terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A perda da virgindade do Tigre

Botta, Santander e o beijo na orelha (AP)

Depois de 110 anos de história, o Tigre está pela primeira vez na Copa Libertadores da América. Vencendo oor 3 a 0 o Deportivo Anzoátegui, da Venezuela, pela Pré-Libertadores, garantiu vaga no Grupo 2. Lá enfrentará Palmeiras, Libertad e Sporting Cristal.

Tigre no 1º tempo. No 2º, Botta
inverteu com Rusculleda.
O Matador começou avassalador. Com 17 segundos, após erro na saída de bola no time venezuelano, Santander quase marcou. Aos 7, Botta marcou o tento, em jogada individual, após lindo lançamento de Orban em um pseudo contra-ataque. No gol, podemos observar a nova variação tática da equipe de Gorósito. Galmarini, antes ala/meia direita, vira lateral. Assim, forma-se uma linha de 4 atrás. Diego Ferreira e Gastón Diáz na "volância". Rusculleda, Peñalba e Botta, da esquerda para a direita, davam uma cara muito diferente do que aquele meio-campo do Apertura passado. A desse ano, muito mais criativa e ofensiva, o oposto do final do ano de 2012, quando o Tigre jogava feio. Na época, chegou na final da Sul-Americana, mas amargou a vice-lanterna no Inicial. No final do primeiro tempo, apareceram imperfeições na formação. Dois lances claros para o Anzoátegui nas costas de Galmarini, além de Paparatto e Echeverría confusos, já que o Matador joga com 3 zagueiros há quase um ano.

No segundo tempo, o Tigre voltou mais atento. O Anzoátegui, quanto mais o tempo passava, menos tentava e acreditava. O Tigre amorcegou o jogo até arrancada de Botta e passe para Santander chutar cruzado com a canhota. Sim, Santander. Sim, com a canhota. Aos 28 minutos do segundo tempo, fim de jogo. E não porque o Anzoátegui deu uma de Tigre e saiu de campo por conta da humilhação, não. Aos 40, Escobar quis ser lembrado no post e então roubou a bola, adiantou e tentou tocar sobre o Morales, no entanto acabou carimbando a travessão do José Morales. Aos 42, Pato Galmarini, já libertado da temida lateral direita, cruzou e Maggiolo testou no canto.

3 a 0 para perder a virgindade e classificar para a Libertadores pela primeira vez em sua história. Alguns torcedores já falam que a equipe está marcada na história. Os mesmos nem pensam em levar a Libertadores a sério. Querem aumentar o Promédio para não cair para a B Nacional. A virgindade já seu foi. Agora os rivais perdem uma corneta.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A última de Francescoli

Foto: El Gráfico



River conquista segunda Libertadores após dez anos e em cima do mesmo adversário: América de Cali encarna maldição sul-americana com quatro finais e quatro derrotas, sendo três delas consecutivas


Era um dos maiores uruguaios que o futebol já viu. Com a bola nos pés, um gênio, sem ela, um líder. Em sua segunda passagem pelo River Plate, Enzo Francescoli encantou a América em seu último título como profissional. Antes de se aposentar no início de 1998, o Príncipe deu ao clube que o lançou ao estrelato. Os Millonarios também sentiriam saudade daquele tempo, já que foi a última taça internacional levantada pelos lados do Monumental de Núñez. 

Em 1996, uma geração dourada do River se consagrou na Libertadores frente o América de Cali, que vivia uma época impulsionada pelo dinheiro dos cartéis colombianos. Casando a juventude de vários garotos com a experiência de Francescoli, os Millonarios enfrentaram na primeira fase os conterrâneos do San Lorenzo e os venezuelanos do Minervén e Caracas. Sem grande dificuldade, somaram quatro vitórias (justamente contra o San Lorenzo, por 1-1 e 0-0) e dois empates para avançar às oitavas de final. 

Os 14 pontos vieram com boas vitórias diante dos venezuelanos, com destaque para goleadas por 4-1 no Minervén fora de casa, e 5-0 sobre o Caracas em Buenos Aires. Não foi nada mais que um passeio no parque a primeira fase daquela Libertadores. Entretanto, o plantel de Ramón Díaz ainda tinha muito o que provar. Seria matando ou morrendo entre os 16 melhores da competição.

