segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Em jogo dramático, San Lorenzo cede empate ao Quilmes nos acréscimos e segue na zona do descenso

Empate decepcionou jogadores e hinchas do San Lorenzo, e
aumentou ainda mais o desespero na luta contra o descenso. (foto: Télam)
Não foi bom para ninguém. O empate em 2 gols entre San Lorenzo e Quilmes, na tarde de sábado no Nuevo Gasómetro, só atrapalhou a vida de Cuervos e Cerveceros, que lutam para escapar da degola, sobretudo o Ciclón, que chega ao seu 6º jogo sem saber o que é vitória e se afunda ainda mais na zona do descenso (promedio 1,170), parecendo pedir para ir para a Primera B Nacional. Além de vencer seus próximos jogos, secar o próprio Quilmes (promedio 1,250) e o San Martín/SJ (promedio 1,220) se tornou um dever. O decano, por sua vez, está beirando a degola, devendo tomar algumas precauções nas próximas rodadas. Na sequência do Torneo Inicial, o San Lorenzo enfrenta o Boca Juniors, na Bombonera (03.11, 17h10 [horário brasileiro de verão]), enquanto o Quilmes recebe o Colón, no Centenario (04.11, 18h), em mais uma rodada que promete dramas em diversas canchas da República Argentina.

Mesmo com a má situação de ambas as equipes, foi um jogão de bola, cheio de alternativas e reviravoltas. A proposta dos donos da casa era atacar, ataque total. Para isto, o técnico Juan Antonio Pizzi deslocou o veloz Buffarini para a lateral-direita, para dar mais força ofensiva às jogadas pelos flancos, que já tinha em Prósperi, pela esquerda, uma excelente alternativa. Já o Quilmes apostou muito nos contra-ataques, e especulando acabou abrindo o placar, para surpresa e decepção dos hinchas do Ciclón. Logo aos 12', Leandro Díaz foi lançado pela direita, centrou bem para Facundo Diz escorar de cabeça na medida para o artilheiro Martín Cauteruccio definir, também de cabeça, sem chances para Migliore. O uruguaio marcou seu 7º tento no Inicial, se tornando, naquele momento, o artilheiro da competição; agora o anotador máximo é Ignacio Scocco, do Newell's, com 8 gols.

Time cervecero festeja empate arrancado à
fórceps no Nuevo Gasómetro. (foto: Télam)
A vantagem cervecera não durou muito. Mantendo a postura ofensiva e tentando envolver a defesa adversária a todo custo, o San Lorenzo não demorou a encontrar seu gol de empate. Antes do gol, uma ótima combinação na entrada da área do Quilmes encontrou Aguiar na frente do goleiro Trípodi; o uruguaio mandou para o gol, mas a jogada já estava paralisada por um impedimento que não existira. Poucos minutos mais tarde, aos 25', não teve jeito; o próprio Aguiar deu uma deixadinha espetacular de calcanhar após assistência de Kalisnki, e o garoto Ruíz girou de canhota, indefensável para o arqueiro cervecero. 2' minutos depois, o San Lorenzo alcançou a desejada vantagem: Aguiar, um dos nomes do jogo, tabelou com Ruíz, que o deixou na cara do gol; desta vez não teve impedimento que parasse a reação azulgrana. Virada importantíssima e festa nas arquibancadas do Nuevo Gasómetro.

Antes do final da 1ª etapa, De Felippe trocou Romero por Mandarino (guardem este nome), por lesão. Também antes de terminarem os primeiros 45', Jacobo Mansilla fazia boa jogada pela esquerda, mas foi derrubado na área por Buffarini. Pênalti claro marcado por Patricio Loustau e tarjeta amarilla para o camisa 7 do San Lorenzo. Cauteruccio foi para a bola e Pablo Migliore também foi, voando no canto esquerdo e evitando o empate cervecero. Pior na partida, após 15' iniciais quase brilhantes, o Quilmes desperdiçou sua chance mais clara de voltar ao jogo. Na volta do intervalo, a postura mudou, e os visitantes atacaram mais, pois a derrota os colocava na zona do descenso. Neste processo, o San Lorenzo foi quem atacou primeiro, com Stracqualursi chutando à direita de Trípodi após ótimo contra-golpe. Pouco depois foi a vez do Quilmes: Goñi mandou um lateral para a área, Diz deu uma casquinha para o meio da área e Mandarino perdeu frente-a-frente com Migliore, que já estava se tornando figura da partida.

Jara já não foi bem no jogo, ainda me apronta
uma dessas... (foto: Quilmes Atletico Club - Sitio Oficial)
Elizari, que também entrara no time do Quilmes, mandou de cabeça uma bola no travessão que emudeceu o estádio. Outro zagueiro, desta vez Alvarado, do San Lorenzo, também perdeu de cabeça, ainda mais sozinho que seu adversário, mandando na rede pelo lado de fora. E as chances eram criadas, em um jogo altamente veloz e aberto; tanto o San Lorenzo poderia chegar ao 3º gol, quanto o Quilmes ao empate. O Ciclón quase ampliou quando Franco Jara, de fraca participação, apareceu sozinho na área, e jogou para trás, facilitando o trabalho da defesa. O jogo esquentou de vez, só que Buffarini e Lema levaram isto além da bola nos pés; o lateral/meia do Ciclón chegou forte demais no defensor cervecero, que desceu o braço em Buffa. Loustau não titubeou e apresentou tarjeta roja para ambos.

