na cabeça do Lechuga Maggiolo, obrigando Delgado a salvar quase que sobre a linha. O primeiro tempo lembrava o jogo diante o Grêmio quando o tricolor gaúcho saiu na frente, todavia o Tigre não marcou. Drama.

Drama que aumentou nos primeiros minutos do segundo tempo. Ochoa fez fila e Paparatto, lateral direito/zagueiro e um dos heróis desse time, salvou sobre a linha. Lembranças do jogo diante o Grêmio vinham, cada vez mais, a tona. Porém, aos 20 minutos do segundo tempo, em algum lugar do mundo, Arruabarrena vibrou. E disto eu tenho certeza. O técnico foi vice campeão, por pouco não ergueu a taça do Clausura deste ano e salvou a equipe de um rebaixamento consumado. Para você ter noção, a queda era tão provável quanto a do Fluminense em 2009: 99% de chance segundo alguns matemáticos. O grupo se uniu e, após a classificação sobre o Deportivo Quito - na mesma semana da sua demissão por conta de um Apertura fraco - os jogadores ofereceram a goleada para El Vasco. E ele vibrou após ver Maggiolo escorar de cabeça e Echeverría, o zagueiro artilheiro, marcar em uma jogada de bola parada, principal característica do time do ex-Diretor Técnico. Depois do gol, o Tigre voltou a compactar suas linhas e a primeira linha, formada por 4 zagueiros, se consagrou nas bolas aéreas. O Millo chegava até a entrada da área, batia na parede do Matador, e voltava ao meio-campo com a bola. Até que, aos 45 minutos, Perlaza decidiu arriscar no gol de fora na área e parar de tentar penetrações. Gol. Mas já era tarde demais. O Millonarios só teve mais uma bola. Balão lá para dentro e nada feito. O Tigre, rugindo quietinho na dele (algo possível somente no futebol), está na final da Sul-Americana após um Bogotazo. Agora, os jogadores querem mais e o Morumbazo é um sonho de fiéis torcedores de um humilde time que chega pela primeira vez a uma final de competição internacional.

O São Paulo é o grande favorito a vencer a Sul-Americana. Tem jogadores como Lucas, Jadson, Luís Fabiano e Ganso, por exemplo. No Tigre vemos somente Botta na qualidade técnica destes citados anteriormente. Cachete Morales, Román Martínez e Carlos Luna, as três principais peças do tão comentado vice-campeonato, foram vendidos. O São Paulo tem o Morumbi. O Tigre tem o caldeirão do Monumental de Víctoria (capacidade de 29 mil), porém a Conmebol só autoriza finais em estádios com capacidade acima de 40 mil e tudo está indefinido. Entretanto, um time que fez aquela campanha para não cair, pode muito bem fazer esse humilde blog ter o título MORUMBAZO após a final.

A hora de provar que é o maior

Ele está de volta.

Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

1995. Ramón Ángel Díaz assumia ao comando do River Plate para sacramentar a mais brilhante carreira quem um técnico já teve em toda história dos millonarios. Foram 4 campeonatos argentinos, 1 Libertadores e 1 Supercopa Sul-Americana (título conquistado em 1997 contra o São Paulo de Dodô, Marcelinho Paraíba e França) até 2002.

2002. Fernando Cavenaghi on fire, D'Alessandro como enganche, Cambiasso na volância, Roberto Ayala na zaga e Ariel Ortega sendo decisivo no ataque. Está certo que esse ano teve alguns vexames como a vexatória eliminação para o Grêmio na Libertadores, em que os argentinos tomaram 4 a 0 no Olímpico, no entanto, veio o Clausura daquele ano e, com ele, uma campanha sensacional, que contou, até mesmo, com um 3 a 0 diante do Boca Juniors em plena La Bombonera, e mais um título para Ramón Díaz, o seu quinto campeonato nacional junto ao seu tão querido River Plate, só que o final da trajetória não foi como esperado já que Ramoncito tinha vontade em continuar mas a diretoria não quis mantê-lo e se encerrou assim a passagem mais vitoriosa de um técnico em toda história do clube.

2012. O River acaba de retornar a elite do futebol argentino e vai fazendo uma campanha no Torneo Inicial que está longe de representar toda a grandiosidade do clube. O elenco é limitado. O ambiente é conturbado. Em meio a várias bobagens cometidas, demorou mas Matías Almeyda caiu. No momento do desespero, não restou outra alternativa se não chamar aquele que cansou de levantar troféus junto a equipe e Ramón Díaz está de volta com um time a ser comandado bem diferente dos que comandou em um passado não muito distante.

Notável por sempre armar esquemas em que a posição de enganche era vital para um bom funcionamento da equipe, Ramoncito não conta com nenhum jogador de destaque para tal função no plantel atual, ou seja, já tem uma primeira dificuldade à vista. 

Entre várias dificuldades, muitas delas relacionadas ao conturbado ambiente interno, mas um dos empecilhos que deverá trazer complicações ao novo técnico chega a ser curioso. Imagine um treinador que chegou a trabalhar com uma dupla de ataque formada por Marcelo Salas e Enzo Francescolli e, agora, ter que comandar ninguém mais ninguém menos do que ROGELIO FUNES MORI. No mínimo, muito tenso.

E, sabendo de tudo isso, reconhecendo todos os empecilhos, Ramoncito topou voltar ao Monumental de Nuñez em um desafio que nada mais é do que uma grande prova de mostra que ele realmente ele é o maior técnico de toda história do River.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A classificação do Tigre e a eliminação do Independiente na Sul-Americana

Santander contribuiu na classificação para sua Copa, a Libertadores
(Foto: Olé) 


A Argentina tem somente um integrante nas semifinais da Copa Sul-Americana. O Tigre, mesmo com a saída de Arruabarrena, se classificou frente ao Cerro Porteño. Já o Independiente perdeu para a Católica por 2 a 1 no Chile e está eliminado. Alguns torcedores, curiosamente, gostaram da eliminação. O clube irá pensar somente no não descenso e esquecerá a outra competição.

Começamos pelo Rojo. Após uma partida muito fraca em Avellaneda, onde poderia, muito bem, ser goleado pela Católica, o time mudou de atitude. Chegou ao Chile precisando vencer ou empatar em 3 a 3 ou mais. Deveria marcar gols. Mesmo começando o jogo melhor, o garoto Cáceres cometeu um pênalti infantil, colocando a mão na bola, e o Rojo viu a Católica sair na frente com Ríos. Aos 36 minutos, a resposta. Boa jogada de Rosales na esquerda e a tentativa de voleio/bicicleta de Vidal culminou no rebote para Santana marcar. Um minuto depois, a arbitragem tratou de ajudar a Católica. Pênalti inexistente de Tula em Castillo e, novamente Ríos de pênalti, colocou os Cruzados na frente. Após o intervalo, pressão total do Rojo durante todo o segundo tempo. Tolo Gallego não tinha mais tática. No ápice da pressão, dois lances consecutivos. No primeiro Farías errou um peixinho sem goleiro. Depois dessa falha, chute cruzado de Ferreyra que Farías chegou, atrasado, de carrinho. 2 a 1 para os chilenos e classificação garantida. Rojo caiu, pelo menos, apresentando um bom futebol, diferentemente do primeiro jogo.