Passeio na primeira fase, osso duro de roer no mata mata
Chaveado contra o Sporting Cristal, decidiu sua vida no Monumental, em 8 de maio. Sofrendo com a altitude peruana, o elenco sofreu sua primeira derrota naquela edição, por 2-1. Num jogo duro, faltoso e com melhores chances para os mandantes, o River voltaria para a Argentina com uma pequena desvantagem na mala, nada que não pudesse ser revertido em seus domínios. 

Com a faca entre os dentes, Francescoli e seus comparsas atropelaram a celeste peruana por 5-2 e com muito mérito avançaram até as quartas de final, onde novamente encontrariam o San Lorenzo. Tido como um dos favoritos ao título, ao lado do América e do Grêmio, os Millonarios lidaram bem com a responsabilidade de ser um dos times mais visados na ocasião. 

Não poderia ser diferente contra o Cuervo: mais sufoco nos dois confrontos. Mesmo jogando no Cilindro, o River conseguiu o que precisava e deu um passo fundamental rumo ao título. 2-1 na casa do adversário. Apenas um empate em 1-1 assegurou a sobrevivência dos meninos de Díaz na Libertadores.

 Díaz realmente sabia onde seu grupo iria chegar. Uma formação que privilegiava o talento de pratas da casa, garantia a ofensividade e quando prendia a bola, o River sabia o que fazer com ela. Com excelente passe e muita técnica quando Sorín, Ortega e Almeyda dominavam, ficava fácil chegar ao ataque. Os homens de frente, Crespo e Francescoli davam o toque final e letal. E assim foi marchando com imponência o River, que nas semifinais precisava derrubar a Universidad de Chile a fim de chegar na decisão.

Em Santiago, uma missão duríssima. Vencer o paredão defensivo de La U. Saindo na frente com Francescoli, a equipe argentina levou a virada com gols de Valencia e Salas. Não fosse o gol salvador de Sorín, a história seria completamente outra. A questão principal agora seria resolvida por uma margem estreitíssima. 

De volta a Buenos Aires, foi Almeyda quem permitiu que os Millonarios colocassem seus pés na finalíssima diante do América de Óscar Córdoba, Bermúdez, Berti e Alex Escobar. Aos 33 da primeira etapa, o Monumental tremeu com o gol do menino Matías. Dez anos depois do primeiro título, o River estava novamente nas cabeças do continente. E por coincidência contra o mesmo América de Cali, que é o maior vice que a Libertadores já viu.

Contra o River e a pecha de vice
Cheios de ginga, os colombianos estavam determinados a acabar com a pecha de perdedores da década anterior. Os anos 1980 foram deveras crueis com a apaixonada torcida dos Diabos Vermelhos, que amargaram três derrotas consecutivas em finais sul-americanas, de 85 a 87. Em 1996, alguns atletas que brilhariam pela seleção cafetera ou até mesmo pelo Boca Juniors (caso de Córdoba e Bermudez) sonhavam em mudar o panorama desanimador de chegar longe e não levantar taças.

Herdando a principal característica do futebol colombiano, o América era veloz e tinha muita habilidade. Antony De Ávila era o responsável por balançar as redes e em 19 de junho de 1996, no Pascual Guerrero, em Cali, o atacante cumpriu com excelência sua função. Aos 26, venceu a defesa argentina para anotar o único tento daquela noite. Foi o 11 gol dele, que se sagrou artilheiro daquele torneio.

Consagração mesmo seria a palavra chave para outro delanteiro naquele duelo. O Monumental recebeu seus heróis de braços abertos para a hora da verdade. Em 26 de junho, uma festa inesquecível tomou Buenos Aires, assim como dois anos antes com o Vélez Sársfield e que se repetiu em outras cores com o Boca, em 2000, 2003 e 2007. Fato é que o momento era do River, que aproveitaria da melhor forma.

