sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Raio X: San Lorenzo



Club Atlético San Lorenzo de Almagro. A sigla CASLA, na Argentina, pode, também, ter outro significado: Club Atlético Sin Libertadores de América. O San Lorenzo é motivo de chacota entre os torcedores de outros clubes por ser o único dos cinco grandes que nunca venceu uma Libertadores. A Copa é a obsessão dos Cuervos. E para 2014, não seria diferente.

Boedo se enche de ilusión. Depois de amargar uma seca de seis anos sem títulos, o azul-grená entra na Copa Libertadores como atual campeão argentino. Venceu o Torneo Inicial 2013 na última rodada, com um empate contra o Vélez em Liniers. O clube já tem seu objetivo em mente: vencer a competição pela primeira vez na história. O zagueiro Pablo Alvarado já garantiu:

"Estamos dispostos a fazer uma boa campanha no Campeonato Argentino, mas, sem dúvidas, nosso objetivo é a Copa Libertadores. Tentaremos ir passo a passo para chegar o mais longe possível", afirmou o defensor.

O primeiro confronto não é nada fácil. Na terça-feira, o San Lorenzo visita o Botafogo no Rio de Janeiro, um adversário indesejado pelos Cuervos.

"Não era o (adversário) que queríamos. Mas já sabíamos que seriam eles. Vai ser complicado", revelou o técnico Edgardo Bauza, quando perguntado sobre a classificação do Botafogo frente ao Deportivo Quito na primeira fase da Libertadores.

De Maracanã e de Libertadores, o Patón Bauza entende bem. Em 2008, era ele o comandante da LDU quando a equipe equatoriana foi campeã no Maior do Mundo, derrotando o Fluminense nos pênaltis. O comandante chega para substituir o espanhol Juan Antônio Pizzi, que após conquistar o Inicial, foi treinar o Valencia.

Bauza ganhou três reforços para tentar a conquista da Libertadores: o zagueiro colombiano Carlos Valdés (semifinalista da última edição com o Independiente Santa Fé), e os atacantes Mauro Matos (ex-All Boys) e Nico Blandi (ex-Boca Juniors).

Com a filosofia de que "um time sólido defensivamente pode construir muitas coisas", o Patón não mudou muita coisa em relação ao time campeão com Pizzi. As famosas duas linhas de quatro, com Correa caindo pelos lados no ataque e Blandi centralizado.

O San Lorenzo de Bauza contra o Olimpo: um 4-4-2 disfarçado de 4-2-3-1

A estreia no Torneo Final não foi das melhores. Apesar de ter sido superior o jogo inteiro, o San Lorenzo perdeu para o Olimpo, em Bahía Blanca, por 2 a 0. O primeiro gol, marcado por Miralles (AQUELE), nasceu de uma falha de Alvarado, enquanto o segundo foi marcado em jogada de escanteio. A equipe atuou num 4-4-2, com duas linhas de quatro. Na defesa, destaque para os avanços do incansável lateral direito Julio Buffarini. Seu xará César, que já teve problemas com bolas nas costas no Equador, que se cuide. O 'Beckham de Boedo' tem o apoio do interminável Leandro Romagnoli, que mesmo com 32 anos, ainda tem fôlego para criar e ajudar na ocupação de espaços pelo lado direito. Na esquerda, o arisco Ignacio Piatti cria muito e joga cortando pro meio para bater pro gol. Não à toa, foi artilheiro do Ciclón na conquista do Torneo Incial, com 11 gols. A volância é composta por Mercier e Ortigoza. Quatro anos depois, os dois voltam a reeditar a dupla que fez muito sucesso no Argentino Juniors, campeão do Apertura-10. O ponto forte da dupla é a qualidade na saída de bola. O que pode atrapalhar é a velocidade. Mercier, com 34 anos, já não é mais nenhum garoto, enquanto Ortigoza, com sua barriguinha saliente, nunca primou pela velocidade. Se Lodeiro e, talvez Wallyson, resolverem aprontar uma correria pela faixa central do campo e o Botafogo apresentar a mesma dinâmica de boa parte de 2013, pode complicar e muito a vida dos marcadores. No ataque, Correa joga caindo muito pelos lados do campo e Blandi (não me surpreenderia se aparecesse Mauro Matos no comando de ataque no Maracanã) centralizado.

O San Lorenzo foi campeão argentino sem apresentar um futebol que enchesse os olhos de qualquer amante do futebol. Mesmo assim, foi eficiente. Na pré-temporada, foram quatro vitórias em quatro jogos (San Martín de San Juan, Santamarina de Tandil, River Plate e Danubio-URU). A derrota para o Olimpo foi um desvio de trajeto. Não é nenhum bicho de sete cabeças.

Mas, com a aplicação tática, a raça de seus jogadores e uma ajudinha divina do Papa Francisco, o San Lorenzo tenta, enfim, desmistificar o ditado de que "la Copa se mira y no se toca". Para o pessoal em Boedo, chegou a hora de tocar na Copa Libertadores. Quem viver, verá.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Seleção do Inicial 2013


Seleção do Torneio Inicial 2013:
Marcelo Barovero (River Plate): um dos principais jogadores do fraco torneio do River.

Hernán Grana (All Boys): Após regular torneio, é pretendido pelo Boca Juniors. Marcou um gol.

Paolo Goltz (Lanús): Ganhou ainda mais pontos de idolatria com a torcida Granate após a bela campanha.

Álvarez Balanta (River Plate): Jovem zagueiro colombiano, um dos principais jogadores do fraco torneio do River.

Lucas Licht (Gimnasia y Esgrima La Plata): Lateral esquerdo de qualidade, voltou ao Gimnasia e encontrou o bom futebol. Liderou o time no ascenso, foi regular, e marcou 4 gols neste torneio. 3 deles de pênalti.

Diego González (Lanús): Volante com boa saída de bola, foi um dos destaques da arrancada final do Granate.

Juan Mercier (San Lorenzo): O "carregador de piano" do campeão. 1º volante - de pouca qualidade de passe, é verdade - liderou o número de desarmes.

Nacho Piatti (San Lorenzo): O melhor jogador do Inicial 2013. Meia lateral, com liberdade para trocar de lado com Ángel Correa, Piatti marcou 8 gols. Ainda contribuiu com assistências. Jogava predominantemente pela direita.

Maxi Rodríguez (Newell´s Old Boys): Principal figura da arrancada do Newell`s no início do Torneio. Após a vitória sobre o River na 11ª rodada, a Lepra não venceu mais e as atuações de Maxi decaíram.

Ángel Correa (San Lorenzo): O garoto já havia ganho destaque nas últimas rodadas do Final 2013 quando, inclusive, marcou um belo gol que rebaixou o Independiente. Nesse Inicial, jogando predominantemente pela esquerda - com liberdade de inverter com Piatti - marcou 4 gols e participou de outros tantos.

