domingo, 23 de setembro de 2012

River perde em casa para o Racing, e Almeyda deve cair

"¡Volve Ramón!", é o que imploram os hinchas do River Plate. (foto: DYN)
Complicaram de vez as coisas em Nuñez. O River Plate foi derrotado nesta tarde de domingo para o Racing Club, por 0-1, cai para a zona do descenso e pode ficar sem técnico - quando o leitor do Albiceleste Brasil ler este texto, possivelmente Matías Almeyda não seja mais o técnico Millonario. Em outra atuação insuficiente, o River ficou devendo futebol, decepcionou seus hinchas que, irados, não tiveram pudor em voltar a pedir a volta de Ramón Díaz. Por sua vez, o Racing e, sobretudo, Zubeldía respiram, ficando menos pressionados após a vitória em um clássico, sempre muito importante.

Voltando a apostar nas 2 linhas de 4, Almeyda mandou a campo um time levemente modificado em relação ao jogo contra o Vélez, com Martínez na lateral-esquerda e Maidana, improvisado na direita. Não durou muito, pois logo aos 5' Maidana se chocou com Sand e levou a pior. Tentou voltar, não conseguiu (e não voltará até 2013), e acabou sendo substituído por Affranchino - com esta troca, Almeyda passou o ex-San Martín/SJ para o meio-campo e o uruguaio Carlos Sánchez passou a ser o lateral-direito (!). O desajuste tático atrapalhava, e a retranca da Academia não facilitava a vida do River. Jogando com 5 defensores, um deles sendo Diego Villar, improvisado na lateral-esquerda, Zubeldía armou uma parede a frente do gol defendido por Saja.

Funes Mori briga com a bola e contra Cahais. (foto: Ole Diario Deportivo)
Os primeiros 25' do jogo foram de chorar, dormir, ler, navegar na internet, fazer qualquer outra coisa que não acompanhar o jogo, pois simplesmente não valia a pena. Uma ofensa ao futebol bem jogado. Zuculini e Ponzio foram os primeiros a tentar alguma coisa, sempre chutando de longa distância. O jovem Vietto também teve sua oportunidade, e mandou sobre o gol de Barovero. Depois dos 30', o River Plate passou a apostar nas jogadas pelas laterais, que quase sempre terminavam em cruzamentos infrutíferos. Trezeguet conseguiu aproveitar um e cabecear raspando o poste de Saja, e só. Outro momento importante antes do intervalo foi um chute de Aguirre, que espirrou na zaga e foi a escanteio. O Racing praticamente não passou da meia-cancha nos 45' iniciais.

E a etapa complementar parecia que teria a mesma tônica. Nos minutos iniciais, Villar, claramente incomodado com a improvisação, falhou, e Affranchino roubou para cruzar na cabeça de Funes Mori que, muito mal posicionado, cabeceou à esquerda do gol. Antes dos 15', Almeyda mexeu 2 vezes: trocou Sánchez por Rodrigo Mora, de forma inexplicável, aliás, e Aguirre, que saiu muito vaiado, por Lanzini. Affranchino, um dos mais ativos do time da casa, cruzou para boa chegada de Trezeguet, que mandou de prima, muito perto do gol de Saja. O River Plate seguia pressionando, tendo um volume de jogo até que razoável, até que, em um contra-ataque, Camoranesi achou Vietto que exigiu ótima defesa de Barovero. Após 2 escanteios na sequência, Matías Cahais surgiu livre para fuzilar Barovero: Racing 1 a 0.

Almeyda pode ter feito o seu último jogo no comando técnico Millonario. (foto: DYN)
 A torcida do River perdeu a paciência e o time foi junto, começou a demonstrar ainda mais nervosismo, e as jogadas não saíam. Ortíz, Migliónico e Cahais sairam de campo consagrados pelo péssimo jogo aéreo dos mandantes. O Racing ficou muito mais tranquilo após o gol, e passou a jogar um pouco mais com a bola nos pés, no campo de ataque. Saja ainda faria uma defesa espetacular em cabeçada de Mora, mas o River só chegava na base do abafa, sem ter nenhuma jogada trabalhada, nada, tudo fruto da inconsistência tática que Matías Almeyda deu ao time. O que, diga-se de passagem, é herança da Primera B Nacional, de onde o River só saiu graças ao talento de Cavenaghi e Chorí Domínguez. Se dependesse de Almeyda, hoje o River estaria recebendo o Douglas Haig, não o Racing de Avellaneda.

Importante sempre é ressaltar a situação dramática na qual o River Plate se meteu. A torcida quer ver Almeyda pelas costas, e se Passarella puder ir junto, seria um adicional que os hinchas não fariam mal grado. O Millonario é o 13º colocado no Torneo Inicial, com 9 pontos em 8 jogos, mas o seu promedio é de 1,125, melhor apenas que o do Independiente. Sim, se o Campeonato Argentino terminasse hoje, o River Plate voltaria para a Primera B Nacional e levaria consigo o Independiente, maior vencedor da Libertadores da América. Sem contar que o San Lorenzo também está por ali (promedio 1,19). O Racing está mais tranquilo, na 5ª colocação, com 14 pontos. No próximo final de semana, a Academia recebe o San Lorenzo, e o River Plate visitará o Arsenal, de Sarandí.

Nenhum comentário:

Postar um comentário