Ortega recebeu e carregou na direita. Cruzou até o meio da área e Crespo por entre três beques completou. 1-0, logo aos seis minutos inaugurou o placar, igualando o agregado. Atacando como se não houvesse amanhã, os Millonarios golpearam a retaguarda oponente. Aos 14 da segunda etapa, uma besteira enorme de Córdoba e só grito ecoou na capital argentina: GOL. Gol de Crespo, gol do River Plate, gol da Copa. Outra vez foi Ortega quem lançou a bola para dentro da área. Sem goleiro na baliza, o América levou o segundo, para sacramentar mais um naufrágio.

Para o capitão Francescoli, o ensaio perfeito para o adeus. Levantando a taça com a qual sonhou por anos e não pode conquistar em sua primeira passagem pelo Monumental, o uruguaio era só sorrisos e representava como poucos o que era aquele River: guerreiro, genial e encantador. O aspecto da equipe era um reflexo de seu líder, que soberano alcançava uma de suas maiores glórias. O legado do uruguaio é lembrado até hoje pela torcida millonaria, assim como o derradeiro grito de campeão.

River: Burgos, Hernán Díaz, Celso Ayala, Guillermo Rivarola, Altamirano (Sorín) Escudero (Gómez), Almeyda, Cedrés, Ortega (Gallardo), Crespo e Francescoli. Téc: Ramón Díaz

América de Cali: Córdoba, Asprilla, Bermúdez, Dinas, Maziri, Cabrera, Berti, Escobar, Oviedo, Zambrano e De Ávila. Téc: Diego Umaña

Campanha: 14 jogos, oito vitórias, quatro empates e duas derrotas. 28 gols marcados, 12 sofridos.

Jogos
Primeira fase
San Lorenzo 1-1 River Plate
Minervén 1-2 River Plate
Caracas 1-4 River Plate
River Plate 0-0 San Lorenzo
River Plate 5-0 Minervén
River Plate 2-0 Caracas

Oitavas de final
Sporting Cristal 2-1 River Plate
River Plate 5-2 Sporting Cristal 

Quartas de final
San Lorenzo 1-2 River Plate
River Plate 1-1 San Lorenzo

Semifinal
Universidad de Chile 2-2 River Plate
River Plate 1-0 Universidad de Chile

Final
19 de junho de 1996 - Pascual Guerrero, Cali
América de Cali 1-0 River Plate
26 de junho - Monumental de Núñez, Buenos Aires
River Plate 2-0 América de Cali

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Postado originalmente no Blog Total Football (http://revistatotalfootball.blogspot.com.br/2013/01/a-ultima-de-francescoli.html) por Felipe Portes.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O último suspiro

Os "guaranis" deram trabalho ao time de Trobbiani (Foto: Canchallena)
Apenas uma vitória importava para a seleção de Trobbiani, mas parece que não foi com esse espírito que o time entrou em campo. Sem pressionar o adversário, a Bolívia tinha mais posse de bola e não atacava, mas também não era ameaçada. Logo aos 11 minutos, a seleção boliviana abria o placar e plantava o desespero nos argentinos. Mesmo após o gol, o selecionado não demonstrava poder de reação. O jogo não era bom. Era fraco tecnicamente. O time boliviano não foi muito ao ataque após liderar o placar. Quem atacava agora era só o time argentino, porém com zero em eficiência.

Este que vos escreve estava quase desistindo de assistir o jogo na volta do segundo tempo, mas algo me disse para assistir e, fiquei, vendo aos 3 minutos da segunda etapa, o empate argentino. O time voltou com uma postura diferente após as alterações de Trobbiani, que deixou o time mais ofensivo. Os hermanos continuaram pressionando e chegaram a chutar uma bola no travessão. Em lance polêmico da arbitragem, o DT argentino, Marcelo Trobbiani, foi expulso e esfriou o bom momento de sua equipe. Bom para os bolivianos que pareciam não suportar mais a força ofensiva argentina. Em outro lance que deu o que falar da arbitragem, o defensor boliviano recuou a bola e o goleiro tocou com a mão. Lance livre dento da área. Vietto recuou a bola na marca do pênalti para Alan Ruiz fuzilar e tocar para o fundo do gol. 2 x 1 e os primeiros pontos eram conquistados até então. A vitória parecia garantida até a ocorrência de uma penalidade máxima para os bolivianos. E o empate chegou como um balde de água fria para os donos da casa.

