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O domínio do Tanque Silva e sua expressão ajudam a explicar como foi o jogo da noite de ontem. (foto: Diario Popular) |
Antes do jogo, tudo indicava que teríamos uma grande partida de futebol em La Bombonera; o Boca precisava voltar a vencer, depois de duas derrotas e um empate, enquanto o Estudiantes vinha buscando espaços para chegar à parte alta da tabela. Sem contar o empate do sábado entre Racing e Newell's, que evitou uma escapada principalmente da equipe de Rosario. No fim das contas, o aguaceiro que caiu sobre Buenos Aires foi mais relevante que o jogo em si, que terminou empatado, sem que nenhuma das duas equipes fizesse algo de muito útil para mudar este panorama. O Estudiantes até que tentou, em um esquema que lembrou os times armados por
El Loco Bielsa, atacando bem mais que os donos da casa. Consolidando esta tática, o
Pincha poderá incomodar os líderes até o fim do Torneo Inicial.
O time de Diego Cagna criou as melhores chances no 1º tempo, e a dupla de ponteiros Gastón Fernández, pela esquerda, e Maxi Núñez, pela direita, dava um suador na defesa
xeneize que molhava mais que o banho vindo dos céus. Carrillo e
La Gata tiveram boas oportunidades para abrir a contagem, mas pecaram na pontaria. As duas melhores chances do Estudiantes foram aos 27', quando Román Martínez habilitou Iberbia na ponta-esquerda e o lateral chutou para defesa de Orión em dois tempos, e aos 31', após escanteio cobrado no primeiro poste, e Guido Carrillo cabeceou muito próximo ao gol do Boca Juniors. A única tentativa dos mandantes foi no último lance da etapa inicial, em jogada brilhante de Guillermo Fernández, que deixou Viatri na cara de Villar, e o paraguaio foi gigantesco na frente do camisa 9
xeneize.
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Paredes, aposta de Falcioni, sucumbiu em uma meia-cancha mal armada e com 2 pesos mortos, Somoza e Erviti. (foto: Ole Diario Deportivo) |
Para a etapa complementar, Falcioni fez uma substituição, trocando o isolado Paredes por Colazo, como se fosse mudar alguma coisa, pois seu time já estava completamente esculhambado taticamente, com Somoza e Erviti (que deveriam estar ditando o ritmo do time) absolutamente apagados na partida. A conta foi paga pelo garoto de apenas 18 anos, que por mais que não tenha ido muito bem, pareceu ter sido incinerado pelo treinador do Boca. Enfim, obviamente o time não melhorou com a troca, e o Estudiantes seguiu melhor na partida. Logo aos 6', Jara cruzou, Carrillo desviou para
La Gata Fernández que chutou para excelente defesa de Orión. Depois disto, tivemos meia-hora de escorregões, carrinhos, balões e cia. ltda., até o colombiano Zapata escapar bem pela esquerda e habilitar Carrillo, que desperdiçou com Orión já batido na jogada.
A reta final do jogo ainda reservaria algumas emoções, como um quase gol-contra de Schunke, uma cabeçada de Schiavi raspando o poste esquerdo de Villar, e, na base da empolgação
xeneize, um chute mascado de Sánchez Miño que quase morreu no cantinho do gol
pincharrata. Por mais que o Boca quase saisse vencedor nos minutos finais, não seria merecido, pela salada tática que foi o time e pelas escolhas altamente discutíveis de Falcioni. A insistência do treinador com a dupla de 9's, Silva e Viatri, não vem
dando resultado prático algum. Desde a saída de Mouche, que não era essa
maravilha toda, o time ficou sem jogada dinâmica na frente, dependendo apenas de raros lances de oportunismo dos homens de frente. O Estudiantes jogou mais bola na contagem final, e caso estivessemos analisando uma luta de boxe (ou UFC, como se convencionou por "modinha" aqui no Brasil), p.ex., o
Pincha ganharia por pontos.
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A situação de Falcioni está delicada perante os hinchas do Boca. (foto: Ole Diario Deportivo) |
Os donos da casa saíram sob sibilos de sua
hinchada, que não perdoará caso o resultado não seja favorável no
Superclásico do domingo que vem (15h30), em Nuñez. Se o jogo contra o River Plate for o quinto sem vitória, é hora de Angelici e seu asseclas repensarem o futebol em
La Boca. Falcioni já não deu entrevistas no pós-jogo, o que pode ser o indicativo de algo mais sério. O Boca Juniors é o 5º colocado, com 18 pontos, a 5 do líder Newell's. O Estudiantes, que receberá o All Boys, no sábado (18h30), está na 7ª posição, com 17 pontos. Considerando a tabela anual, o Boca Juniors vem em 4º, com 51 pontos, e o Estudiantes está em 7º, com 44. Esta tabela definirá os classificados para as competições internacionais em 2013, e por enquanto ambos estariam pegando apenas vaga para a póxima Copa Sul-Americana.
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