Picante Pereyra (Belgrano): O velhinho se tornou o "artilheiros dos gols bonitos" desse Inicial. A se destacar, um de bicicleta contra o Racing e um de cobertura ante o Tigre. Com 32 anos - e no Belgrano desde 2009 - marcou 10 gols neste Inicial 2013 e subiu um degrau na galeria de ídolos recentes (Olave, Turus e Farré) do Pirata.
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Nacho Piatti foi o craque do campeonato (Foto: Canchallena)

Revelação: Lucas Albertengo (Atlético Rafaela): Nada badalado, o atacante de 22 anos surgiu tardiamente ao lado de Diego Vera no ataque do Rafaela na 3ª rodada. Meteu gol no Boca, calou a Bombonera, e desde lá, não deixou o ataque do time. Marcou 5 gols no campeonato.

Jovens promessas: Ramiro Cáseres (atacante do Vélez), Juan Ignacio Cavallaro (meia do San Lorenzo) e Federico Carrizo (meia do Rosário Central).

Menções honrosas:
Goleiros: Torrico (San Lorenzo), Agustín Orión (Boca), Sebastián Saja (Racing) e Fernando Monetti (Gimnasia La Plata).

Defensores: Jorge Curbelo (Godoy Cruz), Luciano Lollo (Belgrano), Gastón Turus (Belgrano) e Santiago Vergini (Estudiantes).

Volantes: Bruno Zuculini (Racing) e Guillermo Farré (Belgrano).

Meias: Matías Pérez García (Tigre), José Luís Fernández (Godoy Cruz), Miguel Caneo (Quilmes) e Martín Rolle (Arsenal).

Atacantes: Mauro Matos (All Boys), Emamnuel Gigliotti (Boca), Diego Vera (Atlético Rafaela) e Lucas Pratto (Vélez).

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Quando o maior não é um grande – ou um tratado sobre a grandeza

O conceito de grandeza no futebol argentino nunca foi uma questão muito controversa, a não ser para quem vê de fora. Definiu-se que havia cinco clubes grandes no país e o status quo dos mesmos se mantém ao longo dos tempos sem que haja uma contestação mais sólida. Em meados dos anos 30 do século passado, à medida que o profissionalismo foi se consolidando, ficou definido que os clubes que teriam maior poder de decisão junto a Asociación del Futbol Argentino seriam os com maior número de sócios, maior número de títulos, entre outros critérios.

Se o Racing é chamado "El Primer Grande", o Estudiantes campeão da América e do Mundo
em 1968 poderia ser chamado de "El Primer No Grande"? (foto: Reprodução/Pasión Libertadores)

Bom, em relação à Boca Juniors e River Plate fica difícil fazer qualquer tipo de contestação, uma vez que ambos concentram cerca de 70% do total dos torcedores em toda a Argentina, além de protagonizarem o maior clássico do país, quiçá do mundo. Xeneizes e Millonarios, juntamente com os outros grandes – Racing, Independiente e San Lorenzo – monopolizaram as primeiras 3 décadas do profissionalismo. No primeiro ano de abertura, 1967, este tabu foi quebrado pelo Estudiantes de La Plata. Coincidentemente, no mesmo ano, o Racing se consagrava como o primeiro clube argentino campeão mundial, reiterando sua condição de grande – o arqui-rival Independiente já tinha dois títulos de Libertadores, em 1964 e 1965.

Até o biênio 1984/1985, a temporada era dividida entre os campeonatos Metropolitano e Nacional. As fórmulas não vêm ao caso, o importante é ressaltar o crescimento das equipes que não eram (e ainda não são) consideradas grandes. A diferença entre eles é que o Metropolitano reunia as equipes da elite, e o Nacional acrescentava aos melhores da elite algumas equipes classificadas de acordo com torneios regionais. Em 18 campeonatos Metropolitanos, 11 foram vencidas pelo grupo dos grandes – o Racing não ganhou nenhum, além de ter amargado o descenso em 1983 (sem conseguir voltar no ano seguinte), enquanto o San Lorenzo foi rebaixado em 1981. Vélez Sarsfield e Estudiantes, que não faziam parte do clube dos 5, ganharam o Nacional em 1968 e 1983, respectivamente, além de participar de todas as edições do torneio.

Internacionalmente falando, o Estudiantes foi o primeiro clube tri-campeão da América – com 3 títulos consecutivos e, vejam só, não se tornou grande por isto. Na sequência veio o tetra do Independiente, que parece ter ofuscado um pouco a proeza conquistada pelo Pincha. O Boca Juniors só foi conquistar sua primeira Copa em 1977 e o River Plate somente 9 anos mais tarde. Aliás, um ano antes do Millonario o pequeno Argentinos Juniors conquistava a América, após levar um Metropolitano e um Nacional na sequência – já sem um certo Diego Armando. Os dois títulos do Nacional do Ferro Carril Oeste já mereceriam uma matéria à parte, mas fica o registro aqui de mais um não-grande que levantou taça. Entre as temporadas 1985/1986 e 1989/1990, a Primera División foi disputada no formato “todos contra todos”; River, duas vezes, e Independiente foram os grandes que conquistaram títulos neste formato – nos outros dois anos, uma taça para Rosario Central e outra para o Newell’s Old Boys.

O Vélez Sarsfield empilhou (e segue empilhando) títulos na era moderna do futebol
argentino, e conquistou o mundo em 1994 (foto: Divulgação/C. A. Vélez Sarsfield)

A partir de 1990/1991, o campeonato foi dividido em Apertura e Clausura, mas na primeira temporada houve uma final, vencida pelo Newell’s Old Boys. Era a consolidação do futebol de Rosario, cujos clubes também sequer sonhavam em ser considerados grandes. De 1991/1992 até hoje, a Argentina vem tendo dois campeões nacionais por ano. Na sequência dos 30 primeiros torneios os títulos foram revezados entre os 5 grandes e os intrusos Newell’s Old Boys e Vélez Sarsfield, que à época também cumpriram bons papeis no exterior, inclusive com o Fortín ganhando a América e o Mundo em 1994. Apenas no Apertura 2006 que o Estudiantes – olha ele aí novamente – foi quebrar esta escrita, ganhando o título no desempate, após amarelada histórica do Boca Juniors.

O que impressiona é a quantidade de clubes que chegaram forte nesse meio tempo. Considerando a “era moderna”, dos torneios curtos, temos o Vélez Sarsfield com 8 títulos; Racing, Independiente e San Lorenzo, somados, tem 6 taças no período. Os rivais Banfield e Lanús, além de Arsenal e Argentinos Juniors, se igualam ao Racing de Avellaneda – todos tem um título. Enquanto isto, o Independiente tem 2 títulos, contra 3 do Newell’s Old Boys – o Rosario Central, arqui-rival da Lepra, foi quem se perdeu no caminho, com apenas um vice-campeonato, e alguns anos na Primera B Nacional. Por falar nisto, o “fantasma de la B” também pegou os gigantes River Plate, em 2011, e o Independiente, este ano. O Tigre, nos últimos 6 anos, tem 3 vice-campeonatos e o Godoy Cruz também teve ótimas campanhas no período.