A Argentina marcou seu primeiro ponto, em nove disputados. Ainda há chances de classificação mas está muito complicado, pois depende, também, de outros resultados. Chile, com nove, lidera. Colômbia e Paraguai chegam, em seguida, com três e Argentina e Bolivia estão com um ponto. No dia 17 a Argentina enfrenta a Colômbia pensando apenas na vitória para assim pensar em classificação. Informações da imprensa argentina especulam que mesmo com a classificação, Trobbiani não está garantido no cargo.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Torneios de Verão 2013

Já tradicionais na Argentina, os Torneios de Verão ocorrem na intertemporada, visando a preparação para a reta final da temporada. Independiente e San Lorenzo seguem na busca da fuga do descenso. River e Boca, já que mudaram de DT, testam seus jogadores. Esses torneios provocam situações curiosas: Boca e River se enfrentarão 3 vezes em 15 dias, por 3 copas diferentes. Para Bianchi, DT do Boca, "uma estupidez". Um breve resumo dos amistosos, abaixo. Anote na sua agenda:

Dublê-te? (Diario Olé)
Copa Centenário - Mar del Plata
Independiente 0 X 2 River Plate - 12/01 - Rogelio Funes Mori marcou duas vezes na vitória dos reservas do Millo diante dos reservas do Rojo.

Racing 2 X 1 Boca - 13/01 - Na volta de Carlos Bianchi à casamata, o Racing estragou a festa. Com gols de Demonio Haúche e do goleiro Saja, de pênalti, a Acade venceu por dois tentos a um. Viatri havia empatado para um Boca desfigurado, assim como o mistão do Racing. Chiqui Pérez estreou mal, falhando nos dois gols do time de Avellaneda.

Independiente 0 X 0 Racing - 17/01 - Em um ótimo jogo, o Rojo foi um pouco melhor do que a Acade e criou mais oportunidades - muitas delas, aliás, surgiram dos pés de Rolfi Montengro -, porém pararam nas mãos de Sebástián Saja, goleiro do Racing. A Academia não ficou devendo e também levou perigo ao gol de Diego Rodríguez.

Dois gols DE MORA (Diario Olé)
River 2 X 0 Boca - 19/01 - No primeiro tempo, o Boca começou melhor, mas foi o River quem terminou com mais chances de gol. Mauro Díaz não fugiu do jogo e foi regular pelo lado do Millo. Rogélio Funes Mori teve duas chances claras e não marcou. No Boca, Paredes e Acosta apareceram bem em alguns lances. Lunati parou o jogo duas vezes no primeiro tempo por cantos xenofóbicos da torcida do River, a qual chamou os Xeneizes de "bolivianos". No segundo tempo, o River manteve a grande superioridade do final do primeiro tempo. E Mora, após perder um grande gol, marcou duas vezes. Na primeira, Vangioni - melhor jogador do River que ganhou todas de Franco Sosa pelo flanco esquerdo - cruzou e o uruguaio testou para as redes. Na segunda, Rojas recuperou uma bola perdida e Mora marcou no mano a mano com Orión. A vitória do River foi conquistada mais fisicamente do que tecnicamente, já que o Boca estava esgotado no segundo tempo. O time de La Boca pouco criou e, quando parecia que iria sair alguma coisa, Ponzio apareceu e Paredes/Erviti/Ledesma foram nulos no segundo tempo.

Haúche, a figura do título, pode ganhar espaço com
a saída de Centurión (Diario  Deportivo Olé)
Racing 2 X 1 River - 24/01 - Com dois gols de Demonio Haúche, a figura do Racing até o momento nessa intertemporada, o Racing venceu o River, levando o título da Copa Centenário. O time de Ramón Díaz jogou com 7 garotos e perdeu a invencibilidade. O gol do River foi marcado por Rojas, em uma bela "chilena", a bicicleta argentina. O Millo dominou o primeiro tempo, mas o mistão quente da Academia - bem mais quente que o River - saiu com o 1 a 1 e Haúche ampliou no fim.


