quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Extremamente eficiente, Boca Juniors vence no Equador e respira na Libertadores

Burrito Martínez, um dos melhores em campo,
tentando uma jogada inteligente sobre Saucedo. (foto: Olé)
A pressão na Ribera estava fortíssima. O time de Bianchi vinha de resultados ruins no Torneo Final, além de ter feito uma estreia desastrosa na Libertadores, perdendo em plena Bombonera para o Toluca, do México. A desconfiança era grande, e, em um primeiro momento, não perder em Guayaquil era aceitável. O Boca Juniors conseguiu mais, muito mais, e aliando uma grande participação na etapa final com uma eficiência incrível, traz 3 pontos de volta a Buenos Aires, que o recoloca no páreo do grupo 1 da Libertadores, o "Grupo da Morte". Na próxima quinta os xeneizes voltam a campo, recebendo o Nacional, em grande clássico do futebol sul-americano, no Alberto J. Armando.


Desabafa, Chiqui Pérez, desabafa! (foto: Olé)
O primeiro tempo foi de dormir. O Barcelona tentou impor seu ritmo, como de costume no Monumental Isidro Romero, mas não conseguia ser incisivo, tampouco criativo. O argentino Damián Díaz, de passagem por La Boca, esteve apagado e não conseguia dar vazão ao ímpeto dos donos da casa. Sem poder contar com a qualidade de seu principal organizador, Los Canarios não conseguiam chegar ao gol de Orión. Arroyo teve um gol bem anulado aos 37', ao tentar ludibriar o árbitro brasileiro Leandro Vuaden desviando com a mão após lançamento longo. Antes disto, no início da etapa inicial, De La Torre, improvisado na ala-esquerda, assustou a torcida do Boca. A única chance dos visitantes, e melhor lance do 1º tempo, foi aos 40', quando em ótimo toque de Viatri, Burrito Martínez saiu na cara de Banguero e jogou à esquerda, raspando o poste.

A descida aos vestiários fez bem ao Boca Juniors, que já havia controlado o Barcelona e conseguia especular alguns contra-ataques. Sem a pressão inicial dos donos da casa, o time argentino teve muito mais tranquilidade para rodar a bola e buscar espaços, procurando não apressar as coisas. No entanto, faltava criatividade, o meio-campo parecia acéfalo, órfão de Riquelme, que deve voltar domingo, contra o Unión - pelo Torneo Final. Então, que as coisas sejam resolvidas de uma forma diferente, e Bianchi parece ter estudado bem o seu adversário, pois explorou bem a bola aérea ofensiva, e em 2 lances matou o jogo. Com 13', Colazo cobrou escanteio, Guillermo Burdisso desviou, a zaga parou e Martínez empurrou para as redes. O time do Barcelona se desesperou, abrindo campo para o Boca. 4' depois, mais uma bola parada e mais um gol xeneize: Colazo novamente levantou, na cabeça do zagueiro Claudio Pérez, que cabeceou sem chances para Banguera.


O 4-4-2 inglês utilizado por Carlos Bianchi esta noite.
Dali em diante a tranquilidade tomou conta dos comandados de Bianchi, que se deram ao luxo de ter diversos lances de trocas de passes no campo de ataque, buscando matar tempo. A formatação tática do time o compactou, aproximando os setores e não dando muitas chances para o Barcelona, que só tinha Arroyo como válvula de escape pela ponta-esquerda. Em noite ruim, o avante equatoriano errou todas as jogadas que tentou. Jogando no 4-4-2 inglês, com Ledesma e Colazo abertos - quase como wingers -, e Ribair Rodríguez e Erbes centralizados, Bianchi sai daquele "padrão Boca Juniors" de jogar, que era o 4-4-2 com um losango na meia-cancha. Este esquema deve voltar com o retorno de Riquelme, mas as peças disponíveis na Ribera parecem mais adequadas à formatação utilizada nesta terça-feira.


No final do jogo, Arroyo converteu pênalti sofrido por Reasco e diminuiu para o Barcelona. Destaco, além da formatação do Boca Juniors, as ótimas atuações de Martínez, correndo por todas as partes do ataque e buscando jogo, Colazo, eficientíssimo nas bolas paradas, e Erbes, no meu entender o melhor jogador da partida. O Barcelona mostrou bom volume de jogo, mas em dias ruins de Díaz e Arroyo, pouco pode fazer. Ariel Nahuelpán, ex-Coritiba, era a principal esperança de gol; mal tocou na pelota. A classificação do grupo 1 da Libertadores aponta o Nacional na liderança, com 4 pontos, na sequência Toluca e Boca Juniors empatados com 3 - os mexicanos ficam na frente pelo número de gols marcados, 4 contra 3. O Barcelona fecha a chave com 1 ponto.

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