Já estavamos nos acréscimos e a torcida cuerva festejava a vitória quase certa. Bom, eu disse "quase"... De tanto desperdiçar contra-ataques, a bola acabou punindo o San Lorenzo, e aos 48', Germán Mandarino subiu mais alto que toda a defesa do Ciclón em escanteio vindo da direita, e deu números finais à partida. Comoção no banco de reservas do Quilmes e em sua pequena torcida em Bajo Flores. 2-2, um empate justo, em um jogo de futebol bastante atraente e movimentado. Detalhe para Leandro Díaz, um dos principais nomes do jogo, que foi comemorar em frente aos torcedores do San Lorenzo e acabou amonestado. Ao final do jogo, nota lamentável para a tentativa de agressão ao (tudo bem, horrível) árbitro Patricio Loustau e seus auxiliares, que erraram ao anular gol legítimo de Aguiar, e, na visão da gente do Ciclón, ao expulsar Buffarini. Cosas del fútbol.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Superclássico argentino: River Plate x Boca Juniors, o que esperar do reencontro?


River Plate e Boca Juniors, que compõem um dos maiores clássicos do mundo, se enfrentarão no Monumental de Nuñez, domingo, pela 12ª rodada do Torneio Inicial na Argentina. As expectativas são grandes e o país voltará a parar por algumas horas neste domingo.

1. A situação das equipes no Torneio Inicial:
O Boca Juniors vem de um empate diante do Estudiantes de La Plata na Bombonera e ocupa a 5ª colocação com 18 pontos ganhos. Já o River Plate vem de uma derrota frente à equipe do Quilmes por 1 a 0 e hoje está em 9º lugar com 15 pontos ganhos.

2. O dilema de Falcioni:
O treinador do Boca Juniors, Julio César Falcioni, vive um dilema ao escalar a equipe desde a saída de Juán Román Riquelme. Quando o camisa 10 ainda atuava na cancha de La Boca, Falcioni escalava a equipe no habitual 4-3-1-2 (ou 4-4-2 com um losango no meio-campo) com volantes aplicados pelos lados do campo, que serviam de suporte ao enganche Riquelme. A equipe base xeneize 2011/2012 com Riquelme em campo:

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Diagrama tatico 1


Porém as declarações de Falcioni sobre ter intenções com outro esquema existiam. O treinador do Boca Juniors dizia também ter idéias em retornar a utilizar o esquema que destacou o Banfield (dirigido pelo próprio Falcioni) campeão do Apertura 2009: Um 4-4-2 em linha (todos os meio-campistas com disposição ofensiva e defensiva). No Boca Juniors, aplicar o determinado esquema implicaria determinação defensiva de Riquelme, o que de fato não iria ocorrer. Isso explica algumas rusgas entre Román e Falcioni. O Banfield 2009 de Falcioni:

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Diagrama tatico 2


Após a saída de Riquelme, curiosamente o dilema seguiu. Falcioni iniciou a temporada utilizando Chávez ou o jovem Leandro Paredes na vaga de Riquelme como enganche, e em algumas situações o 4-3-1-2 prosseguiu. Com o passar de alguns jogos, ocasionalmente o 4-4-2 em linha (sem um enganche em campo) passou a ser usado pelo Boca de Falcioni, mas não ainda como um esquema principal, como muitos aguardavam. No lugar de Rivero, Chávez também está cotado para entrar, e no de Acosta, o nome é o de Viatri. Falcioni também treinou a equipe com um "doble 9" , abrindo mão da velocidade de Acosta, provavelmente pensando na bola aérea.

3. O que torna o confronto especial:
Apesar de as equipes terem se enfrentado no início do ano pelo torneio de verão da Argentina (30 de janeiro, Boca Juniors 1 x 0 River Plate), a partida deste domingo marcará o retorno do Superclássico no Campeonato Argentino. Oficialmente, as duas equipes se enfrentaram pela última vez no dia 15 de maior de 2011, pelo Clausura 2011. O Boca venceu o River por 2 a 0, antes da queda dos “Millonarios” para a segunda divisão.

arquivo
No último confronto oficial, o artilheiro Palermo marcou um dos gols do Boca. A festa xeneize na Bom
No último confronto oficial, Palermo marcou um dos gols do Boca. A festa na Bombonera era maior pela crítica situação do River


4. Números:
Segundo um levantamento realizado pelo Diario "Olé", dos confrontos oficiais realizados de 1930 até 2011 entre Boca Juniors e River Plate, o resultado que mais se repetiu foi o 1 a 0, seguido por 2 a 1 e 1 a 1. Em partidas oficiais (a partir da década de 1930, em 20 de setembro de 1931 foi realizado o primeiro confronto entre os dois rivais desde que a Liga Profissional argentina foi criada), o Boca Juniors leva vantagem com 85 vitórias — são 66 do River Plate.

5. Boca e River x atual Seleção Argentina:
Dentre os convocados por Alejandro Sabella, é possível destacar alguns nomes que já fazem parte dos planos do treinador argentino e alguns que estão “sob os olhos” de Pachorra (apelido do treinador). Clemente Rodríguez, muito contestado por suas convocações, tem sido cativo na Albiceleste. O lateral de boa vocação ofensiva atua nos dois lados, e apesar de fragilizar o setor na marcação, tem chamado a atenção do técnico. Os goleiros Ustari e Orión (ambos do Boca Juniors) também já foram chamados.
Nomes como Guille Burdisso, Sanchez Miño (Boca Juniors) e Barovero, Cirigliano (River Plate) apesar de não serem cativos como Clemente, já foram citados, observados ou convocados. Eles também merecem atenção. O jovem Miño é um dos jogadores mais destacados pela imprensa e torcida argentina, pela qualidade técnica e versatilidade — atua como lateral-esquerdo, volante e meia-extremo.

