sexta-feira, 28 de junho de 2013

K.O.rrea - o maior nocaute da história do Independiente

Tula, com 35 anos, consolado por Montenegro, de 34
(Site oficial do Club Atlético Independiente)
É, o Independiente sofreu o K.O. (knock-out ou nocaute) mais dolorido de sua história. O chute do garoto Correa foi sentido por todos torcedores e simpatizantes do Rojo no mundo. Mais sentido, talvez, que aquele de Anderson Silva em Vitor Belfort. Porém Correa não se utilizou da força. Colocou no ângulo de Ruso Rodríguez e acabou com a crença até dos hinchas mais otimistas do Rey de Copas, já que o Argentinos Juniors derrotava o Colón em La Paternal e o San Martín enfiava o 2º no apático Estudiantes. Todavia, o nocaute do clube não surgiu em segundos como em muitas lutas de MMA. É herança de péssimas gestões e erros, que contaremos a partir de agora.

Tudo começou com a conquista da Sul-Americana. Focado na competição, como todo o clube, Antonio Mohamed fez campanha ridícula no Apertura 2010 conquistando 14 pontos. Com Turco Mohamed e clube focados, 29 pontos no Clausura 2011. Na 4ª rodada do Apertura 2011, o Rojo perdeu para o Boca Juniors em casa e o treinador foi ameaçado por uma barra brava do clube. Na segunda-feira seguinte, deixou o cargo, como havia prometido em seu anúncio, e declarou algo como "se me ameaçarem, renuncio. Assumi o Independiente quando iria viajar à Disney, de férias, com minha família".

Em 18 de Dezembro de 2011, Javier Cantero foi eleito presidente do Independiente com 11.685 votos (quase 60% do total) de sócios do Rojo. Cantero, economista, recebeu o clube com uma dívida de mais de 200 milhões de pesos e a pressão de uma década sem título nacional. Na proposta mais comentada, ele iria acabar com as regalias que o clube mantinha com as barras. Conseguiu em partes. Aos poucos, foi cortando relações com a torcida. Em um ato marcante, entregou todas faixas que a torcida guardava na sede do clube para a polícia. Esse foi o estopim da guerra. Houve um jogo em que a torcida fez greve e não compareceu atrás do gol. Mais tarde, uma ligação anônima falou que havia uma bomba na sede do Rojo. Cantero permaneceu no poder e ganhou o apoio dos sócios do clube, de torcedores e receosos presidentes de outros clubes (como pode ver aqui), além do pseudo apoio de Julio Grondona, que não ofereceu benefício nenhum ao heroico presidente.

Os acertos foram grandes na gestão de Cantero, mas ele deixou a desejar no ramo do futebol. Com a saída de Mohamed, Ramón Díaz se utilizou do Apertura 2011 para conhecer a equipe. No fim do campeonato, até empilhou 7 jogos sem derrotas. Todo o projeto acabou com quatro derrotas nos quatro primeiros jogos do Clausura 2012. Christian Díaz, técnico dos Reservas - algo como o time B no Brasil - assumiu interinamente. No seu primeiro jogo, vitória histórica sobre o Boca na Bombonera por 5 a 4 em um jogo atípico de Tecla Farías com a camisa do Independiente. Depois de vitórias sobre Banfield, Atlético de Rafaela e Belgrano, além do 4 a 1 sobre o rival Racing, Christian Díaz foi efetivado. Enquanto esteve no comando do Independiente, apostou em vários garotos os quais conhecia da Reserva. Villafañez, Monserrat, Patrício Vidal e Pizzini foram os mais acionados. Porém, com os garotos chegou a irregularidade. E após 11 jogos sem vitórias, Christian Díaz foi injustamente demitido por Cantero, que não trouxe reforço nenhum ao DT inexperiente.
Trajetória do Independiente nas últimas 4 temporadas
(Gráfico: Trivela)

Com Américo Gallego, um DT experiente, no comando, Cantero teve de abrir os cofres do Rojo e ir buscar jogadores no mercado. E foi esta janela de transferências o estopim de tudo que o Independiente vive hoje. Tolo buscou Caicedo, promessa colombiana que pouco mostrou, e Rolfi Montenegro, jogador experiente e identificado que deu pouco resultado. Na outra janela já haviam chegado Tula, Morel Rodríguez, Fabián Vargas, Víctor Zapata, Paulo Rosales, Jonathan Santana e Luciano Leguizamón. Todos com, pelo menos, 29 anos. Vários lesões surgiram, os promissores jogadores da base perderam espaço, e nenhum destes veteranos convenceu. Gallego se foi, os jogadores ficaram e a paixão da torcida também. Miguel Ángel Brindisi assumiu faltando 9 rodadas em um calendário complicado, conquistando 3 vitórias, 3 empates e 3 derrotas. Agora, após a ressaca, o Rojo pensa na B Nacional. Brindisi deve seguir. Farías e Vargas, por exemplo, jogadores de renome, praticamente se negam a jogar este torneio. Ah, e que os Diablos Rojos não se acostumem com o inferno da B Nacional.

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