A chegada de Gorósito resgatou ao Tigre um fator casa impressionante que Arruabarrena tinha no vice-campeonato do Clausura. Nas oitavas, havia perdido de 2 a 0 do Deportivo Quito no Equador. Em casa, 4 a 0 para o time de Víctoria. Dessa vez, o time iria enfrentar o bom time do Cerro Porteño, um dos favoritos a levantar o caneco. Jorge Fossati comanda o time que tem nomes como Nanni, Fabro e Salcedo. No Paraguai, 1 a 0 para o -também- Azulgrana local. O Tigre tinha mais posse de bola e sufocava o Cerro em seu campo. Aos 18 minutos, Echeverría, uma das peças do vice campeonato, marcou de cabeça em uma de suas características. O Cerro acordou e os jogadores do Tigre entraram em uma zona de conforto impressionante. Parecia que os pênaltis eram lucro. E, após gols incríveis perdidos por -principalmente- Fabbro, era. Nanni até acertou a travessão. No fim do primeiro tempo, uma surpresa: o belo contra-ataque puxado pelo atrapalhado Santander culminou num belo gol do garoto Rubén Botta. Aos 4 minutos do segundo tempo, novamente a bola beijou a travessão de Javier García. Dessa vez foi Fabbro quem chutou. No contra-ataque, Botta, na ponta esquerda, cruzou e Santander completou para as redes. 3 a 0 e classificação já garantida. Foi isso o que muitos torcedores, e até jogadores, pensaram. Isso explica os dois gols do Cerro, além do time paraguaio honrar o centenário do clube que festejaria com um título internacional. Aos 17, Fabbro cruzou e Salcedo marcou de cabeça, após falha de Donatti na marcação. Aos 25 minutos, golaço de falta de Fabbro, namorado de Larissa Riquelme, para impressionante explosão dos 3 mil torcedores do Ciclón na Argentina. Gorósito acordou o time e a vaga ficou na Argentina com o predestinado Donatti, a cara do time no confronto. Aos 29 minutos, Donatti testou na trave a bola voltou no seu pé. O zagueirão meteu para as redes e classificou o Tigre, o mais novo argentino classificado para a Pré-Libertadores 2013 por chegar mais longe na Sul-Americana.

Com a vitória do Millonarios sobre o Grêmio, o Tigre enfrentará o time de Rentería na semifinal. Na outra chave, São Paulo contra a Católica. Tanto Tigre quanto o Millonarios contam com o fator casa para a classificação. Os colombianos contam com a altitude e o Tigre com a torcida e seus zagueiros artilheiros, Echeverría e Donatti.


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Os dois paredões de Quilmes e a perda da liderança

Achar espaço não foi uma tarefa fácil ao Newell`s (Foto: Canchallena)

O Newell`s entrou no jogo confiante. O empate entre Belgrano e Argentinos Juniors, confirmado minutos antes da equipe entrar em campo, deixou a equipe mais confortável. Para deixar o sabor amargo do empate contra o Godoy Cruz na última rodada, Tata Martino colocou Heinze na lateral esquerda no lugar do suspenso Vangioni e Víctor López entrou na zaga. O garoto Fabián Muñoz ocupou a vaga de Martín Tonso no ataque. Omar De Felippe, DT do Quilmes, escalou os mesmos jogadores do último confronto. Os cerveceros abriram 2 a 0, mas deixaram o Colón empatar com gols aos 43 e 46 minutos. O mesmo ocorreu na penúltima rodada, mas foi o Quilmes quem buscou o 2 a 2 no Nuevo Gasómetro ante o San Lorenzo.

 O primeiro tempo no Newell`s foi atípico. Faltou a dinâmica que levou o time a liderança e é a principal características dos bielsistas, seguidores de Marcelo Bielsa, como Gerardo Martino. Muito disso se deve a marcação do Quilmes. Marcava a saída de bolas do Newell`s e não deixava a bola chegar aos volante, onde o time teria maior qualidade de passe. O resultado foram os inúmeros pelotazos da Lepra. Alguns torcedores simplesmente não reconheceram o time. Ao Quilmes, faltou Caneo, um dos melhores enganches do futebol argentino dos últimos anos, que está com uma lesão grave e voltará só daqui a 6 meses. As jogadas surgiam pelos flancos, já que De Felippe trocou o 4-3-1-2 para o 4-4-2, com Mansillla e Díaz. Aos 42 minutos, Díz perdeu um gol incrível, se goleiro.

No segundo tempo, devido ao cansaço físico, o Quilmes mudou sua forma de jogar. Povoou a entrada da área e deixou o Newell´s girar a bola. As escassas penetrações paravam em Trípodi, goleiro do Quilmes. Aos 24 minutos, uma boa chance após lançamento de Bernardi. Scocco chutou cruzado e Trípodi tirou dos pés de Maxi Rodríguez. No rebote, Pablo Pérez bateu rasteiro e Emanuel operou um milagre. Nos outros 26 minutos, vimos um bate-rebate impressionante o bravo Quilmes resistindo. O paredão na frente da área e o paredão embaixo das traves cerveceras determinaram o placar: 0 a 0.

O Newell´s não aproveitou o vacilo do Belgrano e também empatou. Chegou aos 28 pontos e o Pirata aos 26. Com a vitória do Vélez sobre o Godoy Cruz, após o fim desse post, o NOB perdeu a liderança para o time de Liniers. Na próxima rodada, o Newell`s vai até a Bombonera enfrentar o Boca, outro coadjuvante ao título. Já o Quilmes recebe o Vélez. Será que os cerveceros adotarão a mesma forma de jogo ou atacarão mais?

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Duas gerações

Relaciona ele, Falcioni. "Riquelme" só no apelido (Foto: Twitter oficial do Boca Juniors)

Foi com a contribuição de duas gerações diferentes que o Boca derrotou o San Lorenzo, na Bombonera, por 3 a 1. Leandro Paredes, da nova geração com Sánchez Miño e também conhecido como El nuevo Riquelme, marcou duas vezes. Schiavi, da geração de Riquelme, Palermo e Abbondanzieri, completou a conta.