Dos últimos 10 torneios nacionais, apenas 2 foram vencidos por um dos grandes, ambos pelo Boca Juniors, que é o único que vem fazendo jus ao adjetivo nos últimos tempos. Se formos fazer uma listagem do pódio dos mesmos torneios, temos apenas 5 posicionamentos de grandes entre os 3 primeiros em 10 torneios: um vice-campeonato para o River Plate, um para o Racing, e um 3º lugar para o San Lorenzo. Expandindo a análise para o âmbito internacional, o último título internacional de um grande foi a Copa Sul-Americana 2010, pelo Independiente. Na Libertadores, o Estudiantes é um campeão mais recente que o Boca Juniors – o Pincha conquistou seu tetra-campeonato em 2009, enquanto o Xeneize levou o hexa em 2007 e foi vice em 2012.

Lanús, Talleres, Arsenal e Tigre: em comum entre eles, todos clubes "de barrio"
que se tornaram conhecidos em competições internacionais (foto: Arte/Albiceleste Brasil)


A Copa Sul-Americana revelou mais alguns clubes “de barrio” para o cenário internacional, coisa que a extinta Copa CONMEBOL já havia feito na década de 1990. Ou alguém já havia ouvido falar de Lanús ou Talleres antes das conquistas de 1996 e 1999? O Arsenal de Sarandí foi apresentado à América na Copa Sul-Americana 2007, antes mesmo de ser campeão nacional, o que só iria conseguir no Clausura 2012. Ano passado, apesar dos pesares, o Tigre chegou à final do torneio no ano passado, e este ano é o retorno do Lanús a uma decisão internacional, após 16 anos. A chegada fortíssima do Granate nas últimas 3 temporadas, alías, foi um dos principais motivos que me levaram a escrever este texto.

Não tenho a pretensão de querer retirar a grandeza de nenhum clube, se os 5 grandes argentinos são considerados assim, foi por seus méritos. No entanto, é inacreditável que um tetra-campeão da América, como o Estudiantes, ou um multi-campeão nacional, como o Vélez Sarsfield, não tenham sua grandeza revista. Particularmente, considero estes dois clubes tão grandes ou maiores que Racing e San Lorenzo. E, nos últimos tempos, o papel dos clubes grandes no futebol argentino vem ficando cada vez mais secundário, indo na contramão da tradição das instituições.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Troca válida?


Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

O jejum de gols do River Plate já se estende por 5 jogos e, muito além disso, vê o polêmico atacante Teo Gutierrez colecionar polêmicas pelas bandas do Monumental ressaltando um ambiente interno que passa longe de ser dos melhores. Já no Newell's, o veterano David Trezeguet, praticamente dispensado pelos millonarios, ainda vai tendo seus lampejos e auxiliando o clube a se manter na liderança do Torneo Inicial. O que acende uma grande dúvida: até que ponto foi válida a troca de atacantes realizada pelo River?

Bem, é difícil dar uma resposta exata para tal indagação ainda mais dado que Trezeguet com seus 37 anos nas costas acumulou mais contusões que gols antes de se transferir para o Newell's, contudo, levando em conta os acontecidos da última semana completado com o ocorrido nesta sexta-feira apenas nos descerá uma certeza de que o negócio realizado pelo River Plate não foi das melhores.

Mais famoso pelas tantas confusões extracampo, sobretudo em seus tempos de Racing, Teo Gutierrez desembarcou em Buenos Aires com pompa e passando a impressão de que se preocuparia apenas em jogar bola, porém o colombiano desviou da rota e, nesta semana, contribuiu para que o ambiente interno do River fosse um tanto quanto abalado.

Logo após o empate em 0 a 0 contra o Lanús pela Copa Sul-Americana na última terça-feira (29), o atacante criticou seus companheiros publicamente e chegou a declarar enfaticamente que as coisas no Racing eram mais fáceis devido ao fato da bola chegar mais fácil. No entanto, o ápice dos problemas vieram no dia de ontem quando trocou insultos e empurrões com Leonardo Ponzio, seu companheiro de clube, apenas aumentando a crise interna.

Enquanto Teo chegou no River, o Newell's se aproveitou para trazer Trezeguet, que perdera ainda mais espaço dado que acumulava lesões e as confianças eram todas depositadas no colombiano. Agora, o francês vem mostrando que panela velha pode sim fazer comida boa.

Diante de juras de amor aos leprosos, o atacante campeão mundial junto a França em 1998 prometeu que faria o gol 300 pelo clube de Rosário. Promessa feita, promessa cumprida e de maneira bem épica nesta sexta-feira.

O veterano jogador começou a partida no banco, entrou no intervalo, viu o Colón abrir 2 a 0 de vantagem, todavia não estava por brincadeira e uma inspiração digna de seus tempos áureos desceu, marcou duas vezes (o primeiro dos dois gols o de número 300 em sua carreira), garantiu ao menos um ponto para o Newell's e, acima de tudo, mostrou que a troca realizada pelo River, talvez, não tenha sido tão válida, até porque, do alto de suas 37 primaveras, Trezeguet precisou de menos de 20 minutos para fazer algo que seu ex-clube não faz já tem 5 jogos.

Confira os dois gols marcados por David Trezeguet em Colón 2 x 2 Newell's Old Boys:

O gol 300 da carreira do atacante francês 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mercado de Inverno 13/14

ALL BOYS
O time do bairro da Floresta mexeu bastante no elenco, mas talvez a baixa mais sentida seja a do técnico José “Pepe” Romero, que deixa o clube depois de 6 anos, tirando o Albo da Primera B Metropolitana, e deixando-o estável na elite do futebol argentino. Em seu lugar assume Julio César Falcioni, vice-campeão da América com o Boca Juniors.

Mauro Matos, ídolo da torcida, voltou (Vox Populi)
O clube contratou peças com boa experiência, como, por exemplo, Maxi Pellegrino, ex-Colón, e com passagem pelo futebol italiano, Roberto Battión, ex-Independiente, e Javier Cámpora, que não foi bem no Racing, mas costuma marcar seus golzinhos defendendo clubes menores. Outros bons valores são Maxi Núñez, ex-Estudiantes de La Plata, Nicolás Colazo, emprestado pelo Boca Juniors, e o chileno Gonzalo Espinoza, que jogou no Arsenal na última temporada, mas está emprestado pelo Racing. O atacante e conhecido da torcida Mauro Matos retorna após breve exílio no San Luis mexicano.

Dos seus principais jogadores na última temporada, certamente deixará saudades o ótimo quarteto ofensivo formado por Sarmiento, Montoya Muñoz, Vildozo e Borghello, que saíram, respectivamente, para Ponte Preta/BRA, Vasco da Gama/BRA, Aldosivi e Gimnasia y Esgrima de La Plata.