Boca 3 X 0 Independiente - 26/01 - Primeira vitória de El Virrey Bianchi na sua terceira passagem no Boca. E com grande contribuição dele, afinal, foi Bianchi quem trouxe Juan Manuel Martínez para o time de La Bombonera. E foi o Burrito, mesmo com a clara superioridade do Independiente em quase todo jogo, quem marcou duas vezes. No final, Santiago Silva selou o 3 a 0 em um erro de saída de bola do Rojo.

Racing campeão.

Copa Río de la Plata - Montevidéu
Aplaudo só se vencer na Libertadores
(Diario Olé)
Peñarol 1 X 3 Vélez - 13/01 - Sebá Domínguez abriu o placar aos 5 minutos, de falta, para o Vélez. Chucky Ferreyra, artilheiro do Inicial juntamente com o Scocco, ampliou. Siles, em um belo gol fora da área, descontou. E o garoto Cáseres fechou a conta para o Fortín. Pratto, ainda fora de ritmo devido a sua negociação, não jogou. As duas equipes se enfrentarão na fase de grupos da Libertadores 2013.
Vélez campeão.





Copa Ciudad de Córdoba
Klusener representa a torcida da T e solta o grito
(La Voz de Córdoba)
Instituto 0 X 2 Talleres - 15/01 - Com dois gols do bom atacante Klusener - um de pênalti e outro em uma grande testada - o Talleres venceu o Instituto no Mario Alberto Kempes dando esperanças de ascenso a sua torcida e - por que não? - voltar a ser o maior de Córdoba daqui a algumas boas temporadas. A Glória segue em uma crise, que começou com o não ascenso no ano passado com Dybala e cia.

Belgrano 1 X 0 Talleres - 21/01 - O maior destaque do jogo foram os 50 mil torcedores no Kempes e, o melhor, nenhum incidente relacionado com as sensacionais torcidas. Em campo, o Belgrano venceu por 1 a 0, gol de Teté González.

Instituto 2 X 2 Belgrano - 25/01 - Baez, contra, e Farré marcaram para o Belgrano. Nos últimos lances do primeiro tempo, Martorell descontou para a Glória. Javier Velázquez ainda empatou para o Instituto. O terceiro, daria o título para o Talleres. Porém ficou assim: Belgrano, a atual melhor equipe de Córdoba, campeão.

Belgrano campeão.

Copa Ciudad de Rosário 
Rosário Central X Newell`s Old Boys - 20/01 - O jogo foi suspenso por conta dos incidentes que ocorreram durante a semana e no dia do jogo. Torcedores do Newell`s enfrentaram a polícia e houve algumas pessoas gravemente feridas. Autoridades argentinas declararam, após o confronto, que não haviam garantias de segurança para o jogo, logo decidiram suspender o confronto. Quem perde é o futebol.

Polícia. Para quem precisa (Foto: Olé)
Newell`s X Rosário Central - 27/01 - Na segunda-feira, Rodrigo Bouso, responsável da Word Eleven, confirmou que não haverá volta no clássico de Rosário. "Não se pode jogar a revanche de uma partida que não existiu", declarou.





Copa Luis Nofal - Mendoza
Boca X River - 29/01 - O Superclasico deveria ter se chamado, somente no dia 29, de superchato. Aos 16 minutos já tínhamos 5 cartões amarelos. O clima ficou pesado e o jogo parecia um duelo pessoal entre os jogadores, os quais esqueceram o esporte que praticavam. Vangioni foi bem pela canhota do River. Pol Fernández, jogando no doble 5, organizou as ações do Boca. Erbes, seu parceiro de doble 5, surpreendeu e foi bem. Os vários garotos não comprometeram. Albín e Colazo não renderam na winger e o doble 9, formado por Viatri e Blandi, muito menos. No River, vimos uma Mauro Díaz dependência. E o meia não foi bem. O Millo melhorou com a entrada de Lanzini, que deixou Trezeguet na cara do gol, e o francês (!) perdeu. Depois, outras duas ótimas arrancadas nas quais foi fominha e perdeu a bola. Um 0 a 0 aburrido. Nos pênaltis 5 a 4 para o Boca. Erbes, Viatri, Pol Fernández, Blandi e Cellay marcaram e Albín perdeu para os Xeneizes. Já no Millo, Ponzio, Lanzini, Trezeguet e Mora marcaram. Dois canhotos, com cobranças parecidas, perderam: Vangioni e Rojas.