6. Possíveis escalações e prévia tática da partida:
Sob o comando do treinador Matías Almeyda, a expectativa é que os donos da casa vão a campo no esquema 4-4-2 em linha, se utilizando da disposição dos meias extremos Sánchez e Aguirre. A marcação exercida pelo “doble 5” Ponzio e Cirigliano do River é um ponto a se destacar dessa equipe, que facilita a rápida transição contragolpista pelos lados do campo. O ex tricolor Lanzini também pode pintar também entre os 11 (a vaga de Aguirre está em jogo).

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Diagrama tatico 3


E o Boca? Escalar ou não um enganche? 4-4-2 em linha ou losango?
Pelo lado do Boca, o mesmo ideal tático deve ser aplicado: o 4-4-2 em linha. Os xeneizes têm como ponto forte o lado esquerdo do campo, onde Erviti e Miño muito transitam do campo defensivo ao ofensivo para “servir” o ataque. Além dos dois, o lateral Clemente Rodríguez é mais um do setor que tem vocação para “subir”ao ataque. Guillermo Fernández pode pintar entre os 11 de Falcioni, e a vaga em questão pode ser a de Diego Rivero. Caso Falcioni decida escalar um enganche domingo, o jovem Leandro Paredes pode ser a surpresa no esquema 4-3-1-2.

Eis o possível 4-4-2 em linha do Boca Juniors para domingo:

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Diagrama tatico 4


River Plate e Boca Juniors, o Superclássico está de volta.

Postado originalmente no blog do Mauro Cezar Pereira na ESPN (http://espn.estadao.com.br/post/289560_superclassico-argentino-river-plate-x-boca-juniors-o-que-esperar-do-reencontro?timestamp=1351276866124) por Júnior Marques, que autorizou a "reblogagem".

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O jogo das defesas

Heinze no bate-rebate do último lance (Foto: Olé)

Racing e Newell´s, por conta do destino, se enfrentaram na 11ª rodada nos seus melhores momentos. O Racing chegava para o confronto com três vitórias seguidas (contando um 4 a 0 diante o San Lorenzo) depois de perder para o Estudiantes em casa. O Newell`s ainda não sabe o que é perder no Torneo Inicial e somente uma vez tomou mais de um gol em uma partida (3 a 3 ante o River). A Lepra tinha um pequeno tabu a quebrar: não vence a Acade em Avellaneda desde o Clausura 2007. Depois daquela partida, 3 jogos com vitórias do time da casa.
Conhecendo a mão de Villar... (Foto: Olé)

Tirando a chegada de cabeça. proveniente de um escanteio, no primeiro minuto de jogo, que entusiasmou a torcida, o Racing pouco criou. Aquela jogada em que Cámpora desviou de cabeça na travessão foi um achado. Depois disso, vimos um Racing com problemas na ligação. O Newell´s pressionava a saída de bola e a defesa da Acade, que não tem qualidade no passe, se livrava da bola. A bola precisava passar pelos volantes, Pelletieri e Bruno Zucullini, para termos uma transição decente. Isso não ocorria. Ligação direta para baixinhos Cámpora, Vietto, Centurión e Villar. Quando a bola chegava nos dois garotos muito talentosos do Racing, vimos eles afobados demais. Centurión e Vietto tentavam resolver sozinhos e/ou tentavam acelerar jogadas desnecessárias. Quando o Newell`s tinha a bola, a trabalhava com mais tranquilidade e calma. Aos 31 minutos, a prática da teoria descrita acima. Pérez e Villalba, com excelente exibição no jogo, tabelaram e o segundo deixou Scocco com espaço em um 2 contra 3. El nacho passou por Cahais e bateu cruzado para Saja defender. Após o lance, Víctor Figueroa, com atuação apagadíssima, tomou uma bronca monstruosa de Tata Martino por não dar opção na esquerda. Maxi Rodríguez fez falta. Gerardo fará contagem regressiva dos dias para sua volta. Para não ser injusto, o Racing chegou aos 43 com os afobados Vietto e Centurión. Porém, nesse caso, foi bom ser afobado mesmo. Vietto deu meia-lua e rapidamente abriu para Centurión conduzir e parar nas mãos de Guzmán em um contragolpe.

O segundo tempo permaneceu no mesmo panorama. O Racing chegou em duas bolas alçadas na área provenientes de faltas. Uma Zucullini perdeu, livre, na linha da pequena área. Outra Camoranesi testou forte no meio do gol, obrigando Guzmán a defender em dois tempos. Mauro, aliás, foi protagonista da cena da partida. Além de entrar no lugar do exausto Centurión e se transformar no câncer do time, retardando todas jogadas, merecia ser expulso. Chegou atrasado em Heinze com o pé alto. A caça virou caçador e o caçador virou a caça. Só um amarelo. No último lance um bate-rebate interminável que quase culminou no gol no Racing. Fim de jogo e Newell`s com mais de 60% de posse de bola. O narrador argentino fala que, segundo estatísticas, é uma porcentagem abaixo da média.

