sábado, 23 de março de 2013

A esperança é canalla


rosario central

Desde 2010 vivendo a angústia de disputar a B Nacional, o segundo escalão do futebol argentino, chegando a experimentar requintes de crueldade como o quase acesso de 2012, o Rosario Central faz uma campanha retumbante para finalmente voltar a desfilar sua canallice pelas canchas da elite. Se não for possível desta vez, só pode haver alguma maldição muito grande cravada no coração do Gigante de Arroyito.
Quis o destino que a 13ª vitória consecutiva do Rosario Central fosse TOLHIDA por um tento contra do zagueiro Delgado, aos 45 do segundo tempo, no Gigante de Arroyito, em um confronto CLAVE diante do Olimpo, que ocupa a terceira posição, quatro pontos atrás dos canallas. O segundo lugar é do Gimnasia y Esgrima, também com 46. Na partida contra o time de Bahia Blanca, na última segunda-feira, o Central saiu perdendo, também com um gol contra de Valentini, mas virou e teve a vitória amputada apenas no apagar das luzes.
Mas a extensa invencibilidade da esquadra de Miguel Angel Russo segue impávida. A última vez que o Central tombou foi no distante 21 de outubro, um arrebatador 1 a 3 diante do atrevido DOUGLAS HAIG, em casa. De lá para cá são nada menos que CATORZE jogos transcorridos sem beijar a lona, com uma sonora sequência de doze vitórias e dois empates. A torcida do Central está tão ENLEVADA com a trajetória fulminante que provoca os rivais do Newell’s Old Boys de forma tresloucada, ignorando o singelo fato de que os leprosos estão disputando a Libertadores da América. Uma daquelas idiossincrasias impossíveis de julgar que emergem da alma do torcedor.
Antes desta fase dourada, a situação estava trovejante para o CENTRALITO. La hinchada canalla andava profundamente machucada após o quase ascenso de 2012, sob a batuta de Juan Antonio Pizzi, ex-jogador do clube e atualmente treinador do San Lorenzo. Em julho do ano passado, após uma campanha decente, os rosarinos igualaram duas vezes sem gols com o San Martin de San Juan, que tinha a vantagem de empatar e assim permaneceu na elite. Logo após a partida, Pizzi anunciou que deixava o cargo de técnico. Eram tempos difíceis, em que os canallas passaram por constrangimentos como ter que aturar torcedores do Newell’s invadindo a cancha vestidos de FANTASMAS da B Nacional, como o vídeo abaixo atesta.
Meses após o fatídico não-ascenso, depois de um empate diante do Ferro, ainda em outubro de 2012, os jogadores Carlos Casteglione e Javier Yacuzzi chegaram a levar um ESFREGA dos hinchas no estacionamento e até cogitaram deixar o clube. Miguel Angel Russo, campeão da Libertadores 2007 pelo Boca Juniors, em sua QUARTA passagem pelos canallas, era alvejado de todos os lados, tendo momentaneamente esquecidas suas vitórias históricas sobre o Newell’s.
Após a turbulência, o treinador interferiu de forma GRAVE no time, apostando no pibe Nery Domínguez como condutor das ações e buscando outros primeiros-socorros nas categorias de base do Arroyio Seco. No mais, conseguiu fazer o time atuar com entrega poucas vezes vista, e por uma larga fatia do campeonato, deixando o restante na garganta da torcida, que promove um delírio coletivo toda vez que o Central joga em casa e acredita que desta vez definitivamente não há reviravolta possível.
Ainda faltam 13 rodadas para o encerramento da B Nacional. No final, os três primeiros sobem de forma direta. Se houver empate em pontos, há um PERRENGUE exclusivo para definir quem fica com a vaga. Na próxima rodada, o Central visita o Atlético Tucumán, em jogo que encerra a 26ª rodada, domingo, às 20h15. Mais um pedaço de sonho para remendar a noite que se estende desde 2010, quando um pesadelo chamado All Boys desabou sobre o Gigante de Arroyito e condenou o Central ao calabouço.
Postado originalmente no Impedimento por Douglas Ceconello (http://impedimento.org/2013/03/21/a-esperanca-e-canalla/) e reblogado com autorização.

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