A surpresa na escalação era ele, Leandro Paredes. Depois de começar o campeonato bem como enganche e substituindo Riquelme a altura, começaram as partidas irregulares. Falcioni não pensou duas vezes e sacou o garoto até mesmo dos relacionados. Teorias da conspiração (ou não) sobre uma possível perseguição surgiram. Paredes é amigo de Riquelme e Falcioni, segundo muitas fontes relatam, discutiu com Riquelme ainda na primeira fase da Libertadores. Porém Sánchez Miño está machucado e Leandro havia marcado um triplete (o equivalente a 3 gols) no treinamento que definiria o time. A mesma disposição mostrou em campo. Com 4 minutos de jogo, experimentou de longe no canto direito de Migliore, que chegou atrasado. 3 minutos depois, aos 7, o Ciclón empatou. Stracqualursi caiu nas costas de Clemente Rodríguez e cruzou. Do outro lado da área chegava Mirabaje que pegou, de primeira, "na veia". O jogo ficou equilibrado até os 34, quando Lautaro Acosta puxou contra-ataque e entregou novamente para Paredes, no mesmo lugar do primeiro gol. O meia limpou para a direita e mudou o canto. Bateu, seco, cruzado. Migliore demorou para chegar novamente, mas esta era difícil mesmo. Dois gols na individualidade do garoto, pois a coletividade do Boca foi um fracasso.

O segundo tempo teve o mesmo panorama do primeiro. Boca com mais posse de bola, mas sem as mesmas triangulações e tabelas da última temporada. A escolha de Acosta ao lado de Santiago Silva foi um acerto. Viatri e El Tanque batiam cabeças no "doble 9". A chance mais perigosa no seu tempo foi do Ciclón e inusitada. Orión, além de falhar no Superclássico, parece não ter voltado confiante da lesão que teve na final da Libertadores. Dessa vez, depois de defender um cruzamento, colocou a bola no chão para sair jogando. Mirabaje, esperto e muito ligado no jogo, iria roubar. A torcida do Boca avisou e Orión conseguiu se recuperar no lance. Fora de casa, o vacilo seria fatal. Aos 21 minutos, Schiavi marcou aquele que pode ser seu último gol na carreira, já que se aposentará no final do Inicial e faltam 6 rodadas. Santiago Silva bateu falta, Migliore "reboteou" e Schiavi completou. Teria Migliore algum trauma da Bombonera? Foi péssimo goleiro do Boca e voltou a falhar do místico estádio, dessa vez com o manto azulgrana.

Paredes, após o jogo, afirmou que Riquelme o parabenizou por mensagem de texto. Falcioni terá que se render ao talento dele ou receberá duras criticas tanto da torcida quanto da imprensa. Com a vitória, o Boca chegou aos 22 pontos e está vivo na luta pelo título graças ao vacilo do Newell`s que apenas empatou com o Godoy Cruz e chegou aos 27. Pizzi ainda não arrumou uma equipe no San Lorenzo e isso necessitava tempo. Porém, os jogos passam e nada muda. San Lorenzo segue na zona de descenso. E os adversários diretos de lá, como o Independiente, parecem reagir...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Em jogo dramático, San Lorenzo cede empate ao Quilmes nos acréscimos e segue na zona do descenso

Empate decepcionou jogadores e hinchas do San Lorenzo, e
aumentou ainda mais o desespero na luta contra o descenso. (foto: Télam)
Não foi bom para ninguém. O empate em 2 gols entre San Lorenzo e Quilmes, na tarde de sábado no Nuevo Gasómetro, só atrapalhou a vida de Cuervos e Cerveceros, que lutam para escapar da degola, sobretudo o Ciclón, que chega ao seu 6º jogo sem saber o que é vitória e se afunda ainda mais na zona do descenso (promedio 1,170), parecendo pedir para ir para a Primera B Nacional. Além de vencer seus próximos jogos, secar o próprio Quilmes (promedio 1,250) e o San Martín/SJ (promedio 1,220) se tornou um dever. O decano, por sua vez, está beirando a degola, devendo tomar algumas precauções nas próximas rodadas. Na sequência do Torneo Inicial, o San Lorenzo enfrenta o Boca Juniors, na Bombonera (03.11, 17h10 [horário brasileiro de verão]), enquanto o Quilmes recebe o Colón, no Centenario (04.11, 18h), em mais uma rodada que promete dramas em diversas canchas da República Argentina.

Mesmo com a má situação de ambas as equipes, foi um jogão de bola, cheio de alternativas e reviravoltas. A proposta dos donos da casa era atacar, ataque total. Para isto, o técnico Juan Antonio Pizzi deslocou o veloz Buffarini para a lateral-direita, para dar mais força ofensiva às jogadas pelos flancos, que já tinha em Prósperi, pela esquerda, uma excelente alternativa. Já o Quilmes apostou muito nos contra-ataques, e especulando acabou abrindo o placar, para surpresa e decepção dos hinchas do Ciclón. Logo aos 12', Leandro Díaz foi lançado pela direita, centrou bem para Facundo Diz escorar de cabeça na medida para o artilheiro Martín Cauteruccio definir, também de cabeça, sem chances para Migliore. O uruguaio marcou seu 7º tento no Inicial, se tornando, naquele momento, o artilheiro da competição; agora o anotador máximo é Ignacio Scocco, do Newell's, com 8 gols.

Time cervecero festeja empate arrancado à
fórceps no Nuevo Gasómetro. (foto: Télam)
A vantagem cervecera não durou muito. Mantendo a postura ofensiva e tentando envolver a defesa adversária a todo custo, o San Lorenzo não demorou a encontrar seu gol de empate. Antes do gol, uma ótima combinação na entrada da área do Quilmes encontrou Aguiar na frente do goleiro Trípodi; o uruguaio mandou para o gol, mas a jogada já estava paralisada por um impedimento que não existira. Poucos minutos mais tarde, aos 25', não teve jeito; o próprio Aguiar deu uma deixadinha espetacular de calcanhar após assistência de Kalisnki, e o garoto Ruíz girou de canhota, indefensável para o arqueiro cervecero. 2' minutos depois, o San Lorenzo alcançou a desejada vantagem: Aguiar, um dos nomes do jogo, tabelou com Ruíz, que o deixou na cara do gol; desta vez não teve impedimento que parasse a reação azulgrana. Virada importantíssima e festa nas arquibancadas do Nuevo Gasómetro.