Boca Juniors campeão.

Copa BBVA - Córdoba
Trezeguet, o novo garoto propaganda da BBVA Francés?
(Diario Deportivo Olé)
River 2 X 1 Boca - 02/02 - Os Xeneizes começaram massacrando e, aos 5 minutos, em um chute cruzado de Santiago Silva após boa jogada de Burrito Martínez, Erviti - ele mesmo, o cara que empatou nos acréscimos no Inicial - completou para a rede. Aos 27, Mora - sempre ele -, com 4 gols em 4 jogos diante o Boca, tratou de empatar após indefinição de Ledesma/Sosa e passe de Rojas. A partir daí, o primeiro tempo mudou. River teve chances de ampliar e se deu o luco de ter Trezeguet face a face com Orión, porém Rei David mandou muito longe. Erviti, depois de falta cobrada rapidamente por Martínez em contra-ataque, jogou em cima de Barovero. O arqueiro ainda faria grande defesa em falta cobrada por Paredes a mais de 30 metros de distância, já no sonolento segundo tempo que lembrou o clássico de Mendoza. Quando tudo parecia acabado, aos 33 minutos, Rojas cruzou e Trezeguet, completamente livre -graças aos fracos Caruzzo e Clemente Rodríguez, precisou de duas chances para marcar. 2 a 1 e alívio para o francês que ainda não convenceu  no River por conta das lesões. Depois, foi para o banco. A deixa perfeita para o trocadilho "Banco Francés", já que o BBVA, patrocinador desta Copa conquistada pelo Millo, é conhecido e descrito desta forma.

River Plate campeão.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Uma noite de “Domínguez”, na Sexta

Alan Ruiz, o destaque argentino da partida (Diário Olé)

Argentina e Paraguai chegavam para o confronto com uma derrota na primeira rodada do torneio: Argentina 0 x 1 Chile e Paraguai 0 x 1 Colômbia As duas seleções precisavam vencer para se manterem com boas oportunidades de classificação, já que, caso a vitória não acontecesse, ficaria difícil passar para a próxima fase.

O primeiro tempo foi bastante truncado, ambas as equipes fizeram várias faltas e deixaram o primeiro tempo morno. Alan Ruiz foi quem mais se destacou, com bastante movimentação e duas boas finalizações que levaram perigo ao gol paraguaio. Uma delas o goleiro Morel fez boa defesa na cobrança de falta do meio-campista do San Lorenzo. O time argentino rodava bem a bola, tomava conta do meio de campo, mas não chegava com força. O time paraguaio bem postado taticamente apenas esperava a partir da sua intermediária e partia nos contra-ataques. Em um lance fortuito, Vietto em meio a diversos jogadores paraguaios finalizou e a bola desviou na zaga e matou o bom goleiro Morel. A Argentina abria o placar aos 37 da primeira etapa. Mesmo após o gol, o Paraguai manteve seu jogo, esperando o time argentino.

No segundo tempo, se tornou melhor, com mais posse de bola e levando algum perigo ao gol de Benitez. Do meio para trás, a Argentina tinha dificuldades em tocar a bola e sempre perdia a posse da pelota. Erros na saída de bola custaram o empate aos 15 e, alguns minutos depois, a virada ao time paraguaio. Domínguez fabricou o empate e Gonzalez concretizou. Domínguez ainda viria a tornar-se o craque da partida após virar o jogo para o Paraguai. E é bom ficar de olho nesse atacante de los guaranies. O garoto tem bom futebol nos pés. A Argentina parecia perdida em campo, talvez o nervosismo e a falta de entrosamento tenham sido os fatores preponderante para o jogo. O time do meio para frente estava bem, porém os volantes Kranevitter e Romero estavam em uma má noite e comprometeram a defesa.

