Contar com um jogador como Lionel Messi é um luxo, do qual só dispõe a Seleção Argentina e o Barcelona. Na noite de sexta-feira
La Pulga simplesmente deu show, fazendo 2 gols e participando de absolutamente todas as jogadas de ataque da Albiceleste. Depois de uma primeira etapa muito complicada, quando a Argentina tentou de todas as formas furar a retranca uruguaia, nos 45' finais os donos da casa desencantaram, golearam e fizeram a alegria dos quase 40 mil fanáticos que lotaram o Malvinas Argentinas. A Argentina segue na liderança das Eliminatórias Sul-Americanas, com 18 pontos, 1 ponto a mais que a Colômbia e o Equador, que vem muito embalados, e 6 à frente da Venezuela, primeira seleção fora da zona de classificação/repescagem.
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Atuação iluminada de Lio Messi, que acabou com o Uruguai, vingando a eliminação nas semi-finais da última Copa América. (foto: Reuters) |
A minha visão do jogo tende a dividir o cotejo em 2 momentos, enquanto Diego Lugano estava em campo, e depois que o zagueiro do Paris Saint-Germain saiu do gramado. Enquanto o capitão da Celeste Olímpica estava em campo, a Argentina não conseguia achar espaços, o sistema defensivo uruguaio funcionava muito bem, e pouquíssimas chances de gol foram criadas pelos comandados de Sabella. A formação foi a tradicional, no 4-4-2 variando para 4-3-3, com Messi como um "falso-9", e
Kun Agüero e
Pipita Higuaín posicionados mais a frente, pelos lados. (Ainda vou entender porquê Higuaín é titular absoluto da Albiceleste e do Real Madrid...) Di María dava alternativas pelo lado esquerdo, trabalhando com Rojo, de surpreendente boa atuação, inclusive tentando um chute de longe que assustou Muslera; o meia do Real Madrid também exigiu intervenção do goleiro uruguaio, mas foi Messi quem realmente levou perigo. Em 2 lances geniais, o camisa 10 quase abriu o marcador: aos 27', passou com facilidade por 3 adversários e deu uma cavadinha que tirou tinta do travessão uruguaio, e 5' mais tarde, cobrou uma falta que normalmente seria cruzada para a área de forma direta, exigindo elasticidade de Muslera. Do lado uruguaio, a má escalação feita por Tabárez e a retranca proposta não propiciaram à Celeste criar qualquer chance de gol, apesar de rondar a área de Romero em alguns momentos.
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Messi comemora o gol que abriu o caminho para a goleada da Argentina sobre o Uruguai nesta sexta-feira. (foto: Andres Larrovere/AFP) |
No início do 2º tempo quase tivemos um arranca-rabo digno de um Argentina-Uruguai, quando Lugano deixou o pé em Romero, e os jogadores argentinos foram tirar satisfação com os charrúas - por pouco não sairam no braço. O volume de jogo da Argentina se tornava cada vez mais irresistível, aproveitando uma meia-cancha nada consistente dos visitantes, e também forçando o jogo pelos lados, usando e abusando da velocidade de Messi, Agüero e Di María. Lugano deixou o campo lesionado para a entrada de Andrés Scotti aos 19'. Aos 20' a Argentina abriu o marcador, quando Di María e Messi envolveram a defesa adversária e o meia merengue assistiu seu arquirrival no âmbito clubístico, mas de entrosamento quase perfeito na Albiceleste, que deu de carrinho para o fundo do gol, aproveitando cochilo, adivinhem de quem? De Scotti, que ainda estava frio no jogo. Azar do Uruguai e festa argentina no Malvinas Argentinas; mal sabiam os presentes que era apenas o começo do espetáculo. 10 minutos depois, Suárez errou passe na linha do meio-campo e a velocidade argentina entrou em ação novamente: Agüero soltou para Messi que habilitou Di María na esquerda. O camisa 7 deu mais uma assistência para gol, deixando
Kun com o gol livre para apenas escorar no barbante uruguaio. Um golaço de construção coletiva, contando com a alta qualidade e velocidade do trio citado anteriormente. Aos 33' foi sacanagem com os uruguaios: falta na entrada da área, e quando todos achavam que Messi cobraria sobre a barreira, o gênio rosarino chutou por baixo da barragem humana, levando a torcida ao delírio total, fechando o caixão uruguaio e terminando em grande estilo a vingança pela derrota nas semi-finais da Copa América do ano passado. O doce sabor da vingança em Mendoza para os 40 mil presentes que a saborearam, a ponto de se lambuzar. Ainda deu tempo de Barcos entrar e ter um golaço bem anulado, quando deu um toquinho de classe sobre Muslera, já nos minutos finais do jogo.
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Defina "golaço": Messi pode ajudar com esta dica, enganando barreira e goleiro. (foto: Juan Mabromata/AFP) |
A atuação argentina foi muito boa, muito consistente, em que pese o desastre tático que foi o time uruguaio. As vezes passava a impressão de que o time estava "torto" para a esquerda, mas as jogadas Rojo-Di María-Agüero deram um trabalho imenso a Maxi Pereira, que só se safou enquanto havia a qualificadíssima cobertura de Lugano. Garay e
Fede Fernández foram bem, e nas poucas vezes que Suárez foi para o confronto direto com o defensor do Napoli, o avante do Liverpool enfrentou muitas dificuldades. Para o jogo contra o Chile, 2 problemas: Rojo e Higuaín sairam lesionados e preocupam o departamento médico. Clemente Rodríguez e Hernán Barcos são alternativas, caso os titulares não tenham condições. O jogo contra os chilenos será amanhã, as 21h, no Nacional de Santiago (arbitragem de Antonio Arias/PAR).
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