Antes do final da 1ª etapa, De Felippe trocou Romero por Mandarino (guardem este nome), por lesão. Também antes de terminarem os primeiros 45', Jacobo Mansilla fazia boa jogada pela esquerda, mas foi derrubado na área por Buffarini. Pênalti claro marcado por Patricio Loustau e tarjeta amarilla para o camisa 7 do San Lorenzo. Cauteruccio foi para a bola e Pablo Migliore também foi, voando no canto esquerdo e evitando o empate cervecero. Pior na partida, após 15' iniciais quase brilhantes, o Quilmes desperdiçou sua chance mais clara de voltar ao jogo. Na volta do intervalo, a postura mudou, e os visitantes atacaram mais, pois a derrota os colocava na zona do descenso. Neste processo, o San Lorenzo foi quem atacou primeiro, com Stracqualursi chutando à direita de Trípodi após ótimo contra-golpe. Pouco depois foi a vez do Quilmes: Goñi mandou um lateral para a área, Diz deu uma casquinha para o meio da área e Mandarino perdeu frente-a-frente com Migliore, que já estava se tornando figura da partida.

Jara já não foi bem no jogo, ainda me apronta
uma dessas... (foto: Quilmes Atletico Club - Sitio Oficial)
Elizari, que também entrara no time do Quilmes, mandou de cabeça uma bola no travessão que emudeceu o estádio. Outro zagueiro, desta vez Alvarado, do San Lorenzo, também perdeu de cabeça, ainda mais sozinho que seu adversário, mandando na rede pelo lado de fora. E as chances eram criadas, em um jogo altamente veloz e aberto; tanto o San Lorenzo poderia chegar ao 3º gol, quanto o Quilmes ao empate. O Ciclón quase ampliou quando Franco Jara, de fraca participação, apareceu sozinho na área, e jogou para trás, facilitando o trabalho da defesa. O jogo esquentou de vez, só que Buffarini e Lema levaram isto além da bola nos pés; o lateral/meia do Ciclón chegou forte demais no defensor cervecero, que desceu o braço em Buffa. Loustau não titubeou e apresentou tarjeta roja para ambos.

Já estavamos nos acréscimos e a torcida cuerva festejava a vitória quase certa. Bom, eu disse "quase"... De tanto desperdiçar contra-ataques, a bola acabou punindo o San Lorenzo, e aos 48', Germán Mandarino subiu mais alto que toda a defesa do Ciclón em escanteio vindo da direita, e deu números finais à partida. Comoção no banco de reservas do Quilmes e em sua pequena torcida em Bajo Flores. 2-2, um empate justo, em um jogo de futebol bastante atraente e movimentado. Detalhe para Leandro Díaz, um dos principais nomes do jogo, que foi comemorar em frente aos torcedores do San Lorenzo e acabou amonestado. Ao final do jogo, nota lamentável para a tentativa de agressão ao (tudo bem, horrível) árbitro Patricio Loustau e seus auxiliares, que erraram ao anular gol legítimo de Aguiar, e, na visão da gente do Ciclón, ao expulsar Buffarini. Cosas del fútbol.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Superclássico argentino: River Plate x Boca Juniors, o que esperar do reencontro?


River Plate e Boca Juniors, que compõem um dos maiores clássicos do mundo, se enfrentarão no Monumental de Nuñez, domingo, pela 12ª rodada do Torneio Inicial na Argentina. As expectativas são grandes e o país voltará a parar por algumas horas neste domingo.

1. A situação das equipes no Torneio Inicial:
O Boca Juniors vem de um empate diante do Estudiantes de La Plata na Bombonera e ocupa a 5ª colocação com 18 pontos ganhos. Já o River Plate vem de uma derrota frente à equipe do Quilmes por 1 a 0 e hoje está em 9º lugar com 15 pontos ganhos.

2. O dilema de Falcioni:
O treinador do Boca Juniors, Julio César Falcioni, vive um dilema ao escalar a equipe desde a saída de Juán Román Riquelme. Quando o camisa 10 ainda atuava na cancha de La Boca, Falcioni escalava a equipe no habitual 4-3-1-2 (ou 4-4-2 com um losango no meio-campo) com volantes aplicados pelos lados do campo, que serviam de suporte ao enganche Riquelme. A equipe base xeneize 2011/2012 com Riquelme em campo:

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Diagrama tatico 1


Porém as declarações de Falcioni sobre ter intenções com outro esquema existiam. O treinador do Boca Juniors dizia também ter idéias em retornar a utilizar o esquema que destacou o Banfield (dirigido pelo próprio Falcioni) campeão do Apertura 2009: Um 4-4-2 em linha (todos os meio-campistas com disposição ofensiva e defensiva). No Boca Juniors, aplicar o determinado esquema implicaria determinação defensiva de Riquelme, o que de fato não iria ocorrer. Isso explica algumas rusgas entre Román e Falcioni. O Banfield 2009 de Falcioni:

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Diagrama tatico 2


Após a saída de Riquelme, curiosamente o dilema seguiu. Falcioni iniciou a temporada utilizando Chávez ou o jovem Leandro Paredes na vaga de Riquelme como enganche, e em algumas situações o 4-3-1-2 prosseguiu. Com o passar de alguns jogos, ocasionalmente o 4-4-2 em linha (sem um enganche em campo) passou a ser usado pelo Boca de Falcioni, mas não ainda como um esquema principal, como muitos aguardavam. No lugar de Rivero, Chávez também está cotado para entrar, e no de Acosta, o nome é o de Viatri. Falcioni também treinou a equipe com um "doble 9" , abrindo mão da velocidade de Acosta, provavelmente pensando na bola aérea.

3. O que torna o confronto especial:
Apesar de as equipes terem se enfrentado no início do ano pelo torneio de verão da Argentina (30 de janeiro, Boca Juniors 1 x 0 River Plate), a partida deste domingo marcará o retorno do Superclássico no Campeonato Argentino. Oficialmente, as duas equipes se enfrentaram pela última vez no dia 15 de maior de 2011, pelo Clausura 2011. O Boca venceu o River por 2 a 0, antes da queda dos “Millonarios” para a segunda divisão.

arquivo
No último confronto oficial, o artilheiro Palermo marcou um dos gols do Boca. A festa xeneize na Bom
No último confronto oficial, Palermo marcou um dos gols do Boca. A festa na Bombonera era maior pela crítica situação do River


4. Números:
Segundo um levantamento realizado pelo Diario "Olé", dos confrontos oficiais realizados de 1930 até 2011 entre Boca Juniors e River Plate, o resultado que mais se repetiu foi o 1 a 0, seguido por 2 a 1 e 1 a 1. Em partidas oficiais (a partir da década de 1930, em 20 de setembro de 1931 foi realizado o primeiro confronto entre os dois rivais desde que a Liga Profissional argentina foi criada), o Boca Juniors leva vantagem com 85 vitórias — são 66 do River Plate.