Com a derrota, o time de Trobbiani se complicou na competição, e agora encontra-se em último no seu grupo. Das 5 equipes, 3 se classificam. Nos últimos dois jogos, a Argentina enfrenta a Bolívia e a Colômbia, que venceu seu primeiro jogo e mostrou um bom futebol. O Paraguai folga na próxima rodada, voltando a jogar somente na rodada do dia 15.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Cada um por si e Deus por todos

Iturbe: muita pressa e pouca visão de jogo (Foto: Diario Deportivo Olé)
Foi com esse lema que o selecionado argentino estreou no Sul-Americano Sub-20. E Deus não ajudou. Trobbiani não conseguiu armar uma equipe compactada em 3 semanas, tempo relativamente pequeno. Iturbe pela direita, nada. Centurión pela esquerda, um pouco no primeiro tempo. Lanzini pelo meio, nada. Alan Ruiz, quando cadenciou o jogo, o único lúcido e inteligente. Sobrou velocidade e faltou paciência, visão de jogo, e calma. Alan Ruiz e Lanzini batiam a cabeça e não havia um real enganche. Centurión e Iturbe recebiam bolas e, imediatamente, partiam para uma jogada individual. Extintas estavam triangulações e tabelas.

Outro problema foi o clarão no meio de campo. Kranevitter fez o possível e demonstrou bom futebol saindo para o jogo com grande saída de bola. Mario Salas, DT do Chile no seu 4-2-3-1, deu um nó tático no Trobbiani. Os 3 meias (Rubio, Rabello e Cuervas) foram bem, pois tiveram Kranevitter como seu único marcador.  O Chile admitiu ser inferior tecnicamente e abdicou de atacar em muitos momentos. Fez um gol com Castillo, muito bom jogador da Universidad Católica, em uma bola parada e passou boa parte do segundo tempo com um jogador a menos. E, nos minutos finais, somente com 9 em campo. Cartabia e Allione, o primeiro centralizado e o segundo no flanco direito, entraram e mostraram bom futebol.

Trobbiani pareceu reconhecer o erro e, no treino de quinta-feira, fez uma ótima alteração. Tirou Lanzini para colocar Alan Aguirre, lateral direito do Boca. Lucas Romero passou para a "volância" na ajuda ao Kranevitter e liberou Alan Ruiz para criar. Já na sexta enfrenta o Paraguai, que perdeu para a Colômbia na estreia. Veremos se Deus colaborará ou se veremos uma equipe compactada e não um "cada um por si".

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Protagonistas atacam, coadjuvantes defendem

O favorito 4-1-4-1.
Marcelo Trobbiani vem demonstrando ser ousado nos treinamentos com a seleção argentina sub-20 em Mendoza. Sob olhares de Palermo, que utilizou o mesmo centro de treinamento com o Godoy Cruz, Mandrake mantém, em todos os treinamentos, um quinteto ofensivo. Alan Ruiz e Lanzini como enganches, Iturbe e Centurión pelos flancos e Vietto como referência.

O que vêm mudando - e muito - é a formação tática da equipe. Para sustentar o quinteto, Trobbiani já testou um 3-2-4-1 e um 4-1-4-1, deixando de lado sua ideia inicial de jogar em um 3-4-3 ou 4-3-3, como disse em muitas entrevistas. O que muda entre as duas primeiras formações é o posicionamento de Lucas Romero. O bom volante do Vélez deve jogar improvisado na lateral-direita, já que a formação com 3 zagueiros não agradou o DT.

Após o treino, questionado sobre a ofensividade do time, Trobbiani, ao melhor estilo Tite, disse que até Vietto deverá marcar para ajudar Kranevitter no controle da meia-cancha. Basta saber se não teremos jogadores estrelas que não gostam de defender - vulgo Burrito Martínez no Vélez e no Corinthians.

O contestado 3-2-4-1.
Jogadores de qualidade do meio para frente temos de sobra no selecionado argentino. No banco, Cartabia, Allione e Melano, muito aproveitados em seus clubes. Do meio para trás temos um provável problema. Confesso que conheço somente o Magallán, que fez ótimos jogos com o Gimnasia La Plata no ano do descenso, e o Lucas Romero, que, quando entra, vai muito bem no Vélez. A questão é: conseguirão jogadores anônimos dar uma boa sustentação defensiva ao time que tem 5 jogadores não acostumados a defender? Trobbiani confia neles. Agora temos que ver na prática. Um êxito defensivo encaminharia muito bem a vaga para o Mundial da Turquia e Trobbiani ganharia moral. Muita moral.