Tata Martino chegou no Newell`s com um grupo de jogadores e formou um time. É, se não o melhor, um dos melhores treinadores que atuam na América do Sul. Cauteloso, insiste em falar que o primeiro objetivo é a fuga do rebaixamento. O Racing permanece dois pontos atrás da Lepra esperando um tropeço do adversário. Por fim, os amantes de boas defesas amaram o jogo. O 0 a 0 é a cara das duas equipes. O Newell`s tomou 4 gols no campeonato e o Racing 5. O jogo, e o campeonato também, é das defesas.

domingo, 21 de outubro de 2012

Em noite de chuva e futebol feios, Boca Juniors e Estudiantes não saem do 0

O domínio do Tanque Silva e sua expressão ajudam a explicar
como foi o jogo da noite de ontem. (foto: Diario Popular)
Antes do jogo, tudo indicava que teríamos uma grande partida de futebol em La Bombonera; o Boca precisava voltar a vencer, depois de duas derrotas e um empate, enquanto o Estudiantes vinha buscando espaços para chegar à parte alta da tabela. Sem contar o empate do sábado entre Racing e Newell's, que evitou uma escapada principalmente da equipe de Rosario. No fim das contas, o aguaceiro que caiu sobre Buenos Aires foi mais relevante que o jogo em si, que terminou empatado, sem que nenhuma das duas equipes fizesse algo de muito útil para mudar este panorama. O Estudiantes até que tentou, em um esquema que lembrou os times armados por El Loco Bielsa, atacando bem mais que os donos da casa. Consolidando esta tática, o Pincha poderá incomodar os líderes até o fim do Torneo Inicial.

O time de Diego Cagna criou as melhores chances no 1º tempo, e a dupla de ponteiros Gastón Fernández, pela esquerda, e Maxi Núñez, pela direita, dava um suador na defesa xeneize que molhava mais que o banho vindo dos céus. Carrillo e La Gata tiveram boas oportunidades para abrir a contagem, mas pecaram na pontaria. As duas melhores chances do Estudiantes foram aos 27', quando Román Martínez habilitou Iberbia na ponta-esquerda e o lateral chutou para defesa de Orión em dois tempos, e aos 31', após escanteio cobrado no primeiro poste, e Guido Carrillo cabeceou muito próximo ao gol do Boca Juniors. A única tentativa dos mandantes foi no último lance da etapa inicial, em jogada brilhante de Guillermo Fernández, que deixou Viatri na cara de Villar, e o paraguaio foi gigantesco na frente do camisa 9 xeneize.

Paredes, aposta de Falcioni, sucumbiu em uma meia-cancha mal
armada e com 2 pesos mortos, Somoza e Erviti. (foto: Ole Diario Deportivo)
Para a etapa complementar, Falcioni fez uma substituição, trocando o isolado Paredes por Colazo, como se fosse mudar alguma coisa, pois seu time já estava completamente esculhambado taticamente, com Somoza e Erviti (que deveriam estar ditando o ritmo do time) absolutamente apagados na partida. A conta foi paga pelo garoto de apenas 18 anos, que por mais que não tenha ido muito bem, pareceu ter sido incinerado pelo treinador do Boca. Enfim, obviamente o time não melhorou com a troca, e o Estudiantes seguiu melhor na partida. Logo aos 6', Jara cruzou, Carrillo desviou para La Gata Fernández que chutou para excelente defesa de Orión. Depois disto, tivemos meia-hora de escorregões, carrinhos, balões e cia. ltda., até o colombiano Zapata escapar bem pela esquerda e habilitar Carrillo, que desperdiçou com Orión já batido na jogada.

A reta final do jogo ainda reservaria algumas emoções, como um quase gol-contra de Schunke, uma cabeçada de Schiavi raspando o poste esquerdo de Villar, e, na base da empolgação xeneize, um chute mascado de Sánchez Miño que quase morreu no cantinho do gol pincharrata. Por mais que o Boca quase saisse vencedor nos minutos finais, não seria merecido, pela salada tática que foi o time e pelas escolhas altamente discutíveis de Falcioni. A insistência do treinador com a dupla de 9's, Silva e Viatri, não vem dando resultado prático algum. Desde a saída de Mouche, que não era essa maravilha toda, o time ficou sem jogada dinâmica na frente, dependendo apenas de raros lances de oportunismo dos homens de frente. O Estudiantes jogou mais bola na contagem final, e caso estivessemos analisando uma luta de boxe (ou UFC, como se convencionou por "modinha" aqui no Brasil), p.ex., o Pincha ganharia por pontos.

A situação de Falcioni está delicada perante
os hinchas do Boca. (foto: Ole Diario Deportivo)
Os donos da casa saíram sob sibilos de sua hinchada, que não perdoará caso o resultado não seja favorável no Superclásico do domingo que vem (15h30), em Nuñez. Se o jogo contra o River Plate for o quinto sem vitória, é hora de Angelici e seu asseclas repensarem o futebol em La Boca. Falcioni já não deu entrevistas no pós-jogo, o que pode ser o indicativo de algo mais sério. O Boca Juniors é o 5º colocado, com 18 pontos, a 5 do líder Newell's. O Estudiantes, que receberá o All Boys, no sábado (18h30), está na 7ª posição, com 17 pontos. Considerando a tabela anual, o Boca Juniors vem em 4º, com 51 pontos, e o Estudiantes está em 7º, com 44. Esta tabela definirá os classificados para as competições internacionais em 2013, e por enquanto ambos estariam pegando apenas vaga para a póxima Copa Sul-Americana.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Chile 1×2 Argentina – O preço de um ataque decisivo



