domingo, 16 de setembro de 2012

River cai para o Vélez e mantém sua rotina instável no Torneo Inicial


Pratto comemora o gol que abriu o marcador para o Vélez contra o River. (foto: Ole Diario Deportivo)

O River Plate deu, nesta noite de domingo, mais uma demonstração de que não tem uma equipe pronta para jogar a Primera División em alto nível, como se imaginava antes do início da temporada. A derrota para o Vélez Sarsfield foi sintomática, em um jogo onde o Millonario até que começou bem, mas foi engolido por suas falhas no sistema defensivo e por um Fortín muito bem ajustado, fruto do trabalho feito por Ricardo Gareca. Mal escalado e mal distribuído na cancha, o River não foi capaz de fazer valer o peso de sua camiseta, inclusive irritando seus hinchas que foram ao José Amalfitani e que na 2ª etapa tentaram (sem sucesso) uma invasão de campo. Atitude absolutamente lamentável, que acaba manchando a imagem das torcidas no futebol argentino – em que pese o reconhecimento internacional pelas belíssimas festas protagonizadas.

Trezeguet foi outro que pouco fez. Na foto,
o francês encara a marcação de Papa, outro que não
terminou a partida. (foto: Ole Diario Deportivo)
Bom, ao jogo. Os primeiros minutos foram muito movimentados, e antes dos 5’ o Vélez já havia criado 3 chances claras de gol, todas com o centroavante Lucas Pratto. A primeira delas foi cabeceando à direita, após bom cruzamento da direita, com Barovero já batido no lance. Posteriormente, El Tanque teria duas oportunidades no mesmo ataque, mandando um balaço no travessão, e na sequência chutando para boa defesa do goleiro Millonario. Afora as qualidades do Vélez, o River apresentava dois buracos preocupantes: no lado direito da defesa, onde Abecasis e Maidana perdiam todos os lances, e no meio-campo, sem ligação alguma com o trio de atacantes. Sánchez ficou sobrecarregado na incumbência de abastecer Funes Mori, Trezeguet e Rodrigo Mora. Lanzini não ser titular no time de Almeyda (e sequer ficar no banco!) é praticamente um crime lesa-pátria.

Aos 19’, o Vélez Sarsfield abriu o marcador, em boa trama pela direita entre Iván Bella e Federico Insúa que Lucas Pratto teve que fazer duas tentativas para converter. O gol tranquilizou o Vélez, que deixou de buscar incessantemente o ataque, explorando os diversos espaços proporcionados pelos visitantes. O River, por sua vez, não sentiu o gol, no entanto sentia muito as suas próprias dificuldades, que se manteriam mesmo que o gol de abertura do marcador fosse do quadro de Nuñez. Quando você vê um time que alinha com Rogélio Funes Mori como ponteiro-esquerdo, é facilmente perceptível que algo está errado, muito errado. No intervalo, Almeyda tentou corrigir os problemas defensivos, trocando Abecasis por Affranchino, o que não deu muitos frutos para o time do River, pois o Vélez continuava explorando muito bem aqueles espaços, com o veloz Chucky Ferreyra, que inclusive perdeu um gol cara-a-cara com Barovero no início da etapa final.

Ramiro Funes Mori prejudicou seu River sendo
expulso no 2º tempo. (foto: Ole Diario Deportivo)


Sebá Domínguez foi outro a assustar seu ex-companheiro Barovero, cobrando falta com muita categoria, carimbando o travessão Millonario. O domínio do Vélez era claro, com um meio-campo muito mais encorpado, com os entrosados Bella-Cabral-Insúa dando um baile nos perdidos Cirigliano e Ariel Rojas. Fica claro que o capitão Ponzio fez uma falta enorme, o que não é desculpa, pois os problemas iam muito além da marcação no meio. El Pelado então tentou com Keko Villalva na vaga de Rogélio Funes Mori. Não deu tempo nem de saber se daria certo ou não, pois 3 minutos depois, o irmão gêmeo de Rogélio, Ramiro Funes Mori levou o 2º cartão amarelo e foi expulso por Patricio Loustau. 2 minutos mais tarde, o Vélez fechou o caixão Millonario, com o gol de Iván Bella, depois de um verdadeiro milagre de Barovero em finalização de Pratto. Mais 3 minutos, e Emiliano Papa foi para o chuveiro mais cedo.

Gareca e Almeyda procuraram as melhores formas de ajustar suas equipes. El Tigre trocou Insúa por Bíttolo, para que este fizesse a lateral-esquerda, enquanto Matías recuou Villalva para a ala-esquerda, sendo que Bottinelli ficou na cobertura do lado canhoto da defesa. O jogo perdeu em dinamismo; enquanto o Vélez esperava o River, o River não tinha qualidade suficiente para incomodar os donos da casa, e a partida se arrastava em um ritmo de tango. Tango que ficou triste, quando alguns hinchas, se é que podemos chamá-los assim, tentaram invadir o campo. La policia tentou resolver na base dos jatos d’água, sem muito sucesso. Depois de pouco mais de 5 minutos de paralisação, a partida foi retomada. O River acordou nos minutos finais, e inclusive mandou uma bola no travessão de Montoya, em cabeçada de Mora, mas não conseguiu ir além disto.

Cirigliano não se deu bem no duelo com
Pochi Insúa. (foto: Ole Diario Deportivo)
Na sequência da competição, o River Plate terá um clássico contra o Racing, em Nuñez, no próximo domingo, as 15h10. O time de Almeyda ocupa apenas o 12º lugar, com 9 pontos em 7 jogos. Situação preocupante. Espera-se que o treinador do River repense o esquema com 3 atacantes que foi um fracasso retumbante, e que repense também o fato de Lanzini não figurar sequer entre os suplentes. O Vélez saltou para a 3ª colocação, com 14 pontos, a apenas 2 do líder Boca Juniors. No sábado, o Fortín irá ao Nuevo Gasómetro para encarar o ameaçado San Lorenzo, e tentar alcançar a ponta do Torneo Inicial.

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