ARGENTINOS JUNIORS:
Matías Mirabaje segue os passos de Caruso Lombardi
(Foto: Télam)
Entram: Caruso Lombardi apostou em jogadores da B Nacional. Entre eles, Bruno Barreto (Douglas Haig), Leonardo Sánchez (Instituto), Leonardo Borzani, Raúl Becerra (Nueva Chicago) e Osvaldo Miranda, o mais esperado por ser o destaque - e artilheiro - do Ferro Carril Oeste na temporada passada. Matías Mirabaje, que perdeu espaço no San Lorenzo após a saída de Caruso, volta a ser dirigido pelo polêmico DT. Do Dínamo Zabreb, da Croácia, trouxe o polêmico - já com passagens pelas penitenciarias de Buenos Aires - Pablo Migliore, já que não tem confiança em Nereo Fernández e Luis Ojeda.

Saem: Leandro Caruso, Matías Martínez, José Luís Anagonó, Marcos Figueroa, Fabio Vázquez e Sebastián Navarro não tiveram seus contratos renovados por opção de Lombardi.

ARSENAL
Gordo Sperdutti, o craque do Newell`s na época
das vacas magras (Somos Leprosos)
O time do Viaducto se reforçou honestamente para esta temporada. Manteve o técnico Gustavo Alfaro, que vem realizando um excelente trabalho no clube desde 2006 (com um hiato entre 2008 e 2009), agregou peças bastante importantes para manter o nível do time que vem fazendo ótimos torneios nas últimas temporadas, e busca classificação para sua 3ª Libertadores consecutiva.

O atacante Milton Caraglio, ex-Rosario Central e que atuava no Pescara/ITÁ é um reforço bastante interessante. Mariano Echeverría, ex-Tigre e Jonathan Gómez, que chega emprestado pelo Real Murcia/ESP, são outros bons nomes.


O atacante Maurício Sperdutti, ex-Newell’s, e que estava no Palermo/ITÁ, foi anunciado no último dia da janela de transferências, e é mais uma alternativa no setor ofensivo. O elenco também sofreu algumas baixas relevantes, como a saída do zagueiro Lisandro López, para o Benfica/POR, do meio-campista Carlos Carbonero, que foi por empréstimo para o River Plate, e do atacante Darío Benedetto, contratado pelo Tijuana/MÉX.

ATLÉTICO RAFAELA:
Polaco Bastía voltará a vestir azul e branco
Entram: Reforçou a defesa com Francisco Martínez (All Boys) e Andrés Rodales (Liverpool-URU), dois laterais, além de Gonzalo Marinelli, arqueiro de 24 anos com mínimas aparições no River Plate. Diego Ferreira (Tigre) e Adrián Bastía (Colón) fecham a entrada da área na "volância". Juan Eluchans, Esteban Conde, César Mansanelli e Diego Vera, todos com características ofensivas, renovaram.

Saem: Guillermo Sara, goleiro, e Fabricio Fontanini, zagueiro, principais destaques na permanência do clube na Primera, foram vendidos. O primeiro ao Real Bétis-ESP e o segundo para o San Lorenzo. Sebastián Carrera, Machín, Eduardo Domínguez, Cristian Vella, Oscar Carniello, Darío Gandín e Iván Juárez não renovaram seus vínculos.  


BELGRANO
Carlos Bueno tentará repetir o mesmo sucesso do San Lorenzo,
onde saiu brigado com Caruso Lombardi (Orgullo Txuriurdin)
O Pirata cordobês é mais um time que quer manter uma boa base e uma certa estabilidade. O clube, além do Torneo Inicial, disputará a Copa Sul-Americana no segundo semestre, e os reforços foram buscados também pensando na competição vindoura. Ricardo Zielinski começa a 3ª temporada seguida como DT do clube.

O clube contratou todos os seus reforços por empréstimo, mas também não teve perdas muito lamentáveis, à exceção da venda do jovem e promissor Lucas Melano, de 20 anos, para o Lanús. Facundo Affranchino, que evoluiu bem no San Martín, chega para compor o meio-campo, assim como o paraguaio Jonathan Santana, emprestado pelo Independiente. Do Tigre chegam os atacantes Ezequiel Maggiolo e Diego Ftacla, que brigarão por lugar no time com o experiente uruguaio Carlos Bueno, que chega da Universidad Católica/CHI.

Três jogadores importantes, mas não insubstituíveis deixaram o clube: o atacante César Carranza, que foi para o Ferro Carril Oeste, e os meias Martín Zapata, que defenderá o Independiente na Primera B Nacional, e César Mansanelli, que jogará no Atlético de Rafaela.

BOCA JUNIORS:
Fernando Gago pretende ter o mesmo sucesso da primeira
passagem no Boca Juniors (Minuto Uno)
O Boca perdeu alguns nomes conhecidos que já vinham presentes há um bom tempo no elenco, mas que, não necessariamente, viviam as melhores fases de suas carreiras, como é o caso do lateral-esquerdo Clemente Rodríguez, que rumou para o São Paulo, o atacante Lucas Viatri e o meia Erviti, ambos rumaram para o futebol mexicano.
Embora tais perdas sejam extremamente sentidas, ainda se destacam as transferências de El Tanque Silva para o Lanús, de Lautaro Acosta para o Sevilla e Emiliano Albín para o Peñarol, perdas estas um tanto quanto mais significativas para o elenco comandado por Carlos Bianchi. Enquanto uns saem, outros chegam e, entre aos novos contratados, três nomes em especiais se destacam, não apenas pelos Xeneizes terem fechado negócio por eles com clubes da Europa, mas pelo fato de que chegaram para ocupar posição de certo destaque dentro do time. Estes nomes são: o volante Fernando Gago (Valencia), o atacante Emanuel Gigglioti (Novara) e o defensor Cata Díaz (Atlético de Madrid).


COLÓN:
Leguizamón foi muito bem no Arsenal e pouco jogou no
Independiente (Pasion Monumental)
Entram: Apostou em jogadores que vestiam azul e branco. Darío Gandín, a principal esperança de gols do Rafaela na temporada 11/12 com 13 gols, perdeu espaço e voltará a vestir o rubronegro do Colón na sua terceira passagem pelo clube. Oscar Carniello, seu parceiro de Rafaela, não renovou e reforçará a defesa sabalera assim como Lucas Landa, a exceção da regra, pois chegou dos verdinegros do San Martín San Juan. Germán Montoya, arqueiro, e Mariano Bíttolo, lateral-esquerdo, chegaram do Vélez após longas temporadas no Fortín amargando a reserva. Lucas Acosta, do O`Higgins-CHI, e Jacobo Mansilla, do Quilmes, chegam para melhorar a armação de jogadas, principal defeito do clube na última temporada. Luciano Leguizamón, nos últimos dias de Julho, chegou após estar encostado no Independiente e pouco atuar no descenso.