Chile e Argentina se enfrentaram, em Santiago, pela 10ª rodada das Eliminatórias 2014. Almejando consolidação na parte de cima da tabela rumo ao Mundial, as seleções realizaram um jogo franco e aberto, com muitas possibilidades de gols para ambas as partes.
As duas seleções foram a campo no 4-3-3, que muito se alternava para o 4-3-1-2, com a formação de um losango no meio-campo (com os recuos de Matías Fernández, pelo Chile, e Lionel Messi, pela Argentina).
O Chile iniciou melhor a partida, impôs marcação adiantada e dificultou a saída de bola argentina, que fora de casa voltara a sofrer com os chutões como solução para a falta de espaços para trocar passes (vide o empate contra o Peru, em Lima, em setembro). A equipe de Claudio Borghi assustava muito pelos lados do campo, onde a Albiceleste voltou a falhar defensivamente pelas laterais.
A defesa argentina, sempre criticada de maneira geral, tem uma particularidade que precisa ser ressaltada: o “miolo” de zaga vem muito bem com Fede Fernández e Ezequiel Garay, mas as laterais sofrem diante de adversários que sabem jogar pelos lados do campo. E foi justamente o caso do Chile, que, com os ofensivos laterais Mauricio Isla e Jean Beausejour, além do veloz atacante Alexis Sánchez, conseguiu criar boas chances de gol, porém não concretizadas.
O 4-3-3 chileno, que buscava muito as jogadas pelos lados do campo, se aproveitando da fragilidade defensiva, principalmente de Zabaleta, pelo flanco esquerdo defensivo.
Segue um vídeo com alguns momentos em que o Chile se aproveitou da fragilidade defensiva das laterais da Argentina.
Enquanto isso, a Argentina assustava com contragolpes puxados por Lionel Messi. A equipe de Alejandro Sabella deixou claro em Santiago porque tem um dos ataques mais poderosos do mundo. Em menos de 5 minutos (aos 27 e aos 30), a equipe abriu e ampliou o marcador com Messi e Gonzalo Higuaín, e a partida em instantes parecia definida. Fernando Gago e Ángel di María seguiam como sócios de Messi nas armações de jogadas e Sergio Agüero era o alvo dos longos lançamentos da equipe. Marcos González e Franco Jara sofreram com os atacantes argentinos.
“Na frente não perdoam” – Alejandro Sabella
No início da segunda etapa, a Argentina perdeu Higuaín, lesionado. Sabella com o placar “em mãos” adotou o 4-4-2 à equipe, através da entrada de Pablo Guiñazú. Di María inverteu o posicionamento, e seguiu com a típica disposição ofensiva e defensiva. O contragolpe estava “armado” e a Albiceleste apenas administrou o placar.
Higuaín precisou sair logo no início do segundo tempo e Guiñazú entrou. O 4-4-2/4-4-1-1 passou a ser o esquema de referência da Argentina na segunda etapa.
O Chile chutou mais a gol (13 chutes à meta de Romero), acertou mais passes (ao todo, 271 passes certos), mas não conseguiu imprimir grande volume de chances criadas, como fez na primeira etapa. Somente nos descontos finais, Felipe Gutiérrez recebeu cruzamento da direita (após mais uma falha de Zabaleta na cobertura) e diminuiu.
Com os três pontos fora de casa, a Argentina segue na liderança das Eliminatórias 2014, agora com 20 pontos somados, enquanto o Chile soma 12 pontos e está em 6º lugar. As eliminatórias começam aganhar tons decisivos e as Seleções da ponta começam a ganhar “cara” rumo a Brasil 2014.
Postado originalmente no site A-Prancheta (http://a-prancheta.com/destaque/chile-1x2-argentina-o-preco-de-um-ataque-decisivo) por Júnior Marques.

domingo, 14 de outubro de 2012

Messi estraçalha o Uruguai, vinga derrota da última Copa América e a Albiceleste segue na liderança das Eliminatórias

Contar com um jogador como Lionel Messi é um luxo, do qual só dispõe a Seleção Argentina e o Barcelona. Na noite de sexta-feira La Pulga simplesmente deu show, fazendo 2 gols e participando de absolutamente todas as jogadas de ataque da Albiceleste. Depois de uma primeira etapa muito complicada, quando a Argentina tentou de todas as formas furar a retranca uruguaia, nos 45' finais os donos da casa desencantaram, golearam e fizeram a alegria dos quase 40 mil fanáticos que lotaram o Malvinas Argentinas. A Argentina segue na liderança das Eliminatórias Sul-Americanas, com 18 pontos, 1 ponto a mais que a Colômbia e o Equador, que vem muito embalados, e 6 à frente da Venezuela, primeira seleção fora da zona de classificação/repescagem.

Atuação iluminada de Lio Messi, que acabou com o Uruguai,
vingando a eliminação nas semi-finais da última Copa América. (foto: Reuters)
A minha visão do jogo tende a dividir o cotejo em 2 momentos, enquanto Diego Lugano estava em campo, e depois que o zagueiro do Paris Saint-Germain saiu do gramado. Enquanto o capitão da Celeste Olímpica estava em campo, a Argentina não conseguia achar espaços, o sistema defensivo uruguaio funcionava muito bem, e pouquíssimas chances de gol foram criadas pelos comandados de Sabella. A formação foi a tradicional, no 4-4-2 variando para 4-3-3, com Messi como um "falso-9", e Kun Agüero e Pipita Higuaín posicionados mais a frente, pelos lados. (Ainda vou entender porquê Higuaín é titular absoluto da Albiceleste e do Real Madrid...) Di María dava alternativas pelo lado esquerdo, trabalhando com Rojo, de surpreendente boa atuação, inclusive tentando um chute de longe que assustou Muslera; o meia do Real Madrid também exigiu intervenção do goleiro uruguaio, mas foi Messi quem realmente levou perigo. Em 2 lances geniais, o camisa 10 quase abriu o marcador: aos 27', passou com facilidade por 3 adversários e deu uma cavadinha que tirou tinta do travessão uruguaio, e 5' mais tarde, cobrou uma falta que normalmente seria cruzada para a área de forma direta, exigindo elasticidade de Muslera. Do lado uruguaio, a má escalação feita por Tabárez e a retranca proposta não propiciaram à Celeste criar qualquer chance de gol, apesar de rondar a área de Romero em alguns momentos.