5. Boca e River x atual Seleção Argentina:
Dentre os convocados por Alejandro Sabella, é possível destacar alguns nomes que já fazem parte dos planos do treinador argentino e alguns que estão “sob os olhos” de Pachorra (apelido do treinador). Clemente Rodríguez, muito contestado por suas convocações, tem sido cativo na Albiceleste. O lateral de boa vocação ofensiva atua nos dois lados, e apesar de fragilizar o setor na marcação, tem chamado a atenção do técnico. Os goleiros Ustari e Orión (ambos do Boca Juniors) também já foram chamados.
Nomes como Guille Burdisso, Sanchez Miño (Boca Juniors) e Barovero, Cirigliano (River Plate) apesar de não serem cativos como Clemente, já foram citados, observados ou convocados. Eles também merecem atenção. O jovem Miño é um dos jogadores mais destacados pela imprensa e torcida argentina, pela qualidade técnica e versatilidade — atua como lateral-esquerdo, volante e meia-extremo.

6. Possíveis escalações e prévia tática da partida:
Sob o comando do treinador Matías Almeyda, a expectativa é que os donos da casa vão a campo no esquema 4-4-2 em linha, se utilizando da disposição dos meias extremos Sánchez e Aguirre. A marcação exercida pelo “doble 5” Ponzio e Cirigliano do River é um ponto a se destacar dessa equipe, que facilita a rápida transição contragolpista pelos lados do campo. O ex tricolor Lanzini também pode pintar também entre os 11 (a vaga de Aguirre está em jogo).

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Diagrama tatico 3


E o Boca? Escalar ou não um enganche? 4-4-2 em linha ou losango?
Pelo lado do Boca, o mesmo ideal tático deve ser aplicado: o 4-4-2 em linha. Os xeneizes têm como ponto forte o lado esquerdo do campo, onde Erviti e Miño muito transitam do campo defensivo ao ofensivo para “servir” o ataque. Além dos dois, o lateral Clemente Rodríguez é mais um do setor que tem vocação para “subir”ao ataque. Guillermo Fernández pode pintar entre os 11 de Falcioni, e a vaga em questão pode ser a de Diego Rivero. Caso Falcioni decida escalar um enganche domingo, o jovem Leandro Paredes pode ser a surpresa no esquema 4-3-1-2.

Eis o possível 4-4-2 em linha do Boca Juniors para domingo:

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Diagrama tatico 4


River Plate e Boca Juniors, o Superclássico está de volta.

Postado originalmente no blog do Mauro Cezar Pereira na ESPN (http://espn.estadao.com.br/post/289560_superclassico-argentino-river-plate-x-boca-juniors-o-que-esperar-do-reencontro?timestamp=1351276866124) por Júnior Marques, que autorizou a "reblogagem".

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O jogo das defesas

Heinze no bate-rebate do último lance (Foto: Olé)

Racing e Newell´s, por conta do destino, se enfrentaram na 11ª rodada nos seus melhores momentos. O Racing chegava para o confronto com três vitórias seguidas (contando um 4 a 0 diante o San Lorenzo) depois de perder para o Estudiantes em casa. O Newell`s ainda não sabe o que é perder no Torneo Inicial e somente uma vez tomou mais de um gol em uma partida (3 a 3 ante o River). A Lepra tinha um pequeno tabu a quebrar: não vence a Acade em Avellaneda desde o Clausura 2007. Depois daquela partida, 3 jogos com vitórias do time da casa.
Conhecendo a mão de Villar... (Foto: Olé)

Tirando a chegada de cabeça. proveniente de um escanteio, no primeiro minuto de jogo, que entusiasmou a torcida, o Racing pouco criou. Aquela jogada em que Cámpora desviou de cabeça na travessão foi um achado. Depois disso, vimos um Racing com problemas na ligação. O Newell´s pressionava a saída de bola e a defesa da Acade, que não tem qualidade no passe, se livrava da bola. A bola precisava passar pelos volantes, Pelletieri e Bruno Zucullini, para termos uma transição decente. Isso não ocorria. Ligação direta para baixinhos Cámpora, Vietto, Centurión e Villar. Quando a bola chegava nos dois garotos muito talentosos do Racing, vimos eles afobados demais. Centurión e Vietto tentavam resolver sozinhos e/ou tentavam acelerar jogadas desnecessárias. Quando o Newell`s tinha a bola, a trabalhava com mais tranquilidade e calma. Aos 31 minutos, a prática da teoria descrita acima. Pérez e Villalba, com excelente exibição no jogo, tabelaram e o segundo deixou Scocco com espaço em um 2 contra 3. El nacho passou por Cahais e bateu cruzado para Saja defender. Após o lance, Víctor Figueroa, com atuação apagadíssima, tomou uma bronca monstruosa de Tata Martino por não dar opção na esquerda. Maxi Rodríguez fez falta. Gerardo fará contagem regressiva dos dias para sua volta. Para não ser injusto, o Racing chegou aos 43 com os afobados Vietto e Centurión. Porém, nesse caso, foi bom ser afobado mesmo. Vietto deu meia-lua e rapidamente abriu para Centurión conduzir e parar nas mãos de Guzmán em um contragolpe.

O segundo tempo permaneceu no mesmo panorama. O Racing chegou em duas bolas alçadas na área provenientes de faltas. Uma Zucullini perdeu, livre, na linha da pequena área. Outra Camoranesi testou forte no meio do gol, obrigando Guzmán a defender em dois tempos. Mauro, aliás, foi protagonista da cena da partida. Além de entrar no lugar do exausto Centurión e se transformar no câncer do time, retardando todas jogadas, merecia ser expulso. Chegou atrasado em Heinze com o pé alto. A caça virou caçador e o caçador virou a caça. Só um amarelo. No último lance um bate-rebate interminável que quase culminou no gol no Racing. Fim de jogo e Newell`s com mais de 60% de posse de bola. O narrador argentino fala que, segundo estatísticas, é uma porcentagem abaixo da média.

