quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Vélez das variações táticas

Desde a chegada de David Ramírez ao time, o Vélez Sarsfield tem saído da mesmice tática que assola o futebol argentino. Até a temporada passada, o técnico Ricardo Gareca insistia no tradicional 4-3-1-2, como mostra o desenho abaixo.


Com a chegada do Mago Ramírez ao Fortín, Gareca se viu numa saia justa: ou teria que barrar algum jogador do seu trio ofensivo ou teria que tirar algum dos volantes para colocar o meia recém-chegado do Godoy Cruz. Deixar o melhor jogador do Apertura de fora do time estava fora de cogitação em Liniers. Assim, o técnico optou por um esquema que tem feito sucesso Europa a fora nos últimos tempos, porém pouco utilizado na Argentina: 0 4-2-3-1. Ramírez não encaixou e o time ficou vulnerável. Para a sorte do 'Tigre', o Mago se lesionou e deixou que o Vélez pudesse voltar à sua tática original. Porém, o treinador velezano surpreendeu. Em vez de voltar ao tradicional esquema com três volantes e um enganche no meio, Gareca optou por utilizar uma mistura entre os dois esquemas. Augusto Fernández era o coringa. Quando o time azul e branco atacava, o camisa 8 virava o ponta direita na linha de três jogadores atrás de Santiago Silva. Quando o time se defendia, Fernández voltava para compor a linha de três volantes à frente da zaga. E sempre pelo lado direito. O volante não agradou, fez algumas partidas muito ruins e chegou até a ser expulso num confronto chave, contra a Universidad Católica. Ricky Álvarez entrou por ali e fez algumas boas atuações. Mas, na última terça-feira, precisando construir um bom resultado em casa para ir à altitude de Quito com tranquilidade, Gareca resolveu inovar mais uma vez. Colocou o time para jogar com algumas variações táticas bem interessantes.


Lateral de características bem ofensivas, Emiliano Papa foi liberado para atuar como um ala. Do outro lado, Cubero ficou mais preso à marcação, muitas vezes funcionando como um zagueiro pelo lado direito, numa linha de três defensores. Razzotti continuou com sua função de proteção à frente da zaga. Já Zapata teve a incumbência de cubrir os avanços de Papa pela esquerda e não deixar espaços livres às costas do lateral. O coringa Augusto Fernández, mais uma vez, fez múltiplas funções. Quando o Vélez tinha a bola, virava novamente um ponta direita, fazendo aquela linha de três com Maxi Morález e Burrito Martínez. Na hora de defender, tinha que virar um ala direito. Só as posições de Maxi, Martínez e Silva que não mudaram.

FALSO PONTA ESQUERDA


Outra variação bem legal do time do Vélez é quando Santiago Silva faz o falso ponta esquerda. O 'Tanque' sai da sua função de pivô e puxa para o lado esquerdo do campo. Assim, puxa a marcação dos zagueiros centrais, que também se deslocam em direção à bandeirinha de escanteio. Assim, o camisa 9 abre espaço para as infiltrações de Maxi Morález pelo meio e de Augusto Fernández, que entra peladireita, em diagonal, nas costas da zaga. Foi assim que saiu o primeiro gol do Vélez contra a LDU, como vocês podem ver no vídeo abaixo. O Vélez é um time que varia muito e, talvez por isso, crie muito. Diferente do Estudiantes de Berizzo, que iremos analisar mais para frente.

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