Messi comemora o gol que abriu o caminho para a goleada da Argentina
sobre o Uruguai nesta sexta-feira. (foto: Andres Larrovere/AFP)
No início do 2º tempo quase tivemos um arranca-rabo digno de um Argentina-Uruguai, quando Lugano deixou o pé em Romero, e os jogadores argentinos foram tirar satisfação com os charrúas - por pouco não sairam no braço. O volume de jogo da Argentina se tornava cada vez mais irresistível, aproveitando uma meia-cancha nada consistente dos visitantes, e também forçando o jogo pelos lados, usando e abusando da velocidade de Messi, Agüero e Di María. Lugano deixou o campo lesionado para a entrada de Andrés Scotti aos 19'. Aos 20' a Argentina abriu o marcador, quando Di María e Messi envolveram a defesa adversária e o meia merengue assistiu seu arquirrival no âmbito clubístico, mas de entrosamento quase perfeito na Albiceleste, que deu de carrinho para o fundo do gol, aproveitando cochilo, adivinhem de quem? De Scotti, que ainda estava frio no jogo. Azar do Uruguai e festa argentina no Malvinas Argentinas; mal sabiam os presentes que era apenas o começo do espetáculo. 10 minutos depois, Suárez errou passe na linha do meio-campo e a velocidade argentina entrou em ação novamente: Agüero soltou para Messi que habilitou Di María na esquerda. O camisa 7 deu mais uma assistência para gol, deixando Kun com o gol livre para apenas escorar no barbante uruguaio. Um golaço de construção coletiva, contando com a alta qualidade e velocidade do trio citado anteriormente. Aos 33' foi sacanagem com os uruguaios: falta na entrada da área, e quando todos achavam que Messi cobraria sobre a barreira, o gênio rosarino chutou por baixo da barragem humana, levando a torcida ao delírio total, fechando o caixão uruguaio e terminando em grande estilo a vingança pela derrota nas semi-finais da Copa América do ano passado. O doce sabor da vingança em Mendoza para os 40 mil presentes que a saborearam, a ponto de se lambuzar. Ainda deu tempo de Barcos entrar e ter um golaço bem anulado, quando deu um toquinho de classe sobre Muslera, já nos minutos finais do jogo.

Defina "golaço": Messi pode ajudar com esta dica,
enganando barreira e goleiro. (foto: Juan Mabromata/AFP)
A atuação argentina foi muito boa, muito consistente, em que pese o desastre tático que foi o time uruguaio. As vezes passava a impressão de que o time estava "torto" para a esquerda, mas as jogadas Rojo-Di María-Agüero deram um trabalho imenso a Maxi Pereira, que só se safou enquanto havia a qualificadíssima cobertura de Lugano. Garay e Fede Fernández foram bem, e nas poucas vezes que Suárez foi para o confronto direto com o defensor do Napoli, o avante do Liverpool enfrentou muitas dificuldades. Para o jogo contra o Chile, 2 problemas: Rojo e Higuaín sairam lesionados e preocupam o departamento médico. Clemente Rodríguez e Hernán Barcos são alternativas, caso os titulares não tenham condições. O jogo contra os chilenos será amanhã, as 21h, no Nacional de Santiago (arbitragem de Antonio Arias/PAR).

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Convocados da Seleção Argentina para as próximas partidas das Eliminatórias

Gino Peruzzi foi a grande surpresa da convocação de Sabella


O técnico Alejandro Sabella convocou os 25 jogadores que defenderão a Albiceleste nos confrontos diante de Uruguai, em 12 de outubro, e do Chile, no dia 15. Os convocados por El Pachorra são:

Goleiros: Sergio Romero (Sampdoria), Mariano Andújar (Catania) e Oscar Ustari (Boca Juniors).

Laterais: Pablo Zabaleta (Manchester City), Hugo Campagnaro (Napoli), Gino Peruzzi (Vélez Sarsfield), Marcos Rojo (Sporting) e Clemente Rodríguez (Boca Juniors).

Zagueiros: Sebá Dominguez (Vélez Sarsfield), Federico Fernández (Napoli), Ezequiel Garay (Benfica) e Leandro Desábato (Estudiantes de La Plata).

Meio-campistas: Javier Mascherano (Barcelona), Fernando Gago (Valencia), Rodrigo Braña (Estudiantes), Pablo Guiñazú (Internacional), José Sosa (Metalist Kharkiv), Angel Di María (Real Madrid), Enzo Pérez (Benfica) e Maxi Rodríguez (Newell’s Old Boys).

Atacantes: Lionel Messi (Barcelona), Sergio Agüero (Manchester City), Gonzalo Higuaín (Real Madrid), Juan Manuel Martínez (Corinthians) e Hernán Barcos (Palmeiras).

Sabella, conhecido por não modificar muitos nomes em suas convocações, abriu espaço para jogadores que se destacaram na primeira partida da Copa Rocca, como Sebá Domínguez, Barcos, Ustari e, a grande surpresa desta convocação, Gino Peruzzi. Martínez foi outro que ganhou espaço com o treinador. Embora El Burrito não constasse na primeira convocatória, este foi o escolhido por Sabella para substituir Lavezzi, que foi cortado devido a uma lesão na partida entre Porto e PSG, pela Champion League.