Tata Martino chegou no Newell`s com um grupo de jogadores e formou um time. É, se não o melhor, um dos melhores treinadores que atuam na América do Sul. Cauteloso, insiste em falar que o primeiro objetivo é a fuga do rebaixamento. O Racing permanece dois pontos atrás da Lepra esperando um tropeço do adversário. Por fim, os amantes de boas defesas amaram o jogo. O 0 a 0 é a cara das duas equipes. O Newell`s tomou 4 gols no campeonato e o Racing 5. O jogo, e o campeonato também, é das defesas.

domingo, 21 de outubro de 2012

Em noite de chuva e futebol feios, Boca Juniors e Estudiantes não saem do 0

O domínio do Tanque Silva e sua expressão ajudam a explicar
como foi o jogo da noite de ontem. (foto: Diario Popular)
Antes do jogo, tudo indicava que teríamos uma grande partida de futebol em La Bombonera; o Boca precisava voltar a vencer, depois de duas derrotas e um empate, enquanto o Estudiantes vinha buscando espaços para chegar à parte alta da tabela. Sem contar o empate do sábado entre Racing e Newell's, que evitou uma escapada principalmente da equipe de Rosario. No fim das contas, o aguaceiro que caiu sobre Buenos Aires foi mais relevante que o jogo em si, que terminou empatado, sem que nenhuma das duas equipes fizesse algo de muito útil para mudar este panorama. O Estudiantes até que tentou, em um esquema que lembrou os times armados por El Loco Bielsa, atacando bem mais que os donos da casa. Consolidando esta tática, o Pincha poderá incomodar os líderes até o fim do Torneo Inicial.

O time de Diego Cagna criou as melhores chances no 1º tempo, e a dupla de ponteiros Gastón Fernández, pela esquerda, e Maxi Núñez, pela direita, dava um suador na defesa xeneize que molhava mais que o banho vindo dos céus. Carrillo e La Gata tiveram boas oportunidades para abrir a contagem, mas pecaram na pontaria. As duas melhores chances do Estudiantes foram aos 27', quando Román Martínez habilitou Iberbia na ponta-esquerda e o lateral chutou para defesa de Orión em dois tempos, e aos 31', após escanteio cobrado no primeiro poste, e Guido Carrillo cabeceou muito próximo ao gol do Boca Juniors. A única tentativa dos mandantes foi no último lance da etapa inicial, em jogada brilhante de Guillermo Fernández, que deixou Viatri na cara de Villar, e o paraguaio foi gigantesco na frente do camisa 9 xeneize.

Paredes, aposta de Falcioni, sucumbiu em uma meia-cancha mal
armada e com 2 pesos mortos, Somoza e Erviti. (foto: Ole Diario Deportivo)
Para a etapa complementar, Falcioni fez uma substituição, trocando o isolado Paredes por Colazo, como se fosse mudar alguma coisa, pois seu time já estava completamente esculhambado taticamente, com Somoza e Erviti (que deveriam estar ditando o ritmo do time) absolutamente apagados na partida. A conta foi paga pelo garoto de apenas 18 anos, que por mais que não tenha ido muito bem, pareceu ter sido incinerado pelo treinador do Boca. Enfim, obviamente o time não melhorou com a troca, e o Estudiantes seguiu melhor na partida. Logo aos 6', Jara cruzou, Carrillo desviou para La Gata Fernández que chutou para excelente defesa de Orión. Depois disto, tivemos meia-hora de escorregões, carrinhos, balões e cia. ltda., até o colombiano Zapata escapar bem pela esquerda e habilitar Carrillo, que desperdiçou com Orión já batido na jogada.

A reta final do jogo ainda reservaria algumas emoções, como um quase gol-contra de Schunke, uma cabeçada de Schiavi raspando o poste esquerdo de Villar, e, na base da empolgação xeneize, um chute mascado de Sánchez Miño que quase morreu no cantinho do gol pincharrata. Por mais que o Boca quase saisse vencedor nos minutos finais, não seria merecido, pela salada tática que foi o time e pelas escolhas altamente discutíveis de Falcioni. A insistência do treinador com a dupla de 9's, Silva e Viatri, não vem dando resultado prático algum. Desde a saída de Mouche, que não era essa maravilha toda, o time ficou sem jogada dinâmica na frente, dependendo apenas de raros lances de oportunismo dos homens de frente. O Estudiantes jogou mais bola na contagem final, e caso estivessemos analisando uma luta de boxe (ou UFC, como se convencionou por "modinha" aqui no Brasil), p.ex., o Pincha ganharia por pontos.

A situação de Falcioni está delicada perante
os hinchas do Boca. (foto: Ole Diario Deportivo)
Os donos da casa saíram sob sibilos de sua hinchada, que não perdoará caso o resultado não seja favorável no Superclásico do domingo que vem (15h30), em Nuñez. Se o jogo contra o River Plate for o quinto sem vitória, é hora de Angelici e seu asseclas repensarem o futebol em La Boca. Falcioni já não deu entrevistas no pós-jogo, o que pode ser o indicativo de algo mais sério. O Boca Juniors é o 5º colocado, com 18 pontos, a 5 do líder Newell's. O Estudiantes, que receberá o All Boys, no sábado (18h30), está na 7ª posição, com 17 pontos. Considerando a tabela anual, o Boca Juniors vem em 4º, com 51 pontos, e o Estudiantes está em 7º, com 44. Esta tabela definirá os classificados para as competições internacionais em 2013, e por enquanto ambos estariam pegando apenas vaga para a póxima Copa Sul-Americana.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Chile 1×2 Argentina – O preço de um ataque decisivo



