segunda-feira, 13 de junho de 2011

Palermo se despede da Bombonera; Boca empata

Era para ter sido mais um jogo normal, valendo três pontos, com a possibilidade de recolocar o Boca Juniors na disputa da Sul-americana do próximo ano. Mas não foi. E por uma razão, que atende por nome de Martín Palermo. Ou quem sabe "Titan", como carinhosamente é chamado pelos torcedores boquenses. O experiente atacante faria seu penúltimo jogo pelo Boca, e seu último na Bombonera de forma oficial.
Antes do jogo, mais de cinco mil torcedores emocionados acompanharam o deslocamento do ônibus do time a caminho da Bombonera. Ninguém queria ficar de fora daquele momento certamente marcante a todos os hinchas do clube, e à Palermo, obviamente.
Na entrada em campo, muita festa. Faixas ao atacante foram desdobradas, imagens do jogador reveladas por alguns torcedores, que não conseguiam conter as lágrimas. Em uma noite tão especial, ninguém poderia faltar. Nem ele. Diego Maradona e família se fizeram presentes ao jogo, demonstrando o carinho do Pibe pelo atacante.
Dentro de campo, o time contava com o retorno de Juan Román Riquelme, mais um ídolo recente do torcedor do Boca. Riquelme seria o responsável por abastecer Palermo, que não poderia terminar a noite sem fazer um golzinho. O maestro foi responsável por colocar o meia Erviti, ex-Banfield, no banco de reservas.
Embalados pelo fator Palermo, o Boca começou o jogo em cima, mas encontrava uma barreira pela frente: o goleiro Bologna. Em pelo menos três vezes no primeiro tempo, o goleiro salvou o que seria o gol dos donos da casa. Vale ressaltar que Riquelme também perdeu duas boas chances, após um certo preciosismo em suas finalizações. Diego Maradona foi flagrado desesperado após uma belíssima defesa de Bologna em chute de Palermo. Pouco tempo depois, o camisa 9, que tinha o número em cor ouro no uniforme, bateu de fora da área à direita do gol. A Bombonera explodiu em lamentação. Apesar disso, aplausos e gritos a Martín. Os poucos lances de perigo do Banfield no primeiro tempo foram de Jonathan Gómez, que tentava de forma isolada assustar Lucchetti. Outra boa peça do time visitante foram os avanços constantes do lateral Toledo. O primeiro tempo se encerrava, e o marcador persistia 0-0.
O segundo tempo começou como no primeiro, com os xeneizes tendo a posse de bola. Logo a dois minutos o time conseguiu o gol através de Colazo, aproveitando rebote de Bologna. Apesar do gol sofrido, o Banfield continuou jogando da mesma forma, fechadinho, mas quando saía levava perigo. O Boca perdeu uma boa chance com Mouche, que poderia ter rolado a bola para Palermo, mas chutou sobre o gol. Aos poucos o Boca foi largando do jogo, e o Banfield se soltava, até que o jovem atacante Facundo Ferreyra empatou de cabeça, se aproveitando de uma falha de Lucchetti. E poderia ter sido ainda pior. O paraguaio Jorge Achucarro chegou a fazer o 2-1 para os visitantes, mas o auxiliar acertadamente assinalou o impedimento. Ao final de jogo, nada de cobranças, de torcedores deixando as dependências do estádio. Todos ficaram em seu lugar cantando, enaltecendo os feitos de Martín Palermo, lhe entregando faixas, uma capa de super heroi, entre outras. Os seus familiares entraram em campo, deram seus relatos, e o sempre frio Palermo não segurou o choro. Lágrimas de quem fez muito pelo Boca, de quem conseguiu ser o maior artilheiro da história do clube.
O extrovertido Diego Maradona afirmou que "não haverá ninguém como Palermo, que seus feitos ficarão sempre associados ao Boca". Nem o até certo ponto desafeto Riquelme se conteve, e reverenciou de forma humilde, como fora um garoto. Após uma volta olímpica, o jogador foi presenteado com as traves da Bombonera. Um espaço que ele conhece como ninguém. Um lugar íntimo de um centroavante de seu quilate...



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