quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Argentina perde para o Brasil no Superclássico das Américas com gol aos 47 minutos do 2º tempo


Cheia de defensores e enfrentando uma geração de ouro do Brasil. A torcida da Albiceleste não esperava uma atuação ofensiva. Sabella, em suas declarações, deixou nas entrelinhas que o principal objetivo do Superclássico das Américas não é o título. É o teste de jogadores como Desábato, Clemente, Peruzzi, Braña, Guiñazu e Barcos para a seleção principal. Já Mano Menezes, pressionado no comando da seleção canarinho, quer o título para dar uma respirada e diminuir a desconfiança da torcida. O favoritismo era todo da Seleção brasileira. Neymar é o principal jogador da seleção principal, Lucas, Damião e Paulinho brigam por posição. Na seleção argentina, somente reservas da seleção principal, toda ela na Europa.

Martínez abre o placar. (Foto:: Olé)
O Brasil começou o jogo com posse de bola gigantesca. A Argentina povoava a entrada da área com seus 3 zagueiros e 2 volantes, logo o Brasil tinha espaço para fazer a pelotas girar logo a frente do meio-campo. Poucos tentaram sair da mesmice e tentar algo novo. Neymar era o único. Isolado na esquerda, tinha Peruzzi na sua marcação individual. Os dois garotos de 20 anos se encontraram nas quartas de final da Libertadores 2012, quando Gino anulou, nas duas partidas, o ótimo jogador do Santos. E foi em uma escapada de Peruzzi e Braña pela direita que surgiu o gol da Argentina aos 19 minutos. Martínez a levou para a esquerda e abriu para Clemente. O lateral cruzou para Burrito dominar e bater. 1 a 0. Uma chegada da Argentina ao ataque, 13 toques e um gol. 5 minutos depois, aos 24 minutos, após falta duvidosa de Clemente sobre Lucas, o empate. Neymar bateu falta e Paulinho, em impedimento, desviou de cabeça no canto de Ustari. O jogo voltou a ser o mesmo de antes dos gols. Brasil tocando a bola e a Argentina cortando. Faltou qualidade de passe para a Albiceleste na saída de bola. Clemente Rodríguez, Desábato e Sebá, principalmente, abusaram de pelotazos. Braña e Guiñazú, surpreendentemente, tentaram diminuir a velocidade do jogo e cadenciar mais a bola. Maxi Rodríguez ficou muito preso pela direita na linha de 3 volantes. Sabella poderia ter liberado-o para ajudar Martínez na criação de jogadas.
Neymar marcou, de pênalti, aos 47`do 2 tempo (Foto: Olé)

O segundo tempo foi ridículo. Fraco demais. A Argentina não tinha mais contra-ataque. Maxi, perigando ficar no banco do Newell´s pela boa atuação de seus companheiros, era a única esperança de armação. Martínez cansou e ficou isolado lá na frente com Barcos todo o 2º tempo. Além disso, Sabella fez 2 mudanças cômicas. Licha López saiu lesionado para dar lugar ao bom Vergini. Até aí, tudo bem. Barcos não teve uma bola redonda o jogo todo e até ajudava na armação. Sabella preferiu colocar o caneleiro (não encontrei outra palavra mais fina) Rogelio Funes Mori. Aos 42 minutos do 2º tempo, com o empate já encaminhado, tirou Juan Manuel Martínez, o melhor jogador da Argentina no encontro, para colocar Somoza. Se fosse aquele do ano passado, tudo bem. Mas Somoza está tão mal no Boca que a torcida chega a pedir Erbes. Aos 46 minutos, um prêmio para a mediocridade de Alejandro Sabella. Até Carlos Amarilla ficou irritado e marcou um pênalti, muito contestado aliás, de Desábato, um dos responsáveis pela péssima campanha do Estudiantes, em Damião. Um Leandro tocou no outro que desabou. Após a queda, a bola pegou na mão do zagueiro do Estudiantes (a regra fala de intenção e não houve). Neymar bateu pênalti e decretou a vitória do Brasil.

O Brasil segue com ótima campanha no Serra Dourada (11 vitórias em 13 jogos), mas a pressão sobre Mano aumentou após saída de Lucas. A Argentina fez boa partida dentro da proposta de Sabella que errou em alguns nomes e na falta da mínima ousadia. Dia 03 de Outubro, em Resistência, teremos a volta. E Sabella terá de se soltar. Nomes de jovens como Mugni, Sánchez Miño e Centurión tem que ser mais aproveitados.
   

2 comentários:

  1. Sabella e sua mania de convocar jogadores do Estudiantes ,por um lado foi bem pago o Desabato ter feito o pênalti ,pra ver se o Sabella da uma acordada e larga essa mania ,a mão na bola me fez lembrar do Braña contra o Paraguai parece até ser castigo ,apesar de tudo gostei bastante da forma como ele escalou o time ontem ,aliás,o Sabella pra mim vem escalando muito bem ,ele só tem o péssimo defeito de não convocar bem e de não investir nas nossas jovens promessas,e o que foi aquele impedimento ,hein?acho que ja sei por que o Brasil está com um bom retrospecto no Serra Dourada ,tambem achei duvidoso o pênalti ,e só pra terminar de falar sobre o "super-clássico" o Maxi não tava dando conta da criação das jogadas e nem dava continuação a elas ,Montillo devia estar lesionado porque não coloca-lo foi o maior erro ,estou torcendo pra que no jogo de volta ele experimente o Sanches Miño na lateral esquerda ,ou até no meio ,o Clemente tá um chama drible danado .

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    1. Pois é. Também não gosto dessa insistência de El Pachorra em convocar jogadores do Estudiantes, mas o Sabella gosta de contar com os chamados "homens de confiança", portanto isso não chega a ser surpreendente.

      Quanto ao Desábato... Bom, acho que só o Sabella entendeu a convocação.

      Na questão de escalar bem, discordo. O treinador da Albiceleste tem feito algumas escolhas bastante contestáveis (Sosa, Maxi Rodríguez, Desábato, Orión...), mas, sim, ele tem sido muito competente na armação do time. Mesmo que a proposta seja mais defensiva que o esperado, a Seleção tem obtido êxito.

      Maxi Rodríguez não necessariamente era o armador da equipe. A tarefa dele era muito mais de marcação do que qualquer outra coisa. Acredito que Sabella não o tenha incumbido de ser o "cérebro" da equipe. E isso explica a não utilização de Montillo, que é um enganche clássico e não dedica-se tanto à marcação.

      A lateral esquerda é um problema mesmo. Sánchez Miño pode ser uma solução, mas Clemente ainda tem muito cartaz.

      Acho que era isso mesmo.

      Abraço.

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