Chile e Argentina se enfrentaram, em Santiago, pela 10ª rodada das Eliminatórias 2014. Almejando consolidação na parte de cima da tabela rumo ao Mundial, as seleções realizaram um jogo franco e aberto, com muitas possibilidades de gols para ambas as partes.
As duas seleções foram a campo no 4-3-3, que muito se alternava para o 4-3-1-2, com a formação de um losango no meio-campo (com os recuos de Matías Fernández, pelo Chile, e Lionel Messi, pela Argentina).
O Chile iniciou melhor a partida, impôs marcação adiantada e dificultou a saída de bola argentina, que fora de casa voltara a sofrer com os chutões como solução para a falta de espaços para trocar passes (vide o empate contra o Peru, em Lima, em setembro). A equipe de Claudio Borghi assustava muito pelos lados do campo, onde a Albiceleste voltou a falhar defensivamente pelas laterais.
A defesa argentina, sempre criticada de maneira geral, tem uma particularidade que precisa ser ressaltada: o “miolo” de zaga vem muito bem com Fede Fernández e Ezequiel Garay, mas as laterais sofrem diante de adversários que sabem jogar pelos lados do campo. E foi justamente o caso do Chile, que, com os ofensivos laterais Mauricio Isla e Jean Beausejour, além do veloz atacante Alexis Sánchez, conseguiu criar boas chances de gol, porém não concretizadas.
O 4-3-3 chileno, que buscava muito as jogadas pelos lados do campo, se aproveitando da fragilidade defensiva, principalmente de Zabaleta, pelo flanco esquerdo defensivo.
Segue um vídeo com alguns momentos em que o Chile se aproveitou da fragilidade defensiva das laterais da Argentina.
Enquanto isso, a Argentina assustava com contragolpes puxados por Lionel Messi. A equipe de Alejandro Sabella deixou claro em Santiago porque tem um dos ataques mais poderosos do mundo. Em menos de 5 minutos (aos 27 e aos 30), a equipe abriu e ampliou o marcador com Messi e Gonzalo Higuaín, e a partida em instantes parecia definida. Fernando Gago e Ángel di María seguiam como sócios de Messi nas armações de jogadas e Sergio Agüero era o alvo dos longos lançamentos da equipe. Marcos González e Franco Jara sofreram com os atacantes argentinos.
“Na frente não perdoam” – Alejandro Sabella
No início da segunda etapa, a Argentina perdeu Higuaín, lesionado. Sabella com o placar “em mãos” adotou o 4-4-2 à equipe, através da entrada de Pablo Guiñazú. Di María inverteu o posicionamento, e seguiu com a típica disposição ofensiva e defensiva. O contragolpe estava “armado” e a Albiceleste apenas administrou o placar.
Higuaín precisou sair logo no início do segundo tempo e Guiñazú entrou. O 4-4-2/4-4-1-1 passou a ser o esquema de referência da Argentina na segunda etapa.
O Chile chutou mais a gol (13 chutes à meta de Romero), acertou mais passes (ao todo, 271 passes certos), mas não conseguiu imprimir grande volume de chances criadas, como fez na primeira etapa. Somente nos descontos finais, Felipe Gutiérrez recebeu cruzamento da direita (após mais uma falha de Zabaleta na cobertura) e diminuiu.
Com os três pontos fora de casa, a Argentina segue na liderança das Eliminatórias 2014, agora com 20 pontos somados, enquanto o Chile soma 12 pontos e está em 6º lugar. As eliminatórias começam aganhar tons decisivos e as Seleções da ponta começam a ganhar “cara” rumo a Brasil 2014.
Postado originalmente no site A-Prancheta (http://a-prancheta.com/destaque/chile-1x2-argentina-o-preco-de-um-ataque-decisivo) por Júnior Marques.

domingo, 14 de outubro de 2012

Messi estraçalha o Uruguai, vinga derrota da última Copa América e a Albiceleste segue na liderança das Eliminatórias

Contar com um jogador como Lionel Messi é um luxo, do qual só dispõe a Seleção Argentina e o Barcelona. Na noite de sexta-feira La Pulga simplesmente deu show, fazendo 2 gols e participando de absolutamente todas as jogadas de ataque da Albiceleste. Depois de uma primeira etapa muito complicada, quando a Argentina tentou de todas as formas furar a retranca uruguaia, nos 45' finais os donos da casa desencantaram, golearam e fizeram a alegria dos quase 40 mil fanáticos que lotaram o Malvinas Argentinas. A Argentina segue na liderança das Eliminatórias Sul-Americanas, com 18 pontos, 1 ponto a mais que a Colômbia e o Equador, que vem muito embalados, e 6 à frente da Venezuela, primeira seleção fora da zona de classificação/repescagem.

Atuação iluminada de Lio Messi, que acabou com o Uruguai,
vingando a eliminação nas semi-finais da última Copa América. (foto: Reuters)
A minha visão do jogo tende a dividir o cotejo em 2 momentos, enquanto Diego Lugano estava em campo, e depois que o zagueiro do Paris Saint-Germain saiu do gramado. Enquanto o capitão da Celeste Olímpica estava em campo, a Argentina não conseguia achar espaços, o sistema defensivo uruguaio funcionava muito bem, e pouquíssimas chances de gol foram criadas pelos comandados de Sabella. A formação foi a tradicional, no 4-4-2 variando para 4-3-3, com Messi como um "falso-9", e Kun Agüero e Pipita Higuaín posicionados mais a frente, pelos lados. (Ainda vou entender porquê Higuaín é titular absoluto da Albiceleste e do Real Madrid...) Di María dava alternativas pelo lado esquerdo, trabalhando com Rojo, de surpreendente boa atuação, inclusive tentando um chute de longe que assustou Muslera; o meia do Real Madrid também exigiu intervenção do goleiro uruguaio, mas foi Messi quem realmente levou perigo. Em 2 lances geniais, o camisa 10 quase abriu o marcador: aos 27', passou com facilidade por 3 adversários e deu uma cavadinha que tirou tinta do travessão uruguaio, e 5' mais tarde, cobrou uma falta que normalmente seria cruzada para a área de forma direta, exigindo elasticidade de Muslera. Do lado uruguaio, a má escalação feita por Tabárez e a retranca proposta não propiciaram à Celeste criar qualquer chance de gol, apesar de rondar a área de Romero em alguns momentos.

Messi comemora o gol que abriu o caminho para a goleada da Argentina
sobre o Uruguai nesta sexta-feira. (foto: Andres Larrovere/AFP)
No início do 2º tempo quase tivemos um arranca-rabo digno de um Argentina-Uruguai, quando Lugano deixou o pé em Romero, e os jogadores argentinos foram tirar satisfação com os charrúas - por pouco não sairam no braço. O volume de jogo da Argentina se tornava cada vez mais irresistível, aproveitando uma meia-cancha nada consistente dos visitantes, e também forçando o jogo pelos lados, usando e abusando da velocidade de Messi, Agüero e Di María. Lugano deixou o campo lesionado para a entrada de Andrés Scotti aos 19'. Aos 20' a Argentina abriu o marcador, quando Di María e Messi envolveram a defesa adversária e o meia merengue assistiu seu arquirrival no âmbito clubístico, mas de entrosamento quase perfeito na Albiceleste, que deu de carrinho para o fundo do gol, aproveitando cochilo, adivinhem de quem? De Scotti, que ainda estava frio no jogo. Azar do Uruguai e festa argentina no Malvinas Argentinas; mal sabiam os presentes que era apenas o começo do espetáculo. 10 minutos depois, Suárez errou passe na linha do meio-campo e a velocidade argentina entrou em ação novamente: Agüero soltou para Messi que habilitou Di María na esquerda. O camisa 7 deu mais uma assistência para gol, deixando Kun com o gol livre para apenas escorar no barbante uruguaio. Um golaço de construção coletiva, contando com a alta qualidade e velocidade do trio citado anteriormente. Aos 33' foi sacanagem com os uruguaios: falta na entrada da área, e quando todos achavam que Messi cobraria sobre a barreira, o gênio rosarino chutou por baixo da barragem humana, levando a torcida ao delírio total, fechando o caixão uruguaio e terminando em grande estilo a vingança pela derrota nas semi-finais da Copa América do ano passado. O doce sabor da vingança em Mendoza para os 40 mil presentes que a saborearam, a ponto de se lambuzar. Ainda deu tempo de Barcos entrar e ter um golaço bem anulado, quando deu um toquinho de classe sobre Muslera, já nos minutos finais do jogo.