Saem: Diego Pozo, após 5 temporadas titularíssimo na baliza do Colón, deixa o clube para ir ao Huracán, clube que também tem muita consideração. Gigliotti, estrela solitária da última temporada, voltou ao Novara pois estava emprestado. Após, foi vendido ao Boca Juniors. Tomás Costa foi vendido ao Universidad Católica após temporada de empréstimo. Hernán Bernadello e Adrian Bastía, dois volantes que lutavam pela mesma posição, deixaram o clube. O primeiro foi para o Montreal Impact, da MLS, e o segundo para o Rafaela. Pellegrino, Santiago Fogst, Emir Faccioli, Mauricio Romero e Ricardo Gomez não tiveram seus contratos renovados.

ESTUDIANTES:
Especulado no Barça de Tata Martino, Vergini
forçou saída do Newell`s (Globoesporte.com)
Entram: Mauricio Pellegrino fez contratações muito pontuais, além da volta de Juan Sebastian Verón. La Brujita transferirá todo seu salário para o investimento nas categorias de base do Estudiantes. Ernesto Goñi, zagueiro que estava no Quilmes, deve disputar posição com o experiente Desábato, que já não é mais o mesmo. Garantido na defesa está Santiago Vergini, contratação com altas cifras vinda do Newell`s Old Boys e sondado no Barcelona de Tata Martino. Israel Damonte, bom volante vindo do Nacional-URU, ajudará Verón na volância, disputando posição com o garoto Gil Romero, de boa pré-temporada e  tido como sucessor de Rodrigo Braña. Jorge Luna, de ótima temporada com o rebaixado San Martín, chega para fazer concorrência com Román Martínez, meia central do Pincha na última temporada. Franco Jara, Mariano González e Patito Rodríguez, três meias laterais que já tiveram excelentes temporadas e estão em baixa, tentarão voltar ao auge no 4-2-3-1 do Estudiantes. Matías Aguirregaray, lateral-direito da seleção uruguaia que estava no Peñarol, foi contratado no fim de Julho por conta da venda de Angeleri.

Saem: Rodrigo Braña e Leandro Benítez, dois volantes históricos por terem conquistado a Libertadores 2009, foram ao Quilmes após 8 anos vestindo a camisa pincharrata e conquistando idolatria da torcida. Mauricio Pellegrino alega querer renovar o elenco. Marcos Angeleri, lateral-direito, foi vendido ao Málaga. Gelabert foi ao Tigre. Acabou o empréstimo do garoto Alessio Innocenti, que voltará o Milan-ITA após sequer ser relacionado em uma partida oficial. Nos últimos dias de janela, o garoto promessa Duván Zapata foi vendido por um ótimo valor ao Napoli-ITA, após treinar com o West Ham e o Queens Park Rangers.

GIMNASIA/LP
O estudante de engenharia industrial Juan Pablo Rodríguez não repetiu no
Pumas-MEX o mesmo sucesso de All Boys (FutbolArgentino.com)
O Lobo retorna a elite do futebol argentino, depois de duas temporadas na B Nacional, e se mantém com o comando de Pedro Troglio, técnico do Ascenso, e que é mais um que vai para a 3ª temporada comandando um clube da Primera División. O clube devolveu nada menos que 7 jogadores que estavam no elenco por empréstimo, entre eles Franco Niell, heroi da permanência do clube na elite em 2009.

As contratações foram pontuais, e dentre elas se destacam quatro: Gastón Díaz, meio-campista e dublê de lateral-direito que chega por empréstimo do Vélez Sarsfield, Iván Borghello, atacante fazedor de gols, emprestado pelo All Boys, Maximiliano Coronel, lateral emprestado pelo River Plate, mas que também estava no clube do bairro da Floresta, e o uruguaio Juan Pablo Rodríguez, meia contratado junto ao Pumas/MÉX.

No final da janela de transferências o clube anunciou José Erick Correa, atacante colombiano que defendia o Chivas/EUA.

GODOY CRUZ
O desconhecido Federico Pintos tentará morder
a língua dos críticos (Ovación Digital)
Um dos principais ameaçados pelo descenso neste início de temporada, o Godoy Cruz manteve seus principais nomes, como Mauro Óbolo e Nicolás Castro, além de seguir com o treinador Martín Palermo. As apostas feitas foram em jovens jogadores, evitando investimentos que o clube não pudesse fazer.

Três atletas chegaram do futebol uruguaio, todos jovens; do Defensor, os meio-campistas Federico Pintos e Diego Rodriguez, e do Peñarol, chega emprestado o atacante Jonathan Ramis. Cristian García, que estava no Real Murcia/ESP, e que na Argentina atuou pelo Banfield, chega para brigar por vaga no ataque titular.


Deixam o clube, entre outros, El Mago David Ramírez , que foi para o Millonarios/COL, o goleiro Nelson Ibáñez, que jogará no Racing, e o zagueiro Nicolás Sánchez, cujo contrato terminou e o clube de Mendoza não renovou.

LANÚS:
Santiago Silva esqueceu seu passado esmeraldino
no Banfield (AP via Terra)
Entram: Guillermo Schelotto trouxe os nomes mais conhecidos para o ataque, que perdeu em produtividade no climax dos dois últimos torneios, o Inicial 2012 e o Final 2013. Ismael Blanco não convenceu como centroavante e Pereyra Díaz não ganhou a posição. Para a vaga, trouxe El Tanque Santiago Silva e Lucas Melano, jovem - e excelente- promessa do Belgrano. Lautaro Acosta chega para jogar nas pontas no habitual 4-3-3 de Guille após a saída de Mario Regueiro. Leandro Somoza e Jorge Ortiz, dois volantes, disputarão vaga no time titular deixada por Guido Pizarro, jogador mais regular do clube na última temporada. Matías Martínez tentará desbancar Goltz na defesa, mas deve compor grupo devido a saída de Oswaldo Vizcarrondo.

Saem: A baixa mais sentida será, com toda certeza, de Guido Pizarro. O volante recebeu excelente proposta - algo em torno de 6 milhões de dólares - do Tigres-MEX. Oswaldo Vizcarrondo, zagueiro venezuelano de boa temporada, foi para o Nantes-FRA. Regueiro, já citado anteriormente, foi para o Racing. Leandro Díaz, atacante, se tornou a 4ª opção do elenco devido as contratações, e foi vendido ao Huracán. Silvio Romero, que perdeu espaço com a chegada de Melano e Acosta, foi emprestado ao Rennais por 500.000 e uma opção de compra de 2.800 euros.

