terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O Boca Juniors campeão argentino


Com duas rodadas de antecedência osXeneizes tiveram o prazer de se sagrarem campeões do Apertura de 2011 em plena La Bombonera. Justo, tendo em conta que o time nesses 17 jogos venceu 11 vezes, empatando outras seis e sem perder sequer um jogo, o que lhes concedeu um aproveitamento espetacular de 76%. O ataque não marcou tantos gols (22), no entanto a defesa desequilibrou, onde tomou apenas quatro gols.
Falcioni fez o simples neste Apertura. Não ousou, não inventou, e soube tirar o melhor de seus jogadores, inclusive dos veteranos Schiavi e Clemente Rodríguez, onde ambos participaram de todos os 17 jogos.
Utilizando-se de um esquema bastante ordinário na Argentina, o 4-3-1-2, com uma solidez defensiva incrível, um verdadeiro paredão, que apenas quatro clubes conseguiram “furar” (San Lorenzo, Lanús, Atlético Rafaela e Godoy Cruz).
Como já falado, a defesa é o ponto forte deste Boca comandado por Falcioni. A dupla de zaga mostra um bom entrosamento, aliado a um bom posicionamento que compensa a lentidão, Schiavi e Insaurralde ainda são protegidos por Somoza, que apesar de muito faltoso (foram nove amarelos em 15 jogos), raramente deixa-os sem a devida proteção; nas laterais, Roncaglia é como um lateral-base, sobe muito pouco, no entanto na esquerda, Clemente Rodríguez apóia bastante, sendo um dos pontos fortes do ataque xeneize.
No meio campo, além de Somoza, Rivero e Erviti também dão suporte defensivo, auxiliando os laterais na marcação e acelerando a saída de bola, há também Colazo, que quase sempre entra no segundo tempo no lugar do camisa 11, como se fosse um 13º jogadores, já que segundo a própria torcida são o 12º. À frente desse trivote, há o “cérebro” do time, Juan Román Riquelme. O lendário camisa 10 apesar de não ter a mesma condição física de tempos atrás, continua com a mesma técnica que o consagrou, é verdade que sofreu com as lesões neste campeonato, mas enquanto esteve em campo, foi essencial. Como Riquelme nem sempre está 100%, Chávez costuma ser o seu substituto, e o faz com muita competência, logicamente que não tem a mesma visão de jogo, mas é ágil e sabe deixar seus companheiros em boas condições para fazer o gol.
À frente, talvez o único problema do Boca. A falta de gols, apenas 22, e não é por falta de bons nomes. Viatri é o sucessor de Palermo, tem as mesmas características, porém quando vinha em uma boa fase acabou se lesionando; o outro jogador é Mouche, um atacante mais de movimentação, driblador, que sabe aproveitar os espaços concedidos pelas defesas adversárias, porém não contribui com gols; Cvitanich também tem decepcionado, tendo marcado apenas quatro gols (dois deles contra o Banfield, jogo que deu o título ao Boca), mas apesar disso é um bom jogador e consegue ser decisivo; ainda há o jovem Blandi, o artilheiro do time neste Apertura junto com Cvitanich, é uma aposta ainda, mas surpreendeu à muitos enquanto esteve em campo. Os atacantes xeneize não marcaram tanto, porém foram decisivos, o que é essencial para jogadores deste setor.
Resumindo, apesar de não ser mais aquele time sensacional de tempos atrás que ganhava tudo na Argentina e América do Sul, este Boca de Falcioni não só pode, como dará muito trabalho na Libertadores do próximo ano, devido a sua solidez defensiva e o contra-ataque (quase sempre) mortal.


Por Arthur Barcelos ( http://twitter.com/ArthurBarcelos_ ). Postado originalmente no A Prancheta (http://a-prancheta.com/ ) 
Ilustração: TaticalPad ( http://taticalpad.com )

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