Defina "golaço": Messi pode ajudar com esta dica,
enganando barreira e goleiro. (foto: Juan Mabromata/AFP)
A atuação argentina foi muito boa, muito consistente, em que pese o desastre tático que foi o time uruguaio. As vezes passava a impressão de que o time estava "torto" para a esquerda, mas as jogadas Rojo-Di María-Agüero deram um trabalho imenso a Maxi Pereira, que só se safou enquanto havia a qualificadíssima cobertura de Lugano. Garay e Fede Fernández foram bem, e nas poucas vezes que Suárez foi para o confronto direto com o defensor do Napoli, o avante do Liverpool enfrentou muitas dificuldades. Para o jogo contra o Chile, 2 problemas: Rojo e Higuaín sairam lesionados e preocupam o departamento médico. Clemente Rodríguez e Hernán Barcos são alternativas, caso os titulares não tenham condições. O jogo contra os chilenos será amanhã, as 21h, no Nacional de Santiago (arbitragem de Antonio Arias/PAR).

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Convocados da Seleção Argentina para as próximas partidas das Eliminatórias

Gino Peruzzi foi a grande surpresa da convocação de Sabella


O técnico Alejandro Sabella convocou os 25 jogadores que defenderão a Albiceleste nos confrontos diante de Uruguai, em 12 de outubro, e do Chile, no dia 15. Os convocados por El Pachorra são:

Goleiros: Sergio Romero (Sampdoria), Mariano Andújar (Catania) e Oscar Ustari (Boca Juniors).

Laterais: Pablo Zabaleta (Manchester City), Hugo Campagnaro (Napoli), Gino Peruzzi (Vélez Sarsfield), Marcos Rojo (Sporting) e Clemente Rodríguez (Boca Juniors).

Zagueiros: Sebá Dominguez (Vélez Sarsfield), Federico Fernández (Napoli), Ezequiel Garay (Benfica) e Leandro Desábato (Estudiantes de La Plata).

Meio-campistas: Javier Mascherano (Barcelona), Fernando Gago (Valencia), Rodrigo Braña (Estudiantes), Pablo Guiñazú (Internacional), José Sosa (Metalist Kharkiv), Angel Di María (Real Madrid), Enzo Pérez (Benfica) e Maxi Rodríguez (Newell’s Old Boys).

Atacantes: Lionel Messi (Barcelona), Sergio Agüero (Manchester City), Gonzalo Higuaín (Real Madrid), Juan Manuel Martínez (Corinthians) e Hernán Barcos (Palmeiras).

Sabella, conhecido por não modificar muitos nomes em suas convocações, abriu espaço para jogadores que se destacaram na primeira partida da Copa Rocca, como Sebá Domínguez, Barcos, Ustari e, a grande surpresa desta convocação, Gino Peruzzi. Martínez foi outro que ganhou espaço com o treinador. Embora El Burrito não constasse na primeira convocatória, este foi o escolhido por Sabella para substituir Lavezzi, que foi cortado devido a uma lesão na partida entre Porto e PSG, pela Champion League.

O ponto forte da equipe continua sendo o setor ofensivo, com ótimos atacantes. Já o setor de maior preocupação dos torcedores é a defesa, que leva sustos ao apaixonado torcedor argentino cada vez que é testada. A lateral esquerda continua sendo o maior problema da Albiceleste. Clemente Rodríguez e Marcos Rojo não conseguem se firmar na posição, principalmente devido aos problemas defensivos da equipe. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

26 segundos

É seu, é meu, é nosso... (Foto: Olé)


Esse foi o tempo necessário para o Newell`s abrir o placar em Rosário. Esses 30 segundos desligados do time do Vélez custaram o jogo. Após o gol, bom jogo com ataque das duas equipes. Scocco foi o nome do jogo e caiu, principalmente, pela direita (nas costas do ousado Papa).

A bola começa com o Vélez. E, com 5 segundos já é rifada. O Newell´s trocou bons passes, mas Villalba tentou lançamento para Scocco. Papa antecipou, mas vacilou. Scocco roubou, virou e cruzou para Maxi Rodríguez completar. Eram 26 segundos. Muitos torcedores do Newell`s estavam ainda fora do estádio repleto. Era o gol da confirmação. O Newell`s é seguro e estável, lembrando o Boca campeão do Apertura 2011. Porém, arrisco em dizer, que é uma equipe melhor. Não pela sua qualidade técnica, mas sim pela sua maior imprevisibilidade. Um 4-3-3 com movimentação constante entre os 3 atacantes. Maxi Rodríguez, Scocco e Tonso trocam de posições e confundem a defesa. E um defesa muito equilibrada. Em 10 rodadas, 8 jogos sem tomar gol. Fora isso, 3 gols em uma partida atípica diante o River e um gol sofrido contra o Colón. Pressiona a saída de bola e não se encolhe atrás, pois tem jogadores experientes nos dois setores. Maxi Rodríguez, Lucas Bernardi e Heinze ajudam Martín Tonso, Villalba, Vangioni e Vergini. No banco? Perrata (35), Víctor López (33) e Diego Mateo (34). Enfim, Gerardo Martino, Bielsista como toda torcida leprosa, achou uma equipe. E ela chegou para ficar. Aquele Boca perdeu o poder devido a egos internos. Aqui, vemos um grupo unido.

O Vélez também chegou, mas faltou intensidade. Não parecia jogo determinante - confronto direto, inclusive - na briga pelo título. Uma bola na trave de Facundo Ferreyra e uma falta de Pocho Insúa defendida por Guzmán para escanteio. O time teve boas combinações pela direita com a dupla Cubero/Peruzzi. O último jogando no meio, já que Cubero não tem o mesmo poderio ofensivo. Cerro e Cabral não foram bem como volantes. Não combateram, nem tiveram qualidade na saída. Pocho Insúa ficou sobrecarregado e o Vélez retornou a InsúadependênciaChucky Ferreyra teve que voltar e caiu pelo flanco esquerdo, formando um 4-2-3-1 em momentos. Mas ele não tem a qualidade de JM Martínez fora da área. Gareca deverá analisar novamente seu esquema. Voltando ao jogo, o Newell`s teve duas grandes chances com Scocco. As duas pararam em Montoya que, a cada jogo, justifica a vaga de Sebastián Sosa no banco.

Na próxima rodada, o Newell`s enfrentará o Racing em Avellaneda no duelo de líderes. Já o Vélez precisará vencer o Tigre, em casa, para se manter na briga pelo título.