NEWELL`S OLD BOYS:
Trezeguet chega com a missão de substituir o
ídolo Ignacio Scocco (Diario Olé)
As perdas do time não foram muitas, porém quem rumou foram peças extramente importantes, como técnico Gerardo Martino rumou para o Barcelona e o atacante Ignacio Scocoo que foi para o Internacional, dois dos grandes pilares do time. Além deles, ainda há de se destacar a transferência do atacante Maximiliano Urruti, de apenas 22 anos, para o Toronto FC. Quanto a reforços, que foram tão poucos quanto às saídas, se notabiliza a chegada de Alfredo Berti para o comando técnico, além do experiente Damián Manso para a ponta-esquerda/meia e do não pouco menos experiente David Trezeguet para o ataque, sem contar Adrián Gabbarini, Independiente, como opção para a meta do time.

OLIMPO: 
Peres Guedes volta ao Olimpo, agora emprestado e com
seu passe pertencente ao Racing (El Liberal)
Entram: Assim como o Argentinos Juniors, apostou em jogadores da B Nacional, divisão do qual deriva. De lá, chegaram Ezequiel Cerutti (Sarmiento) e Leonardo Ferreyra (Gimnasia Jujuy). Também se aproveitou de jogadores dispensados, como Gustavo Oberman e Pablo Lugüercio, além de boleiros pouco aproveitados eu seus clubes da Primera, como Matías Sarulyte (Estudiantes), Orlando Gaona Lugo (Boca Juniors), Fernando Meza (San Lorenzo), Nereo Champagne (San Lorenzo), Nahuel Benítez (San Lorenzo) e Martín Peres Guedes (Racing).

Saem: Marcelo Vega e Sánchez Sotelo foram para o Talleres de Córdoba. Gustavo Bou, artilheiro aurinegro da campanha na B Nacional, voltou do empréstimo para o River e foi cedido novamente, agora para a LDU. Leandro González, atacante de lado de campo que compunha o grupo na temporada passada, foi para o San Martín de San Juan.

QUILMES
Rodrigo Braña retornou ao Quilmes, clube onde é
ídolo, juntamente com o Estudiantes
O Quilmes, que se estabilizou ao longo da temporada passada, com uma equipe bastante organizada, perdeu peças importantes em seu elenco, começando pelo comando técnico, que Omar de Felippe deixou para que Nelson Vivas (aquele mesmo, ex-lateral baixinho da seleção argentina, Arsenal inglês, Internazionale italiana, entre outros) assumisse.

O elenco perdeu seu principal jogador, o uruguaio Martín Cauteruccio, que após muito assédio de clubes grandes, vai jogar no San Lorenzo nesta temporada. Para o lugar do artilheiro, chegou o também uruguaio Joaquin Boghossian, de boa passagem pelo Newell’s Old Boys, há alguns anos, e que estava no futebol belga. Um outro reforço de renome é o volante Rodrigo Braña, que volta ao Cervecero após 8 anos defendendo as cores do Estudiantes de La Plata.


Também são novas caras no Quilmes o meio-campista Leandro Chino Benítez, que teve ótimos momentos no Estudiantes, e o lateral-direito Luciano Abecasis, ex-River Plate. Chegou ao clube, pouco antes do início do Torneo Inicial, o atacante Juan Manuel Lucero, que estava emprestado pelo Cerro Porteño/PAR à Portuguesa/BRA. Em compensação, Gustavo Oberman, Jacobo Mansilla, Juan Manuel Cobo e Ismael Quilez foram respirar outros ares.

RACING CLUB
Valentín Viola retorna ao Racing após fraca passagem
pelo Sporting-POR (Rock`n Ball)
A fila anda, e nela o Racing está parado há alguns anos. O clube surpreendentemente manteve o técnico Luis Zubeldía, que tudo indicava seria demitido ao final da temporada. O trabalho com os jovens jogadores rendeu bons frutos, ainda que não em resultados práticos, mas se construiu uma ótima base.

O Racing fez uma das melhores aquisições na pré-temporada, que foi o veterano atacante uruguaio Mario Regueiro, que estava no Lanús, jogador muito qualificado que ainda tem lenha para queimar. O também atacante Valentín Viola, retorna ao clube onde foi revelado por empréstimo, do Sporting de Lisboa/POR. Outros reforços foram o ótimo volante Rodrigo Battaglia, contratado junto ao Huracán, e o zagueiro colombiano Jairo Palomino, que estava no Al-Ahly/ARA.

Dos jogadores que deixaram Avellaneda, destacam-se os atacantes Javier Cámpora e Jose Sand, que defenderão, respectivamente, All Boys e Tigre. Ambos não deixaram saudades na torcida de La Academia. O garoto Martín Perez Guedes foi emprestado ao Olimpo, de Bahía Blanca, enquanto Luis Fariña foi vendido ao Benfica/POR.
Teo Gutiérrez, na Seleção Colombiana, um leão.
Nos clubes, um gatinho. (EFE)


RIVER PLATE:
As perdas foram importante, visto que os volantes Cirigliano (Hellas Verona) e Acevedo (Zaragoza), o meia Carlos Sanchez (Puebla) e os atacantes Funes Mori (Benfica) e Trezeguet (Newell’s) poderiam até ter sua qualidade e, até mesmo, seus momentos, questionados, porém é inegável que representavam algo para o elenco, sendo opções de certa importância para o técnico Ramoncito Día, porém quis o destino que o futuro de tais atletas fosse longe do Monumental.
Por ora, pode parecer que o tradicional clube perdeu sua força, porém não poupou esforços e trouxe excelentes nomes que suprem com afinco as ausências. Destes, se destacam a contratação de Rodrigo Mora em definitivo junto ao Benfica, o polêmico Teo Gutierrez junto ao Cruz Azul, além dos meias Carlos Carbonero, ex-Arsenal de Sarandí, e Jonathan Fabbro, ex-Cerro Porteño, este último desejo antigo da diretoria da equipe da capital argentina.


ROSARIO CENTRAL
Loco Abreu teve seu auge profissional no
River Plate (AP)
O Rosario Central voltou e promete ter um time bastante interessante para este Torneo Inicial. Miguel Ángel Russo segue como treinador do campeão da Primera B Nacional. O elenco mudou bastante, mas, ao menos na teoria, muda para melhor, apesar de nomes importantes no ascenso terem deixado o clube.

No final da janela de transferências, o clube acertou a contratação de Sebastián El Loco Abreu, que estava escanteado no Nacional/URU. Os também atacantes Franco Niell, ex-Gimnasia y Esgrima de La Plata, Carlos Luna, que chega do River Plate, e Gonzalo Castillejos, que retorna após um período no Barcelona/EQU, encorpam o setor ofensivo, que perdeu seus principais nomes. Néstor Bareiro foi para o Olimpia/PAR, e Javier Toledo defenderá o Colo-Colo/CHI.

Desembarcaram em Rosario, além dos citados, o meia paraguaio Eduardo Ledesma, e os zagueiros Alejandro Donatti e Lisandro Magallán, oriundos de Godoy Cruz, Tigre e Boca Juniors na ordem. Outras baixas importantes foram do meia Jesús Méndez, que jogará no Boca Juniors, Carlos Casteglione, zagueiro que foi para o All Boys, e do também defensor Nahuel Valentini, vendido para o Livorno/ITA.
Cavallaro chamou a responsabilidade no
descenso do Unión

SAN LORENZO:
Tendo perdido nomes importante, como o goleiro Pablo Migliore que foi para o futebol croata, e outros atletas com potencial e certa qualidade, como o zagueiro Fernando Meza e o atacante Stracqualursi, a equipe ainda viu Franco Jara ser obrigado a retornar de empréstimo para o Benfica. Ainda que as perdas sejam de certa forma impactantes, a diretoria se mexeu bem e aposta em jovens jogadores para que o Ciclón possa tomar um bom rumo. Juan Ignacio Cavallaro, de 19 anos, e Fernando Elizari, de 23, chegam para acrescer qualidade ao setor ofensivo do meio-campo, já para defesa vieram o zagueiro Fabricio Fontanini e o goleiro Cristian Álvarez, ex-Espanyol.







TIGRE:
Sérgio Araújo, emprestado pelo Boca Juniors, vem de grande
temporada no Barcelona B (La Mitad Más 1)
O modesto clube contou com perdas mais do que significativas, já que os atletas que deixaram o time, eram apenas os grandes nomes do elenco. Os jovens Ruben Botta e Lucas Orbán não resistiram ao assédio europeu e se transferiram para Internazionale de Milão - depois repassado ao Livorno - e Bordeaux, respectivamente, mas as perdas “irreparáveis” não param por aí, ainda mais Echeverría e Donatti, que compunham a sólida zaga da equipe, saíram também, mas para Arsenal de Sarandí e Rosario Central. Quantos aos reforços, não muito a se destacar, já que constituem verdadeiras apostas, mas vale a pena ficar de olho nos defensores Pablo Pintos, que estava no futebol turco, e Ignacio Fideleff (ex-Napoli), além dos jogadores de frente: Pablo Vitti (ex-LDU) e Sergio Araujo (ex-Boca Juniors).

VÉLEZ:
Mauro Zárate pretende repetir o sucesso
de quando surgiu no Vélez
Treinado mais uma temporada por Ricardo Gareca, o Vélez perdeu jovens jogadores que já vinham obtendo certo destaque na equipe e eram donos de um potencial tremendo, como é o caso do lateral-direito Peruzzi e o atacante Ferreyra que rumaram para Catania e Shakhtar, respectivamente.
Mesmo que tenha perdido jogadores importantes, as saídas não devem ser tão significativas e irreparáveis, ainda mais que o Fortín fez questão de se movimentar bem na janela e trazer nomes de qualidade, com destaque especial ao atacante Mauro Zárate, ex-Lazio, e o meia Hector Canteros, ex-Villareal.

INDEPENDIENTE:
Matías Pisano é a aposta da janela, já que a vitoriosa
base pouco vingou (Clarín)
Entram: Matías Pisano, meia atacante canhoto de 21 que estava na B Metro (3ª divisão) com o Chacarita, foi a contratação mais árdua. O meia era especulado em clubes da Europa, também. E chega ao Rojo com grande expectativa. Martín Zapata, meia lateral regular no Belgrano, e Sebastián Penco, de boa temporada no também rebaixado San Martín San Juan, também foram ótimas aquisições. Franco Razzotti, volante pouco aproveitado no Vélez, e Cristian Menendéz, o reserva imediato de Cauteruccio no Quilmes na última temporada, devem compor elenco. Reinaldo Alderete, experiente volante - e um dos grandes culpados pelo rebaixamento do San Martín San Juan - foi uma contratação muito aleatória. O volante é velho, atravessa péssima fase e pouco deixa saudades por onde passa.

Saem: Osmar Ferreyra, Roberto Battión e Gonzalo Contrera foram dispensados. Luciano Leguizamón acertou sua saída para o Colón e o paraguaio Jonathan Santana para o Belgrano.

Leonardo Bandeira: Argentinos Juniors, Atlético Rafaela, Colón, Estudiantes, Lanús, Olimpo e Independiente.

Jhon Tedeschi: All Boys, Arsenal, Belgrano, Gimnasia La Plata, Godoy Cruz, Quilmes, Racing e Rosário Central.

Felipe Ferreira: Boca Juniors, Newell`s Old Boys, River Plate, San Lorenzo, Tigre e Vélez

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

De Che a Messi


Em Rosario a vida se apresenta em uma constante dualidade. A linda cidade construída às margens do rio Paraná é uma das três na Argentina — ao lado de Córdoba e La Plata — onde os cinco gigantes de Buenos Aires não dominam a preferência da população local. Toda criança nascida em Rosario precisa fazer a escolha que vai defini-la e acompanhá-la ao longo de sua vida: ser CANAYA (assim mesmo, com Y, como preferia o genial escritor Roberto Fontanarrosa), ou ser LEPROSO.
Lionel Messi precisou responder essa mesma pergunta há duas décadas aproximadamente. Ou talvez nem tenha respondido. Provavelmente seu pai, torcedor fanático do Newell’s, não quis dar chance ao azar e foi logo vestindo o filho caçula com o uniforme completo do rojinegro argentino, assim como já havia feito com os irmãos mais velhos.
Mas muito antes dele, outro rosarino famoso internacionalmente decidiu inclinar-se pela outra face dessa moeda que gira incansavelmente no ar. “Sou de Rosario. Do Rosario Central. Eu sou rosarino”, respondia Ernesto “Che” Guevara sempre que era indagado sobre seu time de coração. A afirmação é de Hugo Gambini, biógrafo de Che. Não que a paixão pelos times de futebol da cidade seja maior em Rosario, mas, definitivamente, ela é vivida de uma forma muito mais intensa e completa.
Neste domingo, 42 mil almas CANAYAS fizeram o Gigante de Arroyito pulsar forte com a volta do clássico. Desde o descenso do Central em 2010 que os eternos rivais não se encontravam em partidas oficiais. Muita festa, papel picado, bandeiras e faixas enfeitaram o estádio em um cenário perfeito para uma festa pintada em azul e amarelo.
O Newell’s é muito mais time e isso nem se discute. É o atual campeão argentino e líder absoluto do “Torneo Inicial”. Tem o melhor elenco e joga o futebol mais vistoso e eficaz do país. Mas aí está uma partida onde nada disso importa.
Quando aos 11 minutos do primeiro tempo, o zagueiro Donatti desviou de cabeça para o fundo do gol abrindo o placar para os donos da festa, todas as estatísticas, todos os números, todo o favoritismo e toda a razão se afogaram no mar de felicidade do Central.
Um gol que deve ter feito “Che” Guevara e Roberto Fontanarrosa se abraçarem no Céu dos torcedores CANAYAS. Mas era muita saudade. Era um CENTRAL – NEWELL’S depois de mais de três anos e ninguém queria perder. Muito menos Maxi Rodíguez que, além de jogador, é torcedor assumido da camiseta que veste. Foi ele quem se ocupou em deixar tudo igual com uma diferença de três minutos. Fez questão de comemorar à la Riquelme; com as mãos nos ouvidos como quem se esforçava para escutar os gritos que vinham da arquibancada.
Em Barcelona, Lionel Messi deve ter saltado de felicidade abraçado à família e com “Tata” Martino pendurado em seu pescoço. Desde algum lugar no planeta Terra, também comemorou Marcelo Bielsa, só que certamente de uma maneira muito mais contida e reservada.
Se o que Maxi queria escutar eram os gritos vindos da arquibancada… ele teve o seu pedido atendido. Encina aproveitou a bola que sobrou ABANDONADA na área de Guzmán e definiu, ainda no primeiro tempo, a vitória do Rosario Central por 2 a 1.
A partir daí tudo era festa. Chutão para bem longe… festa. Entrada violenta em quem vestia uniforme rubro-negro… festa. Qualquer passe curto e sem objetivo do Central… festa. Apito final do árbitro… FESTA!
O domingo estava predestinado a ser de festa. E o Rosario Central FINALMENTE pôde fazer a sua.
Postado originalmente por Leonardo Lepri Ferro no site do Impedimento (http://impedimento.org/de-che-a-messi/) e reblogado com a autorização do mesmo.

domingo, 13 de outubro de 2013

Ressaca mor(t)al

"Muchachos, traigan viño, juega l'Acade
Que esta banda esta de fiesta
Y hoy no podemos perder

Muchachos, traigan viño, juega l'Acade
Me emborracho, bién borracho
Si el Rojo se va a la B"

Quem já tomou um porre de vinho sabe como é o after day.  Dores de cabeça violentíssimas, vômitos na maioria dos casos, é um caos. O caos parece ter tomado conta do Racing Club de Avellaneda, após o rebaixamento do arquirrival Independiente. Na atual temporada, 12 jogos e inacreditáveis 10 derrotas para 2 empates, somados os resultados do Torneo Inicial e da Copa Sul-Americana. Em pouco mais de dois meses, o clube está indo para o seu TERCEIRO treinador, foi despachado da Sul-Americana e o presidente Gastón Cogorno renunciou ao cargo há cerca de duas semanas - sem contar a lanterna consolidada no âmbito doméstico, do qual o clube não sairá nas próximas duas rodadas, mesmo que vença os jogos contra Estudiantes e Vélez Sarsfield.

Imagem recorrente ao final dos jogos do Racing nesta temporada
(foto: Reprodução / Photogamma)
A comemoração pelo fracasso do tradicional rival subiu à cabeça não apenas dos torcedores, mas de todos que lidam com o futebol no blanquiceleste. O pior de tudo é que a pré-temporada foi promissora, ao menos no mercado de transferências, ainda que o clube tenha mantido no comando técnico o contestadíssimo Luis Zubeldía, que tinha como principal trunfo o ótimo trabalho feito com os garotos promovidos ao time principal na temporada anterior, como Vietto e De Paul. A única perda relevante foi do armador Luis Fariña, que deveria ter sido reposta (ao menos na teoria) pelo uruguaio Mario Regueiro, com o plus do retorno do atacante Valentín Viola, que fracassara no futebol português. No papel, o time parecia que daria trabalho e ao menos melhoraria a já razoável campanha do Torneo Final, no primeiro semestre.

O personagem que mais deu o que falar no futebol argentino na temporada passada claramente foi o "fantasma de la B", corneta que se tornou institucionalizada quando a queda do Independiente era irreversível. Mas, sabemos, todo morto que se preze tenta puxar seu inimigo pelo pé. Enquanto o Rojo derrapa na Primera B Nacional, o Racing não sabe o que é vitória na elite. A arrancada é a pior da história do clube nos torneios curtos, superando o início do Clausura 2006, quando nos 10 primeiros jogos, La Academia fez apenas 3 pontos. A pontuação antes da temporada 2005/2006 era boa, mas o desastre do primeiro semestre de 2006 foi apenas o começo de más campanhas em sequência que levaram o clube a disputar - e vencer - a temida (e extinta) Promoción em 2008. Fica o aviso.

Na atual temporada, dentro de campo, a estreia foi aceitável, empate com o Colón, em Santa Fe. O gol de Bruno Zuculini logo no início do jogo dava a entender que o Racing vinha forte. Ledo engano. A 2ª rodada reservava um desastre, em pleno Cilindro: a derrota avassaladora por 3 a 0 para o San Lorenzo foi uma pancada muito forte no moral da equipe. Na sequência, a eliminação para o Lanús na Sul-Americana e a derrota como mandante para o Arsenal custaram o cargo de diretor técnico a Zubeldía. Começava o show de incoerência da diretoria acadêmica: foram sondados Gustavo Costas, ídolo histórico dentro de campo, Omar De Felippe, de ótimo desempenho no Quilmes (e que parou, coincidentemente, no Independiente) e Jose Pepe Romero, que levou o pequeno All Boys ao convívio dos gigantes.

Ischia em seu último jogo como DT do Racing
(foto: Reprodução / Diario Deportivo Olé)

Nenhum deles veio e para o comando técnico da equipe chegava Carlos Ischia, de resultados contestáveis na carreira e apenas um título de vulto e mérito no futebol argentino, o Apertura 2008, dirigindo o Boca Juniors. O time ainda perderia para o All Boys, dirigido pelo interino Fabio Radaelli. Ischia comandou o time pela primeira vez em 7 de setembro, empatando com o Lanús, no Cilindro. Depois disto, 4 derrotas na sequência fizeram com que o treinador pedisse as contas, após o fracasso como local contra o Atlético de Rafaela. Pensamento mágico, que maldição! Para o lugar de Ischia, foi anunciado na última quinta-feira Reinaldo Mostaza Merlo, técnico no último título do clube, o inesquecível e histórico Apertura 2001. Ironicamente, é o único título no currículo do treinador.

Antes disto, o presidente Gastón Cogorno cedeu à pressão dos hinchas e deixou o clube, assim como toda a direção de futebol. O comando do clube está nas mãos de Victor Blanco, um dos homens de confiança de Cogorno - aliás, a chegada de Merlo ao clube é uma imposição do novo mandatário. Resta saber se o pensamento mágico trará resultados, porque se formos nos embasar na capacidade e nos resultados de Mostaza ao longo de sua carreira, não podemos vislumbrar um futuro muito brilhante para o Racing. Os hinchas já perderam a paciência e não querem que o "fantasma de la B" atravesse a Almirante Cordero. Se a campanha não melhorar, as próximas temporadas tendem a ser dramáticas. Já passamos da metade do Torneo Inicial e só o que queremos é que este porre acabe de uma vez por todas.