O ponto forte da equipe continua sendo o setor ofensivo, com ótimos atacantes. Já o setor de maior preocupação dos torcedores é a defesa, que leva sustos ao apaixonado torcedor argentino cada vez que é testada. A lateral esquerda continua sendo o maior problema da Albiceleste. Clemente Rodríguez e Marcos Rojo não conseguem se firmar na posição, principalmente devido aos problemas defensivos da equipe. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

26 segundos

É seu, é meu, é nosso... (Foto: Olé)


Esse foi o tempo necessário para o Newell`s abrir o placar em Rosário. Esses 30 segundos desligados do time do Vélez custaram o jogo. Após o gol, bom jogo com ataque das duas equipes. Scocco foi o nome do jogo e caiu, principalmente, pela direita (nas costas do ousado Papa).

A bola começa com o Vélez. E, com 5 segundos já é rifada. O Newell´s trocou bons passes, mas Villalba tentou lançamento para Scocco. Papa antecipou, mas vacilou. Scocco roubou, virou e cruzou para Maxi Rodríguez completar. Eram 26 segundos. Muitos torcedores do Newell`s estavam ainda fora do estádio repleto. Era o gol da confirmação. O Newell`s é seguro e estável, lembrando o Boca campeão do Apertura 2011. Porém, arrisco em dizer, que é uma equipe melhor. Não pela sua qualidade técnica, mas sim pela sua maior imprevisibilidade. Um 4-3-3 com movimentação constante entre os 3 atacantes. Maxi Rodríguez, Scocco e Tonso trocam de posições e confundem a defesa. E um defesa muito equilibrada. Em 10 rodadas, 8 jogos sem tomar gol. Fora isso, 3 gols em uma partida atípica diante o River e um gol sofrido contra o Colón. Pressiona a saída de bola e não se encolhe atrás, pois tem jogadores experientes nos dois setores. Maxi Rodríguez, Lucas Bernardi e Heinze ajudam Martín Tonso, Villalba, Vangioni e Vergini. No banco? Perrata (35), Víctor López (33) e Diego Mateo (34). Enfim, Gerardo Martino, Bielsista como toda torcida leprosa, achou uma equipe. E ela chegou para ficar. Aquele Boca perdeu o poder devido a egos internos. Aqui, vemos um grupo unido.

O Vélez também chegou, mas faltou intensidade. Não parecia jogo determinante - confronto direto, inclusive - na briga pelo título. Uma bola na trave de Facundo Ferreyra e uma falta de Pocho Insúa defendida por Guzmán para escanteio. O time teve boas combinações pela direita com a dupla Cubero/Peruzzi. O último jogando no meio, já que Cubero não tem o mesmo poderio ofensivo. Cerro e Cabral não foram bem como volantes. Não combateram, nem tiveram qualidade na saída. Pocho Insúa ficou sobrecarregado e o Vélez retornou a InsúadependênciaChucky Ferreyra teve que voltar e caiu pelo flanco esquerdo, formando um 4-2-3-1 em momentos. Mas ele não tem a qualidade de JM Martínez fora da área. Gareca deverá analisar novamente seu esquema. Voltando ao jogo, o Newell`s teve duas grandes chances com Scocco. As duas pararam em Montoya que, a cada jogo, justifica a vaga de Sebastián Sosa no banco.

Na próxima rodada, o Newell`s enfrentará o Racing em Avellaneda no duelo de líderes. Já o Vélez precisará vencer o Tigre, em casa, para se manter na briga pelo título.


domingo, 7 de outubro de 2012

Belgrano vira sobre o Boca em Córdoba, e é mais um postulante ao título do Torneo Inicial


Jogadores do Belgrano comemoram um dos gols na grande vitória sobre o Boca Juniors. (foto: DyN)
Uma vitória de gente grande. Uma vitória do mesmo time que ousou derrubar o gigante River Plate para os porões da Primera B Nacional há pouco mais de 1 ano. O Belgrano bateu em mais um grande e se credencia para brigar pelo título do Torneo Inicial, com méritos e autoridade. O Boca Juniors até tentou, mas não foi páreo para os comandados de Ricardo Zielinski, que sobretudo na etapa complementar tiveram uma atuação exemplar, digna de quem quer lutar por algo muito maior que simplesmente manter a categoria ao final do campeonato. Além da briga pelo título, o Pirata segue lutando por uma vaga em competições continentais em 2013. Será que veremos este Pirata em expedição para tentar libertar a América?

Pelo início do jogo, certamente estaríamos contando uma história diferente. Logo aos 4’, o uruguaio Santiago Silva aproveitou uma assistência esplendorosa de Erviti, deslocou Olave com frieza e abriu o marcador. O gol cedo não mudou muito o panorama do jogo, já que o Belgrano não conseguia manter a bola em seus pés, e apenas especulava em contra-ataques, tentando não se expor muito para um perigoso Boca Juniors, que ameaçava, rondando a área do time de Córdoba – mesmo sem a incisão (sic) ideal, mas mesmo assim exigia cuidados. A velocidade de Melano era o que mais preocupava a lenta defesa xeneize, no entanto foi em uma bola parada que o Belgrano achou o empate: cobrança de Pittinari e desvio do zagueiro uruguaio Sergio Rodríguez, na entrada da pequena área. Falha da zaga do Boca Juniors...

Erviti, que deu a assistência para o gol de Silva, sumiu na etapa complementar. (foto: Telám)
Logo após o gol, Emiliano Albín sentiu lesão e deu lugar a Cellay, que até hoje não sabe se é zagueiro ou lateral-direito; para mim, não é nenhum dos dois. A lentidão defensiva aumentou, e o Belgrano soube aproveitar, aumentando seu volume de jogo, sempre na base da constante correria. O único defensor que vinha bem, Burdisso, foi nocauteado pelo autor do gol cordobês, e se perdeu no jogo. Até então Somoza e Ledesma continham bem a maioria dos intentos dos donos da casa, que tentaram ir para cima, embalados pelo apoio de sua torcida que compareceu em bom número no Mario Alberto Kempes. O jogo seguiu neste ritmo até o final da 1ª etapa, com o Boca ficando com a bola, segurando assim o ímpeto do Belgrano, que sabia que o jogo era decisivo para as pretensões de ambos no Inicial.

O vestiário foi mágico para o Belgrano. Zielinski fez alguma coisa que mudou de vez a postura do seu time, enquanto Falcioni não corrigia o que havia de errado, principalmente o fato de o time jogar com 2 centroavantes; Viatri jogando fora da área não tem a menor condição, e o pior é saber que o Boca Juniors não tem um jogador de nível aceitável para solucionar este problema (que está se tornando crônico). Pela esquerda de ataque os mandantes voltaram a se achar, mais cedo que o esperado. Antes de o relógio completar a primeira volta na etapa final, o paraguaio Víctor Aquino fez fila na base da trombada, tentou 2 vezes frente-à-frente com Orión, e na 2ª tentativa tocou de cabeça para o gol vazio. O Belgrano virava o jogo, e os minutos seguintes consolidavam a justiça já pintada no placar.

A defesa do Boca Juniors entrou em parafuso após o gol, e o meio-campo se auto-dissolveu de maneira assustadora. Ledesma e Somoza não conseguiam marcar, Erviti mal pegava na bola e eu não ouvi o nome d’El Pochi Chávez antes de ele ser trocado pelo jovem Paredes. El Flaco Schiavi era vaiado a cada participação, e aquilo parecia estar mexendo com sua cabeça – o seu corpo já não o acompanha decentemente há tempos, por mais que Rolando seja um defensor com uma capacidade de posicionamento e jogo aéreo fora do comum. O lado direito da defesa estava um queijo-suíço, e Cellay melhorou tudo ao ser expulso cometendo uma falta desnecessária, ainda no campo de ataque. Exatamente no lance seguinte, Melano fez grande jogada pela esquerda (que dúvida...) e apenas rolou para Guillermo Farré chutar para o gol, ampliando a vantagem do Belgrano e fechando o placar.

No duelo de técnicos, Zielinski (ao fundo) levou a melhor sobre Falcioni. (foto: DyN)
Zielinski até parece ter querido golear, trocando Melano por El Picante Pereyra, mas seu time passou a jogar de forma deveras conservadora, não se expondo e buscando garantir os 3 pontos, preciosos para a sequência do Torneo Inicial e para a corrida por vaga continental para 2013. Santiago Silva ainda desperdiçaria uma chance clara, na frente de Olave, pegando de raspão na bola, mas foi a única chance que os xeneizes criaram na etapa final. Fora isto, muita apatia do time e pouquíssimas tentativas, sempre no jogo aéreo incipiente. O time ainda se ressente da saída de Riquelme, diferencial criativo do time, e Falcioni não consegue encontrar uma alternativa decente para substituir Topo Gigio. Alguns resultados acontecem, mas as atuações não agradam; a de hoje pode ter sido a gota d’água para o torcedor do Boca Juniors.

O jogo terminou com a vitória do Belgrano, que alçou o time à vice-liderança provisória, até o jogo do Newell’s Old Boys contra o Vélez Sarsfield (que ganhava o jogo quando da publicação desta matéria - partida no intervalo). O Pirata foi para 19 pontos somados, empatado com o Newell’s, contra 20 do líder Racing. O Vélez tem 17, e caso vença La Lepra também passará pelo Belgrano. O Godoy Cruz vem com 16, e jogará mais tarde contra o River Plate, também podendo encostar. Belíssima briga. Na próxima rodada, daqui a 2 semanas, o Belgrano vai ao bairro da Floresta, em Buenos Aires, enfrentar o All Boys, enquanto o Boca Juniors receberá o Estudiantes de La Plata. Teremos esta pausa para as Eliminatórias para a Copa de 2014, para que fique esclarecido.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Almeyda e River respiram aliviados


Por: Felipe Ferreira (@felipepf13)

Um segundo tempo arrasador contribuiu para que o River Plate goleasse o Arsenal de Sarandí por 4 a 0 e se afastasse da zona de rebaixmento. O triunfo foi excelente, sobretudo, para o técnico Matías Almeyda que estava ameaçado de demissão e, com a vitória, respira aliviado já que garante o emprego ao menos para as próximas rodadas.

A primeira metade do jogo revelou um River bastante nervoso, que, jogando fora de casa, encontrava dificuldades em se impor, conseguindo criar boas oportunidades apenas com Ponzio e Mora. Enquanto os visitantes mostravam-se apáticos, os donos da casa se revelavam plenamente imprecisos ao não conseguirem aproveitar-se das oportunidades que tiveram, contudo, os Milionários contaram com o oportunismo de Ponzio para abrirem o placar ainda na etapa inicial.

No segundo tempo, o River se soltou mais em campo e isso foi fundamental para que se aumentasse a vantagem. Com um tento de Luna, a equipe ampliou o marcador e passou a ter ainda mais espaços para liquidar a partida. A expulsão de Carbonero apenas facilitou as coisas e abriu caminho para que Funes Mori, que entrou no decorrer da partida, aparecesse para marcar dois gols e sacramentar a goleada.

10° colocado, o River Plate recebe o Godoy Cruz na próxima rodada, enquanto o Arsenal, que está na 14ª posição